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Guilhermano é nome fictício de personagem real, em situação comum nas reuniões mediúnicas. Durante certo tempo comparece irredutível em seus propósitos, mas, após reflexões e constatações que a própria vida vai proporcionando, cede de sua visão fixa em determinado ponto para igualmente entregar-se às maravilhas da fraternidade.
Entre tantos casos idênticos, variando detalhes – é óbvio –, alguém muito especial na vida desses sofridos personagens surge para recebê-los em seu momento de libertação e o encaminha para novos rumos de aperfeiçoamento e felicidade.
Com Guilhermano não foi diferente. Durante bom tempo, ignoramos se por vontade e sentimentos próprios ou induzido por terceiros, exerceu suas ações de perseguição a um simples tarefeiro espírita. Ferrenho e determinado em seus objetivos, o diálogo entre ambos era marcado pela compreensão do tarefeiro espírita e a teimosia de Guilhermano. Teimosia, diga-se de passagem, carregada de vibrações de ódio e um sem número de iniciativas que levaram a perturbação à vida pessoal e familiar do conhecido tarefeiro espírita.
Os anos correram. Os diálogos se repetiam em oportunidades variadas. Havia momentos de trégua e outros de grandes turbulências. Um desejava abraçar o outro, que não aceitava qualquer tipo de conciliação ou entendimento.
Numa das costumeiras reuniões, em momento de grande emoção, o dialogador – que era o próprio tarefeiro espírita – sugeriu ao espírito que desse uma trégua e o seguisse mais de perto em suas tarefas. Que o acompanhasse durante algum tempo para observar com atenção os objetivos das tarefas de divulgação a que se dedicava. Que ele aceitasse apenas por um tempo e que seria livre para continuar depois o que decidisse. Dada a sinceridade do momento, o Espírito perseguidor aceitou a sugestão.
Um bom tempo depois, num novo contato, um Espírito se apresenta e descreve suas lutas, seus equívocos. Comenta suas aflições, as perseguições que empreendeu, os tumultos e perturbações que provocou. Ao mesmo tempo, declara-se anteriormente cego e que não conseguia enxergar o mal que causava. Mas que agora sim, tinha compreendido... Estava arrependido, em meio a intensa emoção. E, por fim, declara-se ser aquele que aceitara a proposta de acompanhar o tarefeiro em suas atividades. E que numa atividade de explanação doutrinária, “caiu em si”, percebeu a extensão dos benefícios distribuídos pela palavra espírita; notou no ambiente uma multidão de outros espíritos necessitados, ali presentes em busca de paz e orientação. Percebeu a carência de luz, a busca aflitiva de consolo. E, nesta descoberta, uma luz imensa abriu-se e trouxe criatura querida de suas lembranças, que o arrebatou, resgatando-o de suas descontroladas emoções.
Apresentava-se agora desejoso de reconstruir os próprios equívocos. Sob forte emoção do grupo envolvido, o dialogador declara que “preciso muito de sua ajuda para juntos oferecermos alento, esperança, a tantos corações marcados pelo sofrimento, pelas aflições, pelas dúvidas..”. E ele, o perseguidor de antes, igualmente emocionado – emoção que o médium absorvia completamente –, com a firmeza característica com que já era conhecido nos tempos de ferrenho opositor, mas também com a sinceridade que transparecia por todos os poros, afirma que a partir de agora integra o esforço de espalhar a esperança e o consolo, lado a lado com o tarefeiro encarnado, para os que sofrem e se beneficiam com as bençãos da abordagem doutrinária alicerçada na vibração de amor e esperança.
Tornou-se um novo amigo da abençoada tarefa espírita.
O detalhe significativo é que ele foi tocado pelo afeto. O tema abordado na ocasião que o transformou, atraiu uma multidão de espíritos sedentos de esperança e atenção. Isso o tocou profundamente. Estando tocando nas próprias fibras, permitiu-se abrir a si mesmo e recebeu a ajuda que precisava.
Somente o amor é capaz dessas maravilhas. Somente a sinceridade, ainda que apresentada com deformidades verbais ou aparências nem sempre atraentes – mas transmitidas vibratoriamente –, consegue vencer o mal e recuperar dos equívocos nada mais nada menos que irmãos nossos. Criaturas como qualquer um de nós, mas que num momento de solidão, de abandono, de desespero, deixou-se envolver pelo ódio, fixando-se num ponto de sua trajetória e dele tornando-se escravo.
Por isso, vivas ao amor que une as criaturas.
Guilhermano, o novo amigo! Deus te abençoe, meu caro, pelo exemplo e firmeza de caráter, ainda que anteriormente equivocado. Tua firmeza garantiu sua transformação sincera de agora.


Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo próprio autor para publicação em nosso site


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