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Diziam ser uma adolescente sem futuro. Desde cedo seus dias eram gastos em drogas e promiscuidade.

Tinha apenas dezesseis anos. Como poderia a mãe desistir de uma vida diferente para sua filha?

Ela desejava que Kátia estudasse, adentrasse os bancos universitários, abraçasse uma profissão, se tornasse uma pessoa útil para a sociedade.

No entanto, as reclamações na escola se sucediam. A jovem não comparecia às aulas, não apresentava as tarefas, muito menos se dedicava aos livros.

Era um caso perdido.

Contudo, um dia, durante uma agressão, ela feriu outro jovem e foi presa.

No julgamento, de uma forma inesperada, várias pessoas falaram a seu favor. Sua melhor amiga, aquela a quem ela confidenciava suas dores e suas loucuras.

Os pais dessa amiga que a haviam acolhido em seu lar, mais de uma vez, em dias muito ruins.

Considerando, além disso, algumas atenuantes, entre elas ter sido considerado o ato como legítima defesa, Kátia recebeu a penalidade de prestar um ano de serviço comunitário em um lar de idosos.

O julgamento, a perspectiva de uma pena muito dura, tudo a apavorara.

Pareceu despertar e no lar no qual passou a cumprir a sua pena, várias vezes na semana, encontrou um dos idosos a quem, em especial, se dedicou.

Para ele, ficava horas a ler. Era um senhor muito culto e, igualmente afeiçoando-se àquela jovem, foi sugerindo a pouco e pouco, novas ideias.

Tudo de uma forma quase lúdica em que discutiam a respeito das ações felizes ou infelizes dos personagens dos livros que ela lia para ele.

Kátia sentiu-se estimulada a estudar e suas notas, de forma incrível, no semestre seguinte, foram as melhores da turma.

Incentivada por Léo, ainda, ela se preparou para as provas que lhe dariam direito a adentrar a Universidade, definindo-se pelo Curso de Sociologia.

A transformação, a princípio, pareceu para a mãe e os amigos, ser fingimento. Mas, ao final, constataram que ela realmente se modificara.

A vida é assim. Tudo são oportunidades. Até mesmo algum revés, parecendo uma infelicidade, pode render bons frutos.

E também nos fala que nunca devemos desistir da renovação de nossos filhos.

Poderemos ter filhos irresponsáveis, marcados por desequilíbrios de comportamento, até cruéis.

São esses, em verdade, os que mais necessitam da assistência e compreensão materna e paterna.

Acreditemos que um dia tudo se resolverá. Nem sempre como idealizamos mas, com certeza, chegará para eles o momento de reformulação.

Qualquer um de nós que viva essa agonia de ter um filho de comportamento antissocial ou atormentado por ações infelizes, continuemos amando-o.

Mais do que nossas palavras, necessita do nosso exemplo de honradez, honestidade, esforço no bem.

Entreguemo-nos nas mãos de Deus, e continuemos a abençoá-lo com nossa presença, com nossa mensagem de reeducação, de orientação, que jamais se perderá.

Nosso filho problema grave, lembremos, é antes de tudo filho de Deus.

Um dia, ele abrirá os olhos, contemplará nossos esforços e mudará o rumo da própria vida.

Prossigamos confiando!


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17, do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, ed. FRÁTER. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=6491&stat=0.


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