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Páginas iniciais

Primeira história:

Sérgio, jovem executivo, tinha pela frente um grande desafio, cuja essência interferia e machucava as fibras mais profundas de sua alma. Aos 38 anos, seu currículo era o retrato de um executivo bem sucedido. As lutas do jovem acadêmico, a fase de dúvidas de trainee, os MBA’s de finais de semana, faziam parte do passado. O seu histórico profissional, sempre atualizado com novos cursos e treinamentos, agora se mostrava com o conteúdo ideal que qualquer profissional poderia almejar.

Sérgio era importante executivo de uma das melhores empresas do nosso país. Empresa esta preocupada com a ética, com a responsabilidade social e com o bem estar do seu pessoal. Empresa que rotineiramente se colocava - e se coloca - entre as 10 melhores do país em ambiente organizacional. Empresa que, inclusive, arcava com a despesa integral dos tratamentos psiquiátricos ou psicoterapêuticos de seus executivos, quando estes vinham a necessitar de tal evento. E era o que agora ocorria com Sérgio. Ele estava sob tratamento psicoterápico.

Qual o motivo desse tratamento psicoterápico?

Acontece que sua empresa, sempre preocupada em ser também modelo em gestão de pessoas, e com o intuito de “ofertar” aos seus executivos as melhores oportunidades de crescimento profissional, instituiu um famoso programa de diagnóstico de competências. Sérgio, a partir desse diagnóstico, passou a conhecer suas deficiências e “democraticamente” passou a ter prazos determinados para eliminá-las.

Começaram então os conflitos intrapessoais.

Trabalhava pensando em eliminar suas deficiências. Ia para casa pensando como cumprir com o prazo determinado.

Na realidade “parecia” não haver cobrança ostensiva do seu chefe imediato que, aliás, admirava a competência profissional de Sérgio. Seu chefe era pessoa amiga e conselheira e, quando o cobrava sobre a evolução do seu crescimento profissional, o fazia de forma educada. Mas a cobrança sutil e insistente estava sempre presente. Conclusão: hoje, Sérgio é um executivo que venceu várias de suas deficiências. Na nova pesquisa de competências ele evoluiu, está melhor de que antes, mas a alegria pelo trabalho já não é a mesma. O prazer pelo que fazia em sua atividade diminuiu sensivelmente. E, pior, produz menos do que antes, mas tem mais competência!!!

A história real de Sérgio (nome fictício) é a história de muitos “Sérgios” que estão sendo monitorados pelas deduções frias e implacáveis das pesquisas de competências e, pior ainda, recebendo orientações “lógicas e sensatas” que, geralmente, não respeitam o aspecto emocional do profissional, não obstante “parecer” que respeitam.

Caro leitor, desde já deixo claro que sou a favor das pesquisas de competências pertinentes, consistentemente elaboradas, que vejam o funcionário como um ser integral contemplado em variadas necessidades e valores bio-socio-psico-espirituais. Tenho consciência de que existem várias pesquisas de competências que respeitam e satisfazem estas condições. Mas esta minha conscientização não invalida as histórias dos muitos “Sérgios” e as histórias de muitas e muitas empresas que utilizam desses recursos de forma equivocada.

Segunda história:

Luzia, nome e história reais, jovem profissional de uma Agência de Publicidade, estava assistindo a um filme em um dos Shoppings tradicionais da cidade de São Paulo/SP. Escolhera aquela noite para poder espairecer da correria do dia-a-dia. Divertia-se na sala daquele cinema. Estava absorta nas imagens projetadas na imensa tela, quando de repente viu, em cena real, um jovem levantar-se abruptamente com uma arma na mão. Era uma metralhadora. Alterado emocionalmente, este jovem começou inexplicavelmente a atirar por várias vezes em direção ao público. Parecia cena de filme. Mas não era. Em meio à gritaria que se fez presente, de repente um dos projéteis atingiu violentamente Luzia. Encerrava ali uma vida. Tristemente.

