Maria, por Auta de Souza
Fantasia e Realidade
A+ | A- | Imprimir | Ouça a MSG | Ant | Post
Embora seja o Centro Espírita sagrado instituto de iniciação espiritual,
vezes inúmeras procuramos mais pela necessidade de ajuda que pelo desejo de aprender.
É quando nos sentimos dominados pela depressão e indefinível sensação de
mal-estar nos oprime; é quando dores não diagnosticáveis nos torturam e o
desânimo nos sitia; enfim, é quando, segundo a terminologia espírita, somos visitados pela perturbação.
Ao contacto do ambiente balsâmico, sob efeito da palavra amiga de dedicados orientadores, e experimentando o benefício do passe magnético, aplicado por especialistas do Além, sentimo-nos reanimados e regressamos ao lar qual se houvéramos recebido poderosa medicação estimulante — infelizmente mal assimilada, porque em breve recrudescem aqueles males, a nos distanciarem da tranqüilidade.
É o nosso Carma! — dir-se-ia. Mas semelhante raciocínio nem sempre é admissível.
Assim como o distúrbio da digestão é antes conseqüência do excesso alimentar do
que sintoma de úlceras, nossas freqüentes perturbações refletem muito mais os
desajustes do presente que o desastres do passado. Assim como a lutonaria'>glutonaria é
fator de desequilíbrio orgânico, a intemperança mental é porta aberta para a
invasão das sombras.
Por isso, a auto-análise, que possibilite identificar as falhas de nossa
personalidade e seus reflexos na conduta diária, é preliminar indispensável no
esforço da renovação, a fim de que o mal desapareça em definitivo e perdure a
harmonia.
Todavia, nem sempre nos preocupamos com esta questão e, quando o fazemos, é de
forma superficial, distanciada da realidade.
“— Hoje não me sinto bem psiquicamente. Que terei feito de errado ontem?"
“Pela manhã não esqueci a oração, e estude “O Livro dos Espíritos” com atenção.
Discuti com um vendedor que pretendia impor mercadoria inferior por alto preço.
Deixei bem claro que não sou tolo!"
“Dediquei-me ao serviço no escritório, durante a tarde, sem tempo para
cogitações inferiores. O único incidente de que me recordo é que passei severa
descompostura em alguns subordinados distraídos em conversa. Era preciso manter
a ordem!"
“À noite compareci ao serviço mediúnico. A palestra do orientador espiritual foi
magnífica. Quantas lições! Após a sessão, conversei com alguns companheiros.
Lembro-me de que lhes falei a respeito de um confrade. Alertei-os de que se
trata de pessoa mesquinha, que não merece confiança nem respeito."
“Que terei feito de mal?”
Neste breve monólogo podemos observar como é fácil identificar esclarecimento,
disciplina e advertência em três atitudes que a Doutrina dos Espíritos
classificaria, mais acertadamente, como agressividade, prepotência e
maledicência, fatores de sintonia com as esferas inferiores, o grande celeiro de
perturbações.
À medida que nos aprofundamos no estudo da Terceira Revelação, melhor percebemos
a grandiosidade da lição legada por Jesus ao recomendar oração e vigilância. É
indispensável vigiar atentamente nossos pensamentos e ações nos contactos com o
próximo, conscientes de que, sempre que não expressarem pureza, estaremos a
caminho do desequilíbrio.
Quando isso acontecer, a prece sincera, da quem reconhece a própria fraqueza e
deseja o melhor, será o recurso divino capaz de reajustar as emoções, para que o Bem seja mais forte.
Por: Richard Simonetti, Fonte: Revista Reformador – maio, 1964, extraido do site: www.espirito.org.br
Leia Também:
Realidades: por André Luiz
Sonhos Vivos: por Albino Teixeira
Fantasia e Realidade: por Richard Simonetti
Fantasias Mediúnicas: por Joanna de Ângelis
Realidade: por Arnold Souza
Comentários