Maria, por Auta de Souza
Alucinógenos, Toxicomania e Loucura
A+ | A- | Imprimir | Ouça a MSG | Ant | Post
Dentre os gravames infelizes que desorganizam a economia social e moral da
Terra atual, as drogas alucinógenas ocupam lugar de destaque, em considerando a
facilidade com que dominam as gerações novas, estrangulando as esperanças
humanas em relação ao futuro.
Paisagem humana triste, sombria e avassaladora, pelos miasmas venenosos que
distilam os grupos vencidos pelo uso desregrado dos tóxicos, constitui evidência
do engano a que se permitiram os educadores do passado: pais ou mestres,
sociólogos ou éticos, filósofos ou religiosos.
Cultivado e difundido o hábito dos entorpecentes entre povos estiolados pela
miséria econômica e moral, foi adotado pela Civilização Ocidental quando o êxito
das conquistas tecnológicas não conseguiu preencher as lacunas havidas nas
aspirações humanas—mais ampla e profunda integração nos objetivos nobres da
vida.
Mais preocupado com o corpo do que com o espírito, o homem moderno deixou-se
engolfar pela comodidade e prazer, deparando, inesperadamente, o vazio interior
que lhe resulta amarga decepção, após as secundárias conquistas externas.
Acostumado às sensações fortes, passou a experimentar dificuldade para
adaptar-se às sutilezas da percepção psíquica, do que resultariam aquisições
relevantes promotoras de plenitude íntima e realização transcendente.
Tabulados, no entanto, programados por aferição externa de valores objetivos,
preocuparam-se pouco os encarregados da Educação em penetrar a problemática
intrínseca dos seres, a fim de, identificando as nascentes das inquietações no
espírito imortal, serem solvidos os efeitos danosos e atormentadores que se
exteriorizam como desespero e angústia.
Estimulado pelo receio de enfrentar dificuldades, ou motivado pela curiosidade
decorrente da falta de madureza emocional, inicia-se o homem no uso dos
estimulantes—sempre de efeitos tóxicos—, a que se entrega, inerme, deixando-se
arrastar desde então, vencido e desditoso.
Não bastassem a leviandade e intemperança da maioria das vítimas potenciais da
toxicomania, grassam os traficantes inditosos que se encarregam de arrebanhar
catarmas que se lhes submetem ao comércio nefando, aumentando, cada hora, os
índices dos que sucumbem irrecuperáveis.
A má Imprensa, orientada quase sempre de maneira perturbante, por pessoas
atormentadas, colocada para esclarecer o problema, graças à falta de valor e de
maior conhecimento da questão por não se revestirem os seus responsáveis da
necessária segurança moral, tem contribuído mais para torná-lo natural do que
para libertar os escravizados que não são alcançados pelos "slogans"
retumbantes, porém vazios das mensagens, sem efeito positivo.
O cinema, a televisão, o periodismo dão destaque desnecessário às tragédias,
aumentam a carga das informações que chegam vorazes às mentes fracas,
aparvalhando-as sem as confortar, empurrando-as para as fugas espetaculares
através de meandros dos tóxicos e de processos outros dissolventes ora em voga.
. .
Líderes da comunicação? ases da arte, da cultura, dos esportes não se pejam de
revelar que usam estimulantes que os sustentam no ápice da fama, e, quando
sucumbem, em estúpidas cenas de auto-destruição consciente ou inconsciente, são
transformados em modelos dignos de imitados, lançados como protótipos da nova
era, vendendo as imagens que enriquecem os que sobrevivem, de certo modo
causadores da sua desgraça...
Não pequeno número, incapaz de prosseguir, apaga as luzes da glória mentirosa
nas furnas imundas para onde foge: presídios, manicômios, sarjetas ali expiando,
alucinado, a leviandade que o mortificou . . .
As mentes jovens despreparadas para as realidades da guerra que estruge em todo
lugar, nos países distantes e nas praias próximas, como nos intrincados domínios
do lar onde grassam a violência, o desrespeito, o desamor arrojam-se,
voluptuosas, insaciáveis, ao prazer fugidio, à dita de um minuto em detrimento,
afirmam, da angustiosa expectativa demorada de uma felicidade que talvez não
fruam. . .
