Ensinar, por Espíritos Diversos
A União Européia e outros doadores ameaçaram cortar a ajuda econômica ao pobre país da Nicarágua se o aborto não fosse legalizado
Depois de legalizado parcialmente o aborto na Colombia, o movimento internacional pró morte esperava um efeito dominó por toda a América Latina. Esperavam avançar sem muita resistência país a país. Entretanto, seus planos não estão resultando como pensaram.
Embriagados pelo sucesso, os grupos internacionais pró aborto finalmente viam próxima a possibilidade de subvertir a proteção legal que têm as crianças ainda por nascer na América Latina. Mônica Roa, rosto público do Centro pelos Direitos Reprodutivos (Center for Reproductive Rights), colocou-se imediatamente a caminho da Argentina, Peru entre outros países para propor a mesma estratégia judicial aplicada na Colômbia. O lobby do aborto esperava que os sistemas legislativos simplesmente se derrubassem diante de sua campanha de desinformação.
Agora devem estar lamentando ter subestimado a América Central, pois foi a
Nicarágua quem lhes deu uma tremenda surpresa. No final do ano passado, o
Congresso nicaragüense aboliu a única exceção de pena que tinha o aborto nesse
país irmão. O chamado "aborto terapêutico" foi retirado do Código Penal e por
enquanto a Nicarágua está muito longe de legalizar o aborto a pedido. Mas ainda
mais, sua tenaz defesa da vida está servindo de catalizador para renovar a
oposição ao aborto de toda a América Latina.
O temor dos pró abortistas é de que a tendência mude e o suposto efeito dominó
se vire em direção contrária. O primeiro indício já se deu precisamente no mês
passado, quando o Congresso chileno rejeitou em tempo recorde um prometo de lei
sobre "aborto terapêutico".
A Colômbia nos ensinou algo muito importante
O caso da Colômbia significou um grande investimento de tempo e dinheiro dos
pró-abortistas. E só uma gigantesca campanha de pressão e desinformação fez com
que a Corte aprovasse a "doutrina de livre escolha da mulher" semelhante à de
Roe vs. Wade. De outro modo não se teria dado passagem a uma legislação
pró-morte. A férrea oposição do povo colombiano que saiu às ruas em multidões e
apresentou mais de dois milhões de assinaturas na Corte não pôde deter o abuso
do poder político, mas despertou a consciência de todos os latino-americanos.
Cada vez são mais os cidadãos latino-americanos conscientes do engano e
manipulação nestes temas. E cada vez irá se fazendo mais difícil enganá-los com
as mesmas falácias. Esse é o motivo pelo qual não se desatou um efeito dominó
como esperavam os abortistas.
Isto mesmo já aconteceu com outro âmbito político. O mesmo efeito dominó se
esperava nas eleições presidenciais da América Latina, após as eleições de Hugo
Chávez na Venezuela e Evo Morales na Bolívia. Seu triunfo acendeu as luzes de
alerta nos países vizinhos. Logo as pessoas desses países entenderam quais
seriam os interesses que se apoderariam de seus governos e afetariam os
interesses nacionais. A resposta à essa ameaça regional não tardou se
concretizar. Não há outra explicação para a derrota abismal de candidatos como
López Obrador no México e Ollanta Humala no Peru. No caso concreto do Peru, o
apoio público de Chávez foi catastrófico para a candidatura de Humala.
A Nicarágua sob fogo cruzado
A União Européia e outros doadores ameaçaram cortar a ajuda econômica ao pobre
país da Nicarágua se o aborto não fosse legalizado. Isto não deve nos
surpreender. A prática ditatorial que apóia internacionalmente aos que promovem
o aborto desconhece a democracia quando lhes convém. Veste-se de esquerda ou de
direita de acordo com as conveniências, mas sempre é igualmente impositiva e
brutal para exigir o que persegue. Quando as leis lhe são adversas, dirigem seus
esforços para a mudança das decisões tomadas soberana e autonomamente mediante
juízes não eleitos pelo povo, desatando um vendaval de processos fabricados em
seus gabinetes.
O ponto central da atual luta é a Suprema Corte da Nicarágua. As organizações
feministas radicais, em conjunto com a IPAS (a organização que promove a infame
máquina para abortos por sucção), argumentaram que é inconstitucional a abolição
da lei que permitia o "aborto terapêutico". Em 8 de março deste ano os
pró-abortistas descarregaram uma campanha de pressão nos meios de comunicação
sobre os juízes nicaragüenses. Organizaram encontros públicos na rua e
publicaram em dois anúncios pagos na Imprensa, o mais importante jornal de
Manágua, cidade capital do país. Estes encontros e propagandas destacam a já tão
desgastada mentira: o aborto deve ser legalizado ou as mulheres morrerão. Uma
das propagandas foi paga pelo Banco Inter Americano de Desenvolvimento, e se
somaram uma divisão do Banco Mundial e os ministérios de ajuda exterior do Reino
Unido, Liechtenstein e Suíça. Juntaram-se também as embaixadas da Alemanha,
Áustria, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Islândia, Japão, Noruega, China
e Suécia. Toda esta pressão arremeteu sobre a pequena Nicarágua só porque seu
povo valoriza a vida.
Mas, se bem o apoio ao aborto destes países sempre foi muito decidido, desta vez
havia razões para torná-lo mais sutil. Um destes funcionários que pressionaram
foi Marc Litvine (representante da União Européia na Nicarágua). Este já tinha
sido repreendido por utilizar abusivamente de seu cargo. Um parlamentar europeu
chamou-lhe a atenção por fazer pensar que a União Européia tem posição oficial
sobre o aborto. Litvine ao ver-se descoberto, a única coisa que atinou a dizer é
que os jornais tinham citado erroneamente suas palavras e que ele nunca havia
dito nada a respeito.
Desta vez se cuidaram de não mencionar o aborto diretamente. A propaganda de
suas "tropas internacionais" centrou-se em acentuar a pretendida meta de "deter
a violência contra a mulher". Citou o comitê da CEDAW e seu apoio às
recomendações deste ao estado da Nicarágua a respeito da violência contra as
mulheres. Não disse nada sobre o aborto. Duas páginas mais adiante no mesmo
jornal, o Movimento Autônomo de Mulheres (organização feminista local) completou
a mensagem. A proibição total do aborto na Nicarágua, diziam, é a mais genuína
mostra de violência contra a mulher. As tropas "internacionais" que tinham sido
neutralizadas lançavam mão do contingente local.
Contribuição a favor da vida na Suprema Corte da Nicarágua
Os líderes pró-vida se apresentaram na Suprema Corