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Quanto vale um burro de carga? Se você já viu algum deles deve ter notado que, quase sempre, ele anda de cabeça baixa, mais ou menos devagar, e sempre para onde os outros querem. Não reclama. Só obedece.

Pois esta história se passou na cocheira de um famoso palácio real, no tempo em que não havia automóveis.

Os demais cavalos viviam caçoando do burro de carga. O cavalo árabe se gabava da maneira como era acariciado pelas mãos das princesas, depois de vencer as corridas. O burro, coitado, esse só devia conhecer o chicote, no lombo maltratado.

O potro inglês erguia a cabeça, com orgulho e dizia que o burro era um burro mesmo. Nem tinha condições de avaliar a diferença entre eles, cavalos de raça e ele próprio, um sem nome.

Outro cavalo, de origem húngara, o chamava de covarde. Imagine! Ele não dera nem um coice ao ser amansado. Simplesmente se deixara conduzir, montar, e atrelar a uma carroça com pesada carga.

E o jumento espanhol dizia se envergonhar de ser seu parente próximo.

O burro ficava quieto. Durante muito tempo, ele puxara pesados fardos, de um lado a outro. Agora, estava na cocheira porque o resolveram aposentar. Estava ficando velho e diziam não aguentar carga muito pesada.

Certo dia, um grande alvoroço aconteceu quando o rei apareceu na cocheira, com seu manto real e sua coroa de ouro na cabeça.

Ele queria um animal dócil e educado, que merecesse absoluta confiança. O empregado ofereceu o cavalo árabe. Mas o rei disse que ele servia só para corridas e festejos sem muita importância.

E o potro inglês? Ah, esse era muito irrequieto. Servia para a caça somente.

Quem sabe o cavalo húngaro? Não, foi logo falando o rei. Ele é muito bravo e sem educação. Talvez possa servir como pastor de rebanhos. Não para a importante missão que estou pensando.

O empregado não sabia o que fazer. Estava começando a ficar preocupado. Afinal, o rei tinha rejeitado os cavalos mais bonitos, soberbos e ágeis.

Lembrou-se do jumento. Mas o rei conhecia muito bem todos os seus animais e foi logo dizendo que o jumento espanhol era manhoso e não merecia confiança.

Não sobra mais nenhum, disse o empregado.

O rei pensou um pouco, estalou os dedos e perguntou:

Onde está o burro de carga?

O próprio rei o puxou para fora, com carinho. Mandou colocar os emblemas da casa real e um manto vermelho, vistoso, sobre ele.

Quando o animal estava pronto, até bonito ficou e sorriu. Sentiu-se importante e emocionado.

O que será que o rei teria para ele transportar? Que carga preciosa lhe seria confiada?

Em breves minutos, o rei trouxe o filho, ainda menino, e o confiou ao burro de carga, para uma longa viagem.

Assim também acontece na vida. Em todas as ocasiões, temos um grande número de conhecidos, companheiros.

Mas, somente nos prestam serviços de real utilidade, nos momentos mais difíceis, aqueles que são os nossos verdadeiros amigos. Aqueles que aprenderam, ao longo da vida, a servir e sofrer, a suportar cargas pesadas, sem pensar muito em si mesmos.

Bom é ter amigos nos quais se possa confiar, sem limites. Melhor ainda é ser um amigo leal, com quem os outros possam contar, a qualquer hora, a qualquer momento, para o que precisarem.

Pensemos nisso!


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base no cap. O burro de carga, do livro Alvorada cristã, pelo Espírito Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4379&stat=0


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