Fixando-se nas estruturas mui sutis do perispírito, em processo vigoroso, os
estupefacientes desagregam a personalidade, porquanto produzem na memória
anterior a liberação do subconsciente que invade a consciência atual com as
imagens torpes e deletérias das vidas pregressas, que a misericórdia da
reencarnação faz jazer adormecidas... De incursão em incursão no conturbado
mundo interior, desorganizam-se os comandos da consciência, arrojando o viciado
nos lôbregos alçapões da loucura que os absorve, desarticulando os centros do
equilíbrio, da saúde, da vontade, sem possibilidade reversiva, pela dependência
que o próprio organismo físico e mental passa a sofrer, irresistivelmente...
Faz-se a apologia de uns alucinógenos em detrimento de outros e explica-se que
povos primitivos de ontem e remanescentes de hoje utilizavam-se e usam alguns
vegetais portadores de estimulantes para experiências paranormais de incursão no
mundo espiritual, olvidando-se que o exercício psíquico pela concentração
consciente, meditação profunda e prece conduz a resultados superiores, sem as
conseqüências danosas dos recursos alucinatórios.
A quase totalidade que busca desenvolver a percepção extra-sensorial, através da
usança do estupefaciente, encontra em si mesmo o substractum do passado
espiritual que se transforma em fantasmas, cujas reminiscências assomam e
persistem, passada a experiência, impondo-se a pouco a pouco, colimando na
desarmonização mental do neófito irresponsável. Vale, ainda, recordar que,
adversários desencarnados, que se demoram à espreita das suas vítimas,
utilizam-se dos sonhos e viagens para surgirem na mente do viciado, no aspeto
perverso em que se encontram, causando pavor e fixando matrizes psíquicas para
as futuras obsessões em que se repletarão emocionalmente, famílias da
infelicidade em que se transformam.
A educação moral à luz do Evangelho sem disfarces nem distorções; a
conscientização espiritual sem alardes; a liberdade e a orientação com bases na
responsabilidade; as disciplinas morais desde cedo; a vigilância carinhosa dos
pais e mestres cautelosos; a assistência social e médica em contribuição
fraternal constituem antídotos eficazes para o aberrante problema dos
tóxicos—auto-flagelo que a Humanidade está sofrendo, por haver trocado os
valores reais do amor e da verdade pelos comportamentos irrelevantes quão
insensatos da frivolidade.
O problema, portanto, é de educação na família cristianizada, na escola
enobrecida, na comunidade honrada e não de repressão policial...
Se és jovem, não te iludas, contaminando-te, face ao pressuposto de que a cura
se dá facilmente.
Se atravessas a idade adulta, não te concedas sonhos e vivências que pertencem à
infância já passada, ansiando por prazeres que terminam ante a fugaz e enganosa
durabilidade do corpo.
Se és mestre, orienta com elevação abordando a temática sem preconceito, mas com
seriedade.
Se és pai ou mãe não penses que o teu lar estará poupado. Observa o
comportamento dos filhos, mantém-te, atento, cuida deles desde antes da
ingerência e do comprometimento nos embalos dos estupefacientes e alucinógenos,
em cuja oportunidade podes auxiliá-los e preservá-los.
Se, porém, te surpreenderes com o drama que se adentrou no lar, não fujas dele,
procurando ignorá-lo em conivência de ingenuidade, nem te rebeles, assumindo
atitude hostil. Conversa, esclarece, orienta e assiste os que se hajam tornado
vitimas, procurando os recursos competentes da Medicina como da Doutrina
Espírita, a fim de conseguires a reeducação e a felicidade daqueles que a Lei Divina te confiou para a tua e a ventura deles.
Por: Joanna de Ângelis, Do livro: Após a Tempestade, Médium: Divaldo Pereira Franco
Tags
Leia Também:
Alucinógenos, Toxicomania e Loucura: por Joanna de Ângelis
Jovem Atriz: por Maria Dolores
Doenças Mentais e Obsessão: por Joanna de Ângelis
Apoio no Lar: por Emmanuel
A Dor de Cabeça: por Hilário Silva
Comentários