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A bandeira de luz, desfraldada por Ismael, no Brasil, não convocou em vão os servos de Cristo ao trabalho da concórdia e do amor.

A revivescência do Evangelho abre a porta dos corações aos Espíritos do Senhor; e as realizações cristãs, como sementeiras abençoadas do Celeiro Divino, surgem como elevados tentames dos cooperadores humanos em luta com o joio do mundo velho.

Por vezes, as iniciativas são vacilantes e o esforço dos que se propõem à edificação sofre limitações que circunscrevem os cometimentos no campo material, entretanto, ao influxo de Ismael, compreendemos mais cedo, no Brasil, que a Doutrina Consoladora não se reduz a simples órgão de experimentação científica ou de reajustamento filosófico, nos quartos do conhecimento humano.

Por mercê do Senhor, reconhecemos que a sua messagem sublime consubstancia o apelo generoso do Céu para que a luz divina resplendeça na Terra, o convite de mais alto para que o planeta se integre no Reino de Deus.

Daí, o característico religioso dos nossos trabalhos, a substância sublime do nosso depósito espiritual.

Com semelhante assertiva, não menosprezamos o racionalismo. Destacamos apenas a prioridade do serviço redentor do sentimento.

No coração permanece a seiva da vida. E é necessário purificar a seiva para que o fruto regenere e alimente.

O objetivo fundamental de Jesus, em seu apostolado terrestre foi sempre o homem.

“Levanta-te e anda”.
“A tua te salvou”.
“Não temas”.
“Segue-me tu”.

Seus apelos diretos ao coração ressoam na esteira dos séculos.

Não possuímos outra base para construir o mundo melhor, e as Forças Divinas não se aproximam de nós com o fim de arrebatar-nos a esferas superiores que não merecemos ainda, mas, sim como embaixadas de colaboração excelsa, de modo a concretizarmos o paraíso que nos será próximo.

Solucionemos os problemas exteriores da vida, estudemos os fenômenos da evolução, recorramos à análise no aprimoramento intelectual necessário, mas convertamo-nos, antes de tudo ao bem, fazendo-nos melhores, engrandecendo a vida e o mundo a que fomos chamados.

Diante da civilização perturbada e empobrecida pelos abusos do poder, pela extensão do egoísmo e pelos desvarios da inteligência materialista, temos nós os cooperadores do Espiritismo Evangélico, gigantesca tarefa de reconstrucão, iniciada a; mais de meio século.

Dádivas sublimes do Mestre constituem nosso crédito na atualidade. E, recebendo excessivamente da Divina Bondade, é lícito sejamos convocados a maiores testemunhos.

Dilatemos, em vista disso, nossa capacidade receptiva e iluminemos o santuário de nossa compreensão para que o Senhor se valha de nós como seus instrumentos.

É razoável que as interpretações se diferenciem na exposição das afirmativas individuais.

Nas tetras sagradas, a escada de Jacob não é símbolo inútil.

Cada ser descortinará o horizonte, segundo a posição em que se encontre na jornada ascendente do Espírito. Instalemos, desse modo, o Reinado de Deus em nós mesmos, respondendo aos títulos da confiança que nos foi conferida.

Ainda que estejamos aparentemente distanciados uns dos outros no setor das definições doutrinárias, encontramo-nos substancialmente identificação na mesma realização, porque somos discípulos imperfeitos do mesmo Mestre e humildes servos do mesmo Senhor.

Reunidos em espírito, sob o estandarte, de Ismael, atendamos ao chamado divino, compreendendo que não fomos trazidos ao campo de trabalho para as inutilidades da casuística, mas, para as atividades sublimes de auxílio, fraternidade e entendimento, na obra infinita do amor.


Por: Bittencourt Sampaio, Do livro: Comandos do Amor, Médium: Francisco Cândido Xavier


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