Ensinar, por Espíritos Diversos
Noite Inexcedível
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Vivia-se o período da supremacia do poder absoluto sobre as pessoas e as
nações.
O ser humano era, de alguma sorte, alimária submetida ao jugo das paixões dos
conquistadores impiedosos e dos regimes perversos.
Os direitos repousavam nos poderes execrandos que não distinguiam justos de
injustos, nobres de serviçais, todos colocados na mesma lixeira de degradação
gerada pelos fâmulos das glórias mentirosas de um dia.
A Terra estorcegava sob as legiões romanas que, embora tolerassem alguns cultos
dos vencidos e as suas tradições, estorquiam ao máximo todas as possibilidades
de sobrevivência, mediante impostos absurdos e perseguições sem nome.
Esplendia o Império em glórias da literatura, da arte, da beleza, mas,
sobretudo, da guerra.
Espalhadas, praticamente, por quase todo o mundo conhecido, não havia fronteiras
para delimitar o poder de Roma, que se assenhoreara do planeta através das suas
forças poderosas.
Antes desse período, Alexandre Magno, da Macedônia, Ciro, rei dos persas,
Aníbal, o cartaginês e outros sicários dos povos haviam passado, deixando
rastros de destruição e de desgraça, assinalando as suas conquistas com o pesado
tributo das vidas que eram arrebatadas.
O mundo sofria a opressão dos mais perversos e a lei era sempre aplicada pelas
armas de aniquilamento das vidas.
Israel havia perdido a direção do seu pensamento vinculado ao Deus único,
padecendo as injunções arbitrárias dos seus governantes insanos, encontrando-se
sob o jugo de Herodes, o Grande, que nem sequer era judeu, mas idumeu. Tentando
harmonizar a sua origem com a raça hebreia, casou-se com Marianne, de origem
hasmoniana, filha de nobre sacerdote do Templo, a quem mandou matar por
inconcebível suspeita de adultério, como fizera com alguns dos seus próprios
filhos, temendo que lhe tomassem o poder.
Tentando diminuir os ódios da raça que administrava, encarregou-se de embelezar
o Templo, adornando-o com uma parreira de ouro maciço numa das laterais de
entrada, e continuando a construção grandiosa, que seria derrubada por Tito, no
ano 70 d. C., não ficando pedra sobre pedra.
O seu execrando governo deixou marcas inapagáveis de imoralidade e de perversão
por toda parte, facultando que o povo sofresse todos os tipos de perseguição e
aumentasse a sanha dos ódios entre as diferentes classes.
A religião descera ao fundo do poço do desrespeito às leis mosaicas e às
tradições proféticas, tornando-se um negócio rendoso que engabelava os
frequentadores do Templo de Jerusalém e das sinagogas, mais caracterizados pelos
formalismos do que, realmente, pelo significado espiritual que desaparecera
quase em totalidade.
Raros, eram os sacerdotes escrupulosos e respeitáveis, porquanto a imensa
maioria se encontrava mancomunada com os governantes em lamentáveis
conciliábulos de exploração da ignorância e da superstição.
* * *
É nesse clima de hostilidades e no surgimento de uma fase nova na governança do
Império romano, que nasceu Jesus.
Contrastando com as construções luxuosas e as hospedarias erguidas no fausto e
na ostentação, Ele veio ter com a Humanidade numa gruta modesta de calcário nas
cercanias de Belém, numa noite arrebatadora de estrelas fulgurantes em
verdadeira orquestração de luzes.
Ao invés da presença da elite em torno do seu berço e dos destacados
administradores do país, esteve cercado pelos pais e pelos animais domésticos
que dormiam na modesta brecha da Natureza.
O vento frio que soprava no exterior não perturbava o aquecimento pela fogueira
no pequenino espaço em que Ele dormia.
Nada obstante, uma insuperável musicalidade angélica esparzia as vibrações
harmônicas em toda parte, anunciando a chegada à Terra do Seu Rei e Senhor.
Nunca mais o opróbrio ganharia prêmios nem se destacaria nas comunidades
humanas, porque Ele viera para que os oprimidos experimentassem o arrebentar das
grilhetas, os vencidos pudessem respirar o ar balsâmico da liberdade, os
infelizes tivessem ensejo de cultivar a esperança e os abandonados recebessem
carinho onde quer que se encontrassem.
Jesus foi o Homem que demarcou a História com a Sua presença, assinalando-lhe
todos os fastos antes e depois da Sua estada entre nós.
Mais tarde, atendendo às injunções tradicionais, Seus pais levaram-nO ao Templo,
onde foi reconhecido como o Messias e distinguido por Simeão e Ana que logo O
identificaram.
Ainda jovem, retornou ao grande santuário durante as celebrações da Páscoa, que
mais tarde se tornarão trágicas, enfrentando os astutos sacerdotes num diálogo
extraordinário, a todos confundindo com a Sua palavra excepcional.
(...)E, posteriormente, saiu a ensinar o amor e a vivê-lo em toda a sua gloriosa
dimensão, modificando a paisagem humana do planeta que, embora ainda não haja
absorvido todos os Seus ensinamentos, caminha, inexoravelmente, para o clímax
após a transição que hoje experimenta.
Jesus não é um símbolo da grandeza do amor, mas o Amor mesmo em nome do Pai,
alterando a legislação dos homens, sempre interesseiros, e da governança,
invariavelmente injusta, em novas condutas para a felicidade dos povos.
Sob todos os aspectos considerados, é excepcional o Seu ministério terrestre e
incomparável a Sua dedicação.
Ruiu o Império Romano, outros o sucederam, modificaram-se as organizações
terrestres, a Sua doutrina foi ultrajada pelos interesses mesquinhos dos infiéis
seguidores, mas ela permanece imutável na mensagem moral de que se reveste,
renascendo sob outras formas de dedicação e de caridade, como caminhos de
autoiluminação e de vida para todas as criaturas.
Logo mais, celebrar-se-ão as festas evocativas daquela noite inexcedível.
Faze silêncio de oração e deixa-te mimetizar pelo psiquismo do Mestre a quem
amas, dedicando a tua existência ao serviço de amor, nestes tormentosos dias da
Humanidade.
Não permitas que o Natal seja apenas uma festa vulgar de trocas de presentes e
de comilanças, mas, sobretudo, de espiritualidade, contribuindo para que a dor
seja menos sofrida e o desespero ceda lugar à alegria em memória dEle, o
Conquistador inconquistado.
Por: Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de setembro de 2011, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=269
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