Prece dos Obreiros, por José Silvério Horta
Amor ‘blinda’ casais ao charme alheio, diz pesquisa
Uma pesquisa da Universidade da Califórnia indicou que pessoas apaixonadas se tornam mais indiferentes aos encantos de pessoas estranhas ao relacionamento.
A teoria de que emoções profundas são capazes de "cegar" os casais românticos sugere que o amor tem uma função distinta do desejo em um relacionamento, disseram os cientistas.
O experimento, feito em parceria com uma empresa de relacionamentos e divulgado na edição desta quarta-feira da revista New Scientist, envolveu 120 estudantes de ambos os sexos em relacionamentos longos.
Cada um recebeu uma foto de uma pessoa bonita, mas desconhecida. Depois os
estudantes foram separados em grupos, cada um com uma "tarefa emocional":
escrever sobre seu envolvimento amoroso com o parceiro, escrever sobre desejo
sexual em relação ao parceiro, ou escrever sobre qualquer tema.
Aqueles que escreveram sobre amor se lembraram de menos detalhes sobre as
pessoas das fotos do que os que escreveram sobre os outros temas.
"Mostramos que sentir amor por um parceiro romântico facilita a supressão de
pensamentos em parceiros atraentes", escreveram os pesquisadores, em um artigo
na revista científica Evolution and Human Behavior.
"O amor, mas não o desejo sexual, resultou em maior compromisso com o parceiro
durante o estudo."
"Os resultados sugerem que o amor tem uma função diferente da do desejo, podendo
funcionar como um ‘mecanismo de compromisso’ em um relacionamento."
Os cientistas especulam que este comportamento pode ter evoluído no ser humano
para garantir às crias de um casal um cuidado maior.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 19 de março de 2008.
Carlos Miguel Pereira* comenta
Esta notícia convida-nos a realizar uma profunda reflexão sobre o real
significado do amor e as diferenças existentes em relação àquilo que é chamado
de paixão ou desejo.
Em "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, na questão 939, os Espíritos
esclarecem:
"Há duas espécies de afeição: a do corpo e da alma, e toma-se freqüentemente uma
pela outra. A afeição da alma, quando é pura e simpática, é durável; a do corpo
é passageira. Eis por que muitas vezes os que pensavam se amar com um amor
eterno se odeiam quando acaba a ilusão."
A paixão é a afeição do corpo que nos fala a citação de "O Livro dos Espíritos".
A paixão é desejo, instinto, sensação. É a necessidade possessiva de algo,
tornando secundário o que não seja a conquista do objetivo traçado. É como se
duas metades finalmente se estivessem a encontrar. Juntas, essas metades
sentem-se uma só e separadas parece que lhes falta o essencial. Quando alguém se
apaixona é como se encontrasse tomado por uma ilusão, parecendo ter atingido o
pico do Everest quando ainda está a iniciar a árdua escalada. Julga-se completo
e inteiramente feliz, mesmo que tudo à sua volta esteja desfeito, não
conseguindo perceber carências de qualquer espécie, nem necessidades de evolução
ou aperfeiçoamento.
Apaixonarmo-nos é uma experiência fantástica, mas tem um problema: Se a sensação
e o prazer forem o seu único carburante e não for acompanhada de uma qualidade
de sentimentos que a substancie, a paixão é efémera e temporária! Isto é
problemático porque muita gente é viciada em paixão e, não compreendendo este
fato, vive constantemente à procura de alimentar a fantasia e a ilusão.
Nós vivemos numa época que privilegia o simplismo. Tudo é bom se for simples,
rápido e acessível. Neste contexto social, a paixão é ótima porque é fácil,
fugaz e até descartável; Pelo contrário, o amor é péssimo pois é difícil, dá
trabalho e exige comprometimento.
A paixão é preguiçosa, não requer um esforço extraordinário. Mas sem esse mesmo
esforço e dedicação não é possível vivenciar o verdadeiro amor, porque o amar é
trabalhoso, exige vontade, compromisso e construção contínua. Amar alguém não
significa a existência de sacrifícios de qualquer espécie. Quem faz sacrifícios
não ama porque a existência do sacrifício implica a idéia de que é um ato que
não desejamos fazer e apenas o fazemos contrariados. Uma mãe que passa meses num
hospital a acompanhar o seu filho doente não está a fazer qualquer sacrifício,
mas antes a amar com todo o seu Espírito. Dadas as circunstâncias, não existe
outro lugar do mundo onde essa mulher preferisse estar. Ignora as suas
necessidades e interesses, não por sacrifício, mas porque é essa a sua vontade.
Quem, por vontade própria e por dedicação, decide exceder os seus limites por
alguém, está a vivenciar verdadeiro amor. Não temos de amar, mas nós escolhemos
amar. Amar é sermos capazes de, por alguém, darmos um pouco mais de nós,
expandir a nossa alma. O verdadeiro amor nos casais românticos, manifesta-se:
Pelo desejo de união; pelo apreço pela companhia; pelo respeito pela
individualidade do seu parceiro; na vontade de, pelo outro, exceder os próprios
limites; no trabalho conjunto pela sua evolução intelectual, moral e espiritual;
e no desejo de transformar essa união num laço de afinidade para toda a
eternidade.
A conclusão da investigação em análise na notícia vem ao encontro desta nossa
reflexão. O amor existente num casal romântico, pedra basilar num relacionamento
que se pretende firme e duradouro, é fruto de incontáveis evoluções da espécie
humana e do nosso Espírito, e está em permanente sublimação. Os instintos e as
sensações, predominantes noutros tempos e épocas, dão agora lugar ao sentimento.
Não significa isto que estas características tenham desaparecido, já que elas
são naturais no ser humano, antes requerem controle e equilíbrio para que possam
ser utilizadas em nosso proveito físico e da nossa evolução espiritual.
* Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do
Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade
por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.
Fonte: Espiritismo.net
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Datas Importantes do Espiritismo
DEZEMBRO
02/12/1886 – Data de nascimento de José Petitinga, conhecido espírita baiano.
Nesta mesma data nasceu na Tchecoslováquia Frederico Figner que se tornou
diretor da Federação Espírita Brasileira.
02/12/1868 – Data de desencarne do responsável pela primeira edição das obras
básicas da codificação, o livreiro Didier.
04/12/1935 – Data do desencarne do criador da metapsíquica, Charles Richet.
10/12/1944 – Data de fundação da Cruzada dos Militares Espíritas.
10/12/1874 – Data do nascimento de um dos maiores tribunos espíritas: Manuel
Viana de Carvalho.
11/12/1761 – Data de nascimento de Joanna Angélica, em Salvador, Estado da
Bahia. São bastante conhecidas suas obras trazidas através da mediunidade de
Divaldo Pereira Franco, sob o nome de Joanna de Angelis.
15/12/1859 – Nasce Lázaro Luiz Zamenhof, o criador do Esperanto.
18/12/1903 – Data do desencarne de Augusto Elias da Silva, fundador da revista
Reformador e um dos fundadores da FEB.
24/12/1900 – Data do nascimento de Yvonne do Amaral Pereira.
24/12/1872 – Data de nascimento do esperantista Francisco Waldomiro Lorenz.
25/12/1915 – É fundada a Federação Espírita do Estado da Bahia.
30/12/1935 – É fundada em Piracicaba (SP) a “Associação Espírita Urubatão”