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Afinal, como poderemos definir com acerto o que é o Espiritismo?
Seria, por acaso, mais uma religião dentre tantas que por aí já existem?
Afirmo com absoluta certeza, que não; digo mais, o Espiritismo é muito mais que uma simples religião, pois bem sabemos que ele difere em muitos pontos da religião tradicionalmente constituída.

Não tem o corpo clerical tão comum nas tradicionais religiões, onde a hierarquia define a posição de cada indivíduo, passando este a exercer a sua função em conformidade com as normas e regras estabelecidas pelos superiores hierárquicos, não tendo direito de se opor aos ditames que lhes são impostos, por mais que discorde da resolução do poder maior.

No Espiritismo, não temos esse composto hierárquico e, por isso mesmo, o maior entre todos será aquele que der maior exemplo de humildade, simplicidade, conhecimento e respeitos às Leis Divinas, pois são esses os principais requisitos para se construir um conceito digno de um verdadeiro espírita, transmitindo confiança aos seguidores sinceros da concepção espírita.

Sabemos que a filosofia espírita, traz no seu cerne uma proposta pedagógica; diferenciando-se por isso mesmo das outras religiões, pois procura no esclarecimento do ser os motivos para o educar e instruir, na expectativa de que este ser mais aclarado sobre os seus deveres e direitos, possa melhor discernir na hora de decidir pelos valores do Espírito eterno, tão necessários à sua evolução no processo de crescimento moral espiritual.

Diante do proposto pelo Consolador Prometido por Jesus, todo aquele que se dispuser a abraçar seus preceitos, terá que antes de qualquer coisa, saber que o Espiritismo é composto pela tríade: ciência, filosofia, e religião, e que não se aprende espiritismo sem um sério e disciplinado esforço para se dedicar aos estudos da Codificação; não sendo suficiente ao aprendiz do Consolador freqüentar tão somente as palestras doutrinárias de uma casa espírita.

Deve ele, procurar desde cedo se inscrever em um dos grupos de estudos existentes na casa que freqüentar, buscando cada vez mais se aprofundar nos conceitos do espiritismo, e dedicar-se também em suas horas de folga ao estudo das obras espíritas independente dos estudos semanais na Instituição.

E para melhor entender os postulados contidos na Codificação, precisa estar em constante aprendizado em todas as áreas da ciência, não só às que falem exclusivamente da parte moral e religiosa da Doutrina, mas de todos os ramos científicos, pois que o espiritismo é antes de tudo a própria vida natural de seus adeptos em todos os sentidos.

Precisa entender que quanto mais conhecimentos adquirir, mais preparado estará para discernir com a ótica ampliada pela visão espírita sobre qualquer assunto, não mais medindo e pesando as atitudes dos seus semelhantes com o mesmo peso e medida de que fazia uso no passado, sem os esclarecimentos que só o espiritismo nos dá a conhecer.

Dessa forma, procurar dar a melhor utilização aos bens da terra, sem no entanto deixar-se escravizar por seus tesouros perecíveis, entendo que só precisamos deles enquanto por aqui estivermos; assimilando definitivamente, que só as virtudes do espírito imortal devidamente desenvolvidas nos poderão fazer companhia quando nos soar o momento da volta às paragens do mundo espiritual de onde viemos e que com certeza absoluta, todos voltaremos, mais cedo ou mais tarde.

Os Espíritos Superiores nos esclarecem que é preciso que promovamos primeiramente o nosso desenvolvimento intelectual, para que possamos melhor entender o benefício que as virtudes morais nos podem propiciar, e em conseqüência nos dedicarmos com empenho no investimento cada vez maior em nosso tesouro espiritual, em busca da nossa felicidade e perfeição.

Hoje, ainda damos testemunho diário de que não temos compreensão suficientemente das Leis de Deus, visto que quanto mais nos esclarecemos, mais buscamos tirar vantagens da ignorância daqueles com quem nos relacionamos, utilizando-nos dos conhecimentos adquiridos pela intelectualidade para produzir o mal e a desventura aos nossos semelhantes, atestando nossa inferioridade, visto que ninguém que carregue em si a benção da moral desenvolvida, pode fazer uso de procedimento tão reprovável.

É, necessário, a mudança urgente de postura, visando empenharmo-nos o mais e melhor possível, na utilização de tão sagrados instrumentos de crescimento, que jazem escondidos dentro de cada um de nós, evitando a estagnação de nosso Ser Espiritual; e despertarmos o quanto antes para a frutificação da atitudes dignas de um seguidor do Mestre de Nazaré, que dizemos ser.

A Doutrina Espírita é sempre atual, pois é progressiva, e está inserida nas Leis do Cosmo, como bem nos ensinaram os Imortais do Mundo Maior, no Livro dos Espíritos; e nos preceitua que a solução para os desafios e problemas da vida, está condicionada ao investimento, desenvolvimento e implantação em nosso planeta de forma adequada e urgente de apenas uma simples palavra que significa tudo: A Educação.

Por isso mesmo, os espíritos superiores, responsáveis pela implantação do Consolador prometido por Jesus, e supervisionado pelo próprio Mestre, nos trouxeram dois ensinamentos que para nós espíritas se reveste de fundamental importância para o nosso crescimento como seres eternos da criação:
“Espíritas amai-vos, este o primeiro ensinamento, espíritas instruí-vos, este o segundo. Esclarecem também que o Espiritismo não será a religião do futuro, mas sim, o futuro das religiões.

Que o Mestre de Nazaré nos conserve os corações alegres e unidos no objetivo comum de amar e servir.


Por: Francisco Rebouças, Texto enviado pelo próprio autor para publicação em nosso site


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