Luzia, por estas lições que a vida nos passa, na tarde daquele dia, quando jamais imaginava que dali algumas horas iria perder sua vida, havia enviado um e-mail a vários dos seus amigos, de autoria de James Bell, com o seguinte conteúdo:

O paradoxo do nosso tempo
É que temos prédios cada vez mais altos
E a paciência cada vez mais curta.
Fazemos estradas cada vez mais largas,
Mas temos a visão cada vez mais estreita.
Analisamos muito e rimos pouco.
Compramos mais, mas temos menos.
E quando acumulamos posses,
Elas tomam o lugar dos valores.
Sabemos o que fazer para ganhar a vida
Mas não sabemos como viver.
Já tivemos coragem de ir à Lua, mas hoje
Temos medo de sair à rua com o carro.
Produzimos mais computadores,
Mais informações e nos
Comunicamos mal uns com os outros.
São tempos de “Fast-food”
E “slow digestion”.
De grandes homens com caráter pequeno.
Tempo onde o conhecimento tem aumentado
E o bom senso diminuído.
Um tempo onde a tecnologia pode
Transmitir rapidamente este e-mail,
E você pode escolher entre espalhar
A mensagem ou apertar “delete”.

Não veja na história real do Sérgio, caro leitor, uma crítica implacável às pesquisas e programas de desenvolvimento de competências. Essas pesquisas são necessárias. Mas veja sim, através da história real de Luiza e, principalmente da mensagem que ela deixou aos seus amigos, a importância do necessário equilíbrio.

Este é o caminho: equilíbrio.

Os líderes atuais, que são os que pelo seu posicionamento influem diretamente no ambiente organizacional, precisam ter a coragem de ser simples. Simplicidade e equilíbrio são as duas faces de uma mesma moeda. Não há equilíbrio sem simplicidade, e vice-versa. Neste complexo mundo em que vivemos, a simplicidade é a arte a ser desenvolvida e vivenciada. Projetos altamente burocratizados, mapas “disto”, mapas “daquilo” estão perturbando, pela sua complexidade, o equilíbrio das pessoas e das empresas.

É o equilíbrio entre as necessárias cobranças profissionais e a qualidade de vida do profissional, o grande mote deste início de século. A empresa que trabalhar com simplicidade conseguirá este equilíbrio e terá sempre profissionais realizados, dando o máximo de suas competências. E, o que é ótimo, trabalhando com e por prazer. Corrobora esta visão do necessário equilíbrio, o pensamento do consagrado consultor Stephen Covey, quando diz na revista Veja de 5 de janeiro de 2.005: “Os funcionários devem ser tratados daqui para a frente como pessoas completas, feitas de corpo, mente, emoções e espírito. Negar isso é condenar-se a não obter os vitais aumentos de produtividade.”

A intenção deste livro é sugerir como conseguir este equilíbrio. Não tenho a pretensão de ditar regras gerais de condutas e de procedimentos, mas, sim, estimular cada pessoa e cada empresa a empenharem-se para encontrar – com Alegria e Sentido – o seu caminho de forma única e pessoal.

A base para alcançarmos o que se denomina de uma “nova empresa” e de um “novo líder”, é alicerçada na visão mais atual possível da Espiritualidade humana e empresarial. O “novo líder” deverá de forma implícita passar a ser um “novo homem”.

Ficará claro ao leitor meu profundo respeito às suas atuais convicções, mas o livro não deixará de sugerir mudanças revolucionárias que implicarão, a quem as adotarem, o caminhar, com significado e realização, em direção a uma nova ordem empresarial e a uma nova postura humana, onde desafios altamente estimulantes serão o meio e um mundo melhor para todos será o fim.

Um significado.

As empresas surgem e surgiram em função de um significado, isto é, de uma “razão de ser”, de uma “razão de existir”. O significado é o estímulo que gera ações e empreendimentos.

As duas últimas décadas do milênio passado e o alvorecer deste novo milênio têm uma característica essencial: mostram que a natureza dos significados das empresas existirem está mudando. Uma revolução silenciosa e profunda está a caminho. Muitos ainda não estão enxergando este processo de mudança que está ocorrendo de forma acelerada.

