Ensinar, por Espíritos Diversos
Carta a Deus
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Eu gostaria de dizer algumas palavras a Deus ou ao autor dos
mecanismos punitivos que fazem o ser humano sofrer, seja quem for. São palavras
que visam atingir a essência dos motivos pelos quais tais mecanismos foram
criados:
Prezado Senhor da Vida,
Em primeiro lugar, não mais acho que a dor deva fazer parte dos mecanismos
corretivos. Não seria mais adequado ensinar pelo amor, mesmo considerando o grau
de ignorância da alma humana? A dor é uma espécie de alerta para que o ser
humano perceba que algo não está indo bem, porém não seria melhor colocar-lhe um
dispositivo que o lembrasse disso, mas que não lhe causasse a sensação de
sofrimento? Talvez uma luz devesse se acender em sua consciência lembrando-lhe
da necessidade de corrigir seu rumo ou então um mecanismo automático de
alteração da rota. A necessidade de conscientizar-se da alteração poderia também
ocorrer de tal forma que ele não precisasse repetí-la constantemente. Proponho
em substituição à dor, o amor, através de uma leve sensação da necessidade de
alterar as emoções, as idéias e os atos.
Em segundo lugar, gostaria de propor que as necessidades de castigar e
castigar-se sejam substituídas pela compreensão da própria natureza humana.
Nenhum mecanismo psíquico seria disparado para que o próprio ser humano se
punisse nem sentisse, pela projeção, necessidade de agredir outrem. A punição
visando o alívio da culpa seria substituída pela vontade firme de assumir as
consequências pelos equívocos cometidos.
Em terceiro lugar, gostaria de dizer que deveriam ser modificados os processos
dolorosos de sofrimento visando a educação da ignorância humana devido a
atitudes inadequadas em suas vidas sucessivas. Que evitasse, por exemplo, deixar
que mães vejam morrer seus filhos em tenra idade ou que o amor que alguém sente
o leve a morrer sem nenhuma forma de reciprocidade. Que a reencarnação não se
torne, como parece, um mecanismo de punição ao permitir alterações
significativas nos corpos e no psiquismo de alguns pobres espíritos que trazem
profundas marcas de nascença. Que, mesmo que seja necessário ao espírito vir com
alterações físicas decorrentes do uso inadequado de seu livre arbítrio, que isso
ocorra em etapas de tal forma que as alterações físicas sejam mínimas.
Em quarto lugar, sugiro que se altere o mecanismo corretivo daqueles que são
chamados de doentes mentais. Que possibilite o surgimento de alguma forma de se
detectar o que ocorre em seu íntimo, a fim de facilitar os processos de cura.
Que a doença mental não seja tão estigmatizante a ponto de alienar o indivíduo
por uma encarnação inteira, mas que proporcione meios de que aquilo cesse, mesmo
que recomece em outra existência física. Permita-me pedir algum mecanismo de
alívio e de percepção a nós outros que nos possibilite auxiliá-los, para que
sofram menos e aprendam mais.
Eu gostaria que certas palavras não mais existissem, mas sei que elas apenas
representam algo que é concreto e que se passa com o ser humano. São aquelas
palavras que denotam inferioridades,misérias e agressividades de qualquer
natureza. Peço Senhor, que dê uma ajudazinha para eliminá-las dos dicionários
após erradicá-las da natureza humana com a conquista do equilíbrio de suas
emoções, pensamentos, idéias e atos.
Eu gostaria, com Sua ajuda, de despertar nas pessoas os sentimentos mais nobres
que possam levá-las à FELICIDADE SEM CULPA. De dizer-lhes que o amor existe e
que a Vida pertence a Você, não necessitando medo de vivê-la, para que possam
fazer multiplicar sobre a Terra a esperança e a felicidade.
Sei também, Senhor, que o amor quando ocorre, consciente ou inconscientemente,
possibilita o despertar e a exteriorização de vibrações de criatividade
mobilizadoras das inclinações superiores da Vida. Peço-Lhe que me permita
alcançar a sabedoria necessária para despertar nos corações humanos o amor que
os levará à retirada da culpa e assim então possam conseguir a felicidade.
Eu gostaria, Senhor, que não tomasse minhas palavras como uma reclamação ou uma
incompreensão de Seus mecanismos educativos. Apenas proponho uma outra maneira.
Sei que Sua inteligência já deve ter pensado nisso e não escrevo achando que
possa ser diferente, mas quero Lhe dizer que assim procedo porque dói em mim
mesmo. Dói por não saber o que fazer para minorar o sofrimento humano e por me
sentir impotente diante de minhas próprias dores. Gostaria de contar com Sua
compreensão e que possa me responder o mais breve possível.
Por: Adenáuer Novaes, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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