Ensinar, por Espíritos Diversos
A Nessecidade da Vida Social
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“Porque nenhum de nós vive para si”. (Paulo aos Romanos,14:7)
Na Natureza tudo se serve, tudo se encadeia, desde o ser mais simples até o mais
evoluído. O sol atende ao seu sistema fornecendo luz e calor para promover uma
reação que mantém os elementos vitais em circulação, sustentando a vida em todos
os planetas. Os planetas em suas órbitas, se posicionam de tal forma, que um
mantém o equilíbrio do outro, além do seu próprio, obtendo uma harmonia em todo
o sistema.
Para que tenhamos a eletricidade necessitamos de um rio com volume de água
suficiente para movimentar a usina geradora de energia elétrica. Para manter a
água necessária precisa-se da chuva. Para que a eletricidade chegue ao seu
destino são necessários fios condutores e assim por diante. Tudo isso
funcionando em perfeita sintonia nos fornece a energia suficiente para mantermos
nossos lares com iluminação e todos os aparelhos eletrodomésticos que nos servem
em nosso dia a dia.
Hoje, com a tal globalização, os países envolvidos necessitam manter suas
economias atualizadas e equilibradas, porque se algum deles provocar alguma
anomalia, todos os outros sentirão o efeito negativo. Caso contrário, tudo
estará bem e funcionará normalmente, com as populações desses países tendo
empregos, alimentos e conforto. Pois é, assim temos exemplos de como cada um de
nós deve agir para manter o nosso próprio equilíbrio e de todos aqueles que nos
rodeiam e vivem em função de nós.
Em O Livro dos Espíritos, os Espíritos, em resposta às questões 766, 767 e 768,
afirmaram: “A vida social está na Natureza. Deus fez o homem para viver em
sociedade. Deus não deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades
necessárias à vida de relação.” “O isolamento absoluto é contrário à Lei
Natural, pois os homens buscam a sociedade por instinto e devem todos concorrer
para o progresso, ajudando-se mutuamente.” “O homem deve progredir, mas sozinho
não o pode fazer porque não possui todas as faculdades: precisa do contato dos
outros homens. No isolamento, ele se embrutece e se debilita”. O Codificador em
nota a essas respostas, acrescenta: “Nenhum homem dispõe de faculdades completas
e é pela união social que eles se completam uns aos outros, para assegurarem seu
próprio bem-estar e progredirem. Eis porque, tendo necessidade uns dos outros,
são feitos para viver em sociedade e não isolados.”
Podemos observar, assim, que a sociedade necessita de criaturas que cooperem
umas com as outras para que o progresso geral se estabeleça. Dizem os Espíritos
em resposta à questão 785 de O Livro dos Espíritos, que os maiores obstáculos ao
progresso são o egoísmo e o orgulho, referindo-se dessa forma ao progresso
moral, porquanto, o intelectual se efetua sempre.
O egoísmo e o orgulho extremados quebram a harmonia entre os homens, pois são
eles que entravam o progresso moral, provocando as discórdias, as malevolências,
os ciúmes, os sofrimentos atrozes etc., chegando a afastar o homem da vida
social, levando-o à ruína. Para compreendermos o efeito negativo do egoísmo e do
orgulho, buscamos o livro Fábulas e Lendas de Leonardo da Vinci, uma adaptação
do conto “A árvore orgulhosa”. Diz ele:
“No meio de um jardim, junto a muitas outras árvores, havia um lindo cedro.
Crescia a cada ano que passava, e seus galhos eram muito mais altos do que os
galhos das outras árvores.
Tirem daí essa castanheira! — disse o cedro, inchado de orgulho ante a sua
própria beleza. E a castanheira foi removida.
Levem embora aquela figueira! — disse o cedro. — Ela me incomoda. — E a figueira
foi arrancada.
Tirem as macieiras! — prosseguiu o cedro, erguendo alto a sua bela cabeça. E as
macieiras se foram.
Assim, o cedro fez com que uma a uma todas as outras árvores fossem arrancadas,
até ficar sozinho, dono do grande jardim. Um dia, porém, houve uma forte
ventania. O lindo cedro lutou com todas as forças, agarrando-se à terra com suas
longas raízes. Mas o vento, sem outras árvores para detê-lo, dobrou e feriu o
cedro e, finalmente, com grande estrondo, derrubou-o ao chão.”
O contrário de tudo isso são a caridade e a humildade. Esses são os elementos
positivos do progresso e que levam o homem à solidariedade. Todo homem que
possui essas qualidades sabe amar, servir e se relacionar com os outros homens,
como Jesus ensinou; esse homem sabe, ainda, sorrir para o seu semelhante e passa
seus conhecimentos, sem constrangimento, a todos aqueles que dele necessitam.
Sabe que é uma peça importante do grande mecanismo Universal e se coloca sempre
à disposição sem se exaltar, procurando estar em contato permanente com as
outras criaturas oferecendo de si e recebendo dos outros sem nenhum interesse
que não o de servir. Ao contrário do cedro que caiu, por ser egoísta e orgulhoso
e, conseqüentemente anti-social, o homem caridoso e humilde consegue o suporte
do bem que distribui, por meio da solidariedade, sendo mais difícil a sua queda.
Conta uma lenda de tradição judaica que: “Numa região longínqua, viviam alguns
homens que passavam muita fome porque tinham os cotovelos voltados para dentro e
as mãos voltadas para fora. Portanto não podiam dobrar os braços em direção à
boca porque não tinham flexão e assim não se alimentavam. Os pobres homens
estavam à mingua, desnutridos e fatalmente condenados a morrer de inanição. O
mais idoso, cheio de sabedoria, passou a estudar um meio de solucionar o
problema. Eis a solução: já que, tendo os cotovelos voltados para dentro e as
mãos espalmadas para fora poderiam colocar o alimento na boca dos outros e assim
não passariam mais fome. O regime de solidariedade resolveu a questão.”
Assim, somos nós. Todos possuímos defeitos e qualidades, temos o caráter
diferenciado um do outro, pois, como disse Kardec, ninguém dispõe de faculdades
completas e é pela união social que vamos nos completando mutuamente,
assegurando nosso próprio bem-estar e progredindo juntos, já que é complicado
seguirmos sozinhos. Necessitamos ser solidários, para termos uma boa relação.
Cooperemos, então, uns com os outros e sigamos com Jesus para a nossa evolução,
pois, como disse o apóstolo Paulo, nenhum de nós vive para si.
Por: Élio Miolo, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.
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