Ensinar, por Espíritos Diversos
Testamento Natural
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Por muito aspire o homem ao isolamento pertencerá ele à coletividade que lhe
plasmou o berço, da qual recebe influência e sobre a qual exerce influência a
seu modo.
Alguém pode, sem dúvida, retirar-se da atividade cotidiana com o pretexto de
garantir-se contra os erros do mundo, mas enquanto respira no mundo, ainda que o
não deseje, prossegue consumindo os recursos dele para viver.
Qualquer pessoa, dessa forma, deixa ao desencarnar, a herança que lhe é própria.
No que se refere às posses materiais, há no mundo testamentos privados,
públicos, conjuntivos, nuncupativos, entretanto, as leis divinas escrituram
igualmente aqueles de que as leis humanas não cogitam, os testamentos naturais
que o espírito reencarnado lega aos seus contemporâneos através dos exemplos.
Aliás, é preciso recordar que não se sabe, a rigor, de nenhum testamento dos
miliardários do passado que ficasse no respeito e na memória do povo, enquanto
que determinados gestos de criaturas desconsideradas em seu tempo são
religiosamente guardados na lembrança comum.
Apesar do caráter semilendário que lhes marcam as personalidades, vale anotar
que ninguém sabe onde teriam ido os tesouros de Creso, o rei, ao passo que as
fábulas de Esopo, o escravo, são relidas até hoje, com encantamento e interesse,
quase trinta séculos depois de ideadas.
A terra que mudou de dono várias vezes não é conhecida pelos inventários que lhe
assinalaram a partilha e sim pelas searas que produz.
Ninguém pode esquecer, notadamente o espírita, que, pela morte do corpo, toda
criatura deixa a herança do que fez na coletividade em que viveu, herança que,
em algumas circunstâncias, se expressa por amargas obsessões e débitos
constringentes para o futuro.
Viva cada um, de tal maneira que os dias porvindouros lhe bendigam a passagem.
Queira ou não queira, cada criatura reencarnada, nasceu entre dois corações que
se encontram por sua vez ligados à certa família – família que é célula da
comunidade.
Cada um de nós responde, mecanicamente, pelo que fez à Humanidade na pessoa dos
outros.
Melhoremos tudo aquilo que possamos melhorar em nós e fora de nós.
Nosso testamento fica sempre e sempre que o mal lhe orienta os caracteres é
imperioso recomeçar o trabalho a fim de corrigi-lo.
Ninguém procure sonegar a realidade, dizendo que os homens são como as areias da
praia, uniformes e impessoais, agitados pelo vento do destino.
A comunidade existe sempre e a pessoa humana é uma consciência atuante dentro
dela.
Até Jesus obedeceu a semelhante dispositivo da vida.
Espírito identificado com o Universo, quando no mundo, nasceu na Palestina e na
Palestina teve a pátria de onde nos legou o Evangelho por Testamento Divino.
Por: André Luiz, Do site: http://www.oespiritismo.com.br/textos/ver.php?id1=284, Médium: Francisco Cândido Xavie
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