É fato que significados fazem e cada vez mais farão parte do mundo corporativo. No entanto, enquanto a natureza dos significados desse passado bem recente forçou os líderes empresariais a se especializarem em apagar fogo, nesta nova natureza dos significados os líderes precisarão aprender a iniciar a fogueira.

A análise profunda desta nova natureza será determinante para as empresas e seus profissionais encontrarem um novo rumo, onde, encontrar uma causa para o trabalho e um significado para a vida, serão mais importantes do que o lucro pessoal. Aliás, o filósofo John Ruskin já dizia nos idos do século XIX que “a maior recompensa do nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma.”

A nova natureza dos significados é um dos temas deste livro. Compreendê-la significará a possibilidade de passarmos a ter uma nova empresa e um novo homem.

Iremos descobrir neste livro que nosso mundo empresarial deu muitas voltas para chegar a uma solução simples dos desafios relativos à vivência e convivência. Mas não nos iludamos, não será fácil para o mundo corporativo essa adaptação à nova natureza dos significados das empresas existirem. Simples, sim, mas fácil, não. O publicitário Washington Olivetto disse certa vez que “difícil é fazer o simples.” Aplicar o que denominamos de simples será difícil, mas, felizmente, possível.

Sabemos que, assim como o diamante, a verdade é eterna. Iremos descobrir que esta verdade eterna está escancaradamente nos induzindo a enxergar a vida profissional sob uma outra ótica.

Felizmente, e até mesmo para as empresas poderem sobreviver, um mundo melhor se avizinha.

No livro “Liderando a Revolução”, de Gary Hamel, Editora Campus, o autor relata: “Determinado CEO expressou-se nos seguintes termos: ‘Costumava passar boa parte de meu tempo preocupado com o como – como fazer as coisas, como operar, como ser eficiente. Agora, dedico quase todo o tempo a pensar no quê – que oportunidade, que parcerias constituir, que tecnologias pesquisar, que experiências iniciar’. ”

Este livro se enquadra no “quê” do parágrafo acima. Aqui você verá o que deve vivenciar na sua empresa e na sua vida pessoal/profissional para, de forma saudável, estar em sintonia com os novos desafios e os novos significados empresariais do terceiro milênio. Você verá em capítulos específicos “o que” deverá ser feito para melhorar consideravelmente o desempenho pessoal.

De forma rápida e objetiva é possível descobrir se sua empresa já está consciente da nova natureza dos significados empresariais.

Faça o teste.

a) Nossa linguagem de comunicação tem sido:

I - [ ] de conversão e submissão.

II - [ ] de conscientização e promoção.



b) Nossa política administrativa tem visado:

I - [ ] a estratégia de controle.

II - [ ] a estratégia de resultados.



c) Nosso gerenciamento operacional tem usado a ferramenta:

I - [ ] do autoritarismo decisório.

II - [ ] dos colegiados departamentais.

É muito grande a probabilidade de você não ter assinalado a segunda alternativa em todas as questões. Mas caso tenha assinalado sempre a segunda opção, que bom poder lhe dizer que sua empresa já está trilhando o caminho para alcançar a maioridade empresarial.

Um sonho realizável.

Este livro traduz um sonho possível de se tornar realidade: fazer das empresas um ambiente onde o funcionário, o cliente, o fornecedor, o acionista, a comunidade e a natureza sejam respeitados, valorizados e amados, e com isto a empresa venha a encontrar o seu verdadeiro caminho de instituição geradora de riquezas materiais e humanas, colaborando na formação da “mulher e do homem de bem”.

Alguém já disse que assim como o avião tem asas para voar, ele também tem o trem de pouso para chegar à terra firme.
Da mesma forma, neste livro não deixaremos nunca de utilizarmos do racional, isto é, estaremos com os pés no chão. Mas com os olhos nas estrelas!

Livro: COM OS OLHOS
Caros amigos e amigos-clientes, com prazer informo-lhes que entre março e abril estarei lançando meu novo livro, com o título COM OS OLHOS D'ALMA, Editora On Line.
A proposta do livro é exposta em suas págínais iniciais, que abaixo as transcrevo.


Por: Alkindar de Oliveira, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.


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