Ensinar, por Espíritos Diversos
Filhos
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Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O
corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o
Espírito já
existia antes da formação do corpo.Não é o pai quem cria o Espírito de seu
filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe,
no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para
fazê-lo progredir. Do item 8, do Cap. XIV, de "O evangelho Segundo o
Espiritismo".
Entre os casais, surge comumente o problema do abandono, pelo qual o parceiro
lesado é compelido à carência afetiva.
Criaturas integradas na comunhão recíproca, o afastamento uma da outra provoca,
naturalmente, em numerosas circunstâncias, o colapso das forças mais íntimas
naquela que se viu relegada a escárnio ou esquecimento. Justo observar que toda
criatura prejudicada usufrui o direito de envidar esforços na própria
recuperação.
Análogo princípio prevalece nas conjunções do sentimento, sempre efetuadas com
fins determinados em vista. O companheiro ou a companheira menosprezada no
círculo doméstico detém a faculdade de refazer as condições que julgue
necessárias à própria euforia, com base na consciência tranqüila.
Não existem obrigações de cativeiro para ninguém nos fundamentos morais da
Criação. Um ser não dispõe de regalias para abusar impunemente de outro, sem que
a vítima se veja espontaneamente liberta de qualquer compromisso para com o
agressor.
Em matéria afetiva, porém, se a união sexual trouxe filhos à paisagem terrestre,
é razoável que as Leis da Vida reconheçam na criatura lesada a permissão de
restabelecer a harmonia vibratória em seu mundo emotivo, logicamente dentro da
ética que sustenta a tranqüilidade da vida intima; entretanto, essas mesmas Leis
da Vida rogam, sem impor, às vítimas da deslealdade ou da prepotência que não
renunciem ao dever de amparar os filhos, notadamente se esses filhos ainda não
atingiram a puberdade que lhes traçará começo à compreensão dos problemas
sexuais que afligem a Humanidade.
Em sobrevindo semelhantes crises, haja no parceiro largado em desprezo uma
revisão criteriosa do próprio comportamento para verificar até que ponto haverá
provocado a agressão moral sofrida e, embora se reconheça culpado ou não, que se
renda, antes de tudo, à desculpa incondicional, ante o ofensor, fundindo no
coração os títulos ternos que tenha concedido ao companheiro ou à companheira da
comunhão sexual no título de irmão ou de irmã, de vez que somos todos espíritos
imortais, interligados perante Deus, através dos laços da fraternidade real.
Aprenda o parceiro moralmente danificado que só pelo esquecimento das faltas uns
dos outros é que nos endereçaremos à definitiva sublimação e que nenhum de nós,
os filhos da Terra, está em condições de acusar nos domínios do sentimento,
porquanto os virtuosos de hoje podem ter sido os caídos de ontem e os caídos de
hoje serão possivelmente os virtuosos de amanhã a quem tenhamos talvez de rogar
apoio e bênção, quando a Justiça Eterna nos venha descerrar a imensidão de
nossos débitos, acumulados em existências que deixamos para trás nos arquivos do
tempo. Homem ou mulher em abandono, se tem filhos pequeninos, que se voltem,
acima de tudo, para essas aves ainda tenras do pábulo doméstico, agasalhando-as
sob as asas do entendimento e da ternura, por amor a Deus e a si mesmos, até que
se habilitem aos primeiros contactos conscientes com a vida terrestre, antes de
se aventurarem à adoção de nova companhia; isso porque podem usar a atribuição
natural que lhes compete, no que se refere a possíveis renovações, sem se
arriscarem a agravar os problemas dos filhos necessitados de arrimo e sem
complicarem a própria situação perante o futuro.
Por: Emmanuel, Do livro: Vida e Sexo. Médium: Francisco Cândido Xavier
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