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Tristemente, Jesus fitando os céus, em prece,
Vê descer da amplidão o Arcanjo da Agonia,
Cuja mão luminosa e terna lhe trazia
O cálix do amargor, duríssimo e refece.

– “Se puderdes, meu Pai, afastai-o!...” – dizia,
Mas eis que todo o Azul celígeno estremece;
E do céu se desprende uma doirada messe
De bênçãos aurorais, de Paz e de Alegria.

Paira em todo o recanto a vibração sonora
Do Amor e o Mestre já na sede que o devora,
De imolar-se por fim nas aras desse Amor,

Sente a Mão Paternal que o guia na amargura,
E sublime na mais vivida, murmura:
– “Que se cumpra no mundo o arbítrio do Senhor!...”


Por: Olavo Bilac, Do livro: Parnaso de Além-Túmulo. Médium: Francisco Cândido Xavier


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