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Há uma espécie de condenação a que estamos sujeitos desde o nascimento, principalmente na nossa cultura: sermos aprovados.

Começa do berço: bebês que dão mais ou menos trabalho, choram ou não, dormem bem ou mal; depois é a criança pequena, bonita ou feia, que come bem ou não; tem também a ida à escola: sair-se bem quanto às notas, comportamento, sentar-se perto ou longe da professora, ser convidado para dançar a quadrilha, vestir a roupa mais bonita. E vai por aí, numa verdadeira corrida ao ouro da aprovação.

Ao crescermos, isso não melhora; ao contrário, piora e muito! Porém, vamos nos acostumando a tudo que existe e aí passamos a nem ver. E não vendo, não questionamos esta loucura que é nos pautarmos pelo que os outros, bem intencionados ou não, desejam para nós.

É natural, no entanto, que todos nos esforcemos para fazer o melhor possível, em tudo. Faz parte de nossa natureza evolucionista o acerto.
Refiro-me aqui a este olhar do outro sobre nós (o outro é todo aquele não - eu) que nos aprisiona, ao mesmo tempo em que nos enfraquece. Nunca ouvi contar de prisões que fazem homens mais fortes. Além do mais, ele nos distancia de nós mesmos, de nosso desejo, nosso sentido de vida, nossas escolhas, a tal ponto que diluímos o nosso querer sem sabermos mais a que nos propusemos. Há um diálogo maravilhoso no filme “As pontes de Madison” (se ainda não o viu vale a sugestão), no qual a personagem de Merril Strep, Francesca, num momento de decisão de caminhos, diz mais ou menos assim: – “Nós nos tornamos invisíveis enquanto nossos filhos crescem e depois, quando eles se vão, não sabemos mais o que queremos. O que é mesmo que desejávamos? Ninguém nunca nos perguntou...”

Se você reconheceu esta angústia que pode nos acometer vez por outra está na hora de se perguntar: o que é que eu quero? A reflexão decorrente que te leva à resposta será salutar do ponto de vista emocional, pois afastará você da depressão e o levará para mais perto de si mesmo e de sua boa estima.

Desta forma inauguraremos um outro conceito, que é o da auto–aprovação. Como o próprio nome nos diz, auto-aprovar é dar a si mesmo uma opinião favorável diante de suas atitudes. Isso não quer dizer que estas atitudes sejam fáceis, mas serão elementares, reflexos de minha consciência diante da realidade que a vida me apresenta. Sim ou não é simples de definir. Não quer dizer que seja fácil, facinho... Requer coragem, honra à palavra dada, discernimento e, sobretudo, enfrentamento da opinião alheia. Todos sabemos que a liberdade tem seu preço. Aliás, tudo tem seu preço. De graça nem o relógio trabalha, pois que o mesmo precisa ser adquirido antes! Resta saber o que estamos dispostos a pagar. Pagar a conta de nos aprisionarmos ao outro com enorme risco de não conseguirmos agradá-lo ou pagar a conta de nossa autenticidade? A cada um a resposta.
Diante desta perspectiva vale lembrar que Deus nos conhece a todos. Não somos anônimos perante Nosso Criador. E se estamos bem conosco e com Ele, tudo mais será lucro!


Revista Delfos

Por: Alcione Reis de Albuquerque, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.


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Auto-aprovação: por Alcione Reis de Albuquerque

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