Ensinar, por Espíritos Diversos
Punir e Educar
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Quando o telefone tocou Santiago não poderia imaginar a notícia que lhe seria
dada.
“Senhor Santiago?” – perguntou uma voz severa.
“Sim.” – respondeu apreensivo.
“Sou o delegado Lima. Seu filho Fábio foi preso em flagrante, minutos atrás,
quando furtava um CD de uma loja em um Shopping.”
Embora o delegado continuasse falando, nada mais foi registrado por Santiago.
O choque da notícia atingiu-o como um violento soco.
Ficou calado, segurando o telefone mesmo depois do término da ligação.
Não podia crer naquilo.
“Por quê?” – perguntava a si mesmo.
Enquanto dirigia-se para a delegacia onde estava detido o filho, pensava nos
sacrifícios que fizera ao longo dos anos para oferecer à família conforto e
bem-estar.
Longas e extenuantes jornadas de trabalho.
Anos e anos sem férias.
Economias e empréstimos bancários para garantir aos filhos tudo que lhes era
essencial e necessário para crescerem fortes e felizes.
Não podia lhes dar tudo o que queriam, mas fazia o possível para oferecer-lhes
tudo o que precisavam.
Priorizava a saúde e a educação dos pequenos.
Tratava-os com amor e com atenção, mesmo quando chegava tarde do trabalho e os
encontrava às turras e fazendo manhas.
Sabia que não era um pai perfeito.
Reconhecia em si mesmo defeitos e vícios, mas não conseguia encontrar
justificativa para a atitude do filho.
Por que Fábio teria feito aquilo?
Sentia-se mortificado de vergonha.
Seu filho, um ladrão!
Onde teriam ido parar os ensinamentos e os valores que acreditara ter incutido
na cabeça daquele menino?
A dor inicial foi cedendo lugar à ira, e quando Santiago chegou à delegacia e
foi levado à presença do filho não se conteve.
Sem dizer nenhuma palavra esbofeteou a face do rapaz na frente dos policiais que
ali estavam.
Fábio não reagiu, nem disse nada.
Lágrimas escorreram pelo seu rosto.
Depois dos procedimentos burocráticos inevitáveis, o rapaz foi liberado e eles
partiram silenciosos para casa.
Durante o trajeto nada foi dito.
Na realidade, Santiago estava arrependido pela sua reação brutal, mas não
conseguia encontrar uma forma de contornar a situação.
Fábio, por sua vez, estava envergonhado e sentia-se a última das criaturas.
Acreditava não ser merecedor nem mesmo do perdão do pai pelo seu gesto
impensado.
Quando chegou em casa, Fábio trancou-se no quarto.
Santiago largou seu corpo no sofá, pesadamente.
Levou alguns instantes para dar-se conta da urgente necessidade de conversar com
o filho.
Tomado por um impulso, correu até o quarto de Fábio e, como ele não respondia
aos seus chamados, arrombou a porta.
Graças à providência divina, chegou a tempo de evitar uma tragédia ainda maior.
A severa punição que infligira publicamente ao filho, e que agora atormentava a
sua própria consciência, estimulara o desequilibrado rapaz a buscar a fuga da
vida pelas vias equivocadas do suicídio.
Jamais puna quando estiver irado.
Nos momentos de raiva somos capazes de ferir até mesmo as pessoas que amamos.
A melhor forma de educar é fazer com que crianças e jovens repensem suas
atitudes e aprendam com os próprios erros.
Pense nisso!
Por: Momento Espírita, Texto extraido do site http://www.momento.com.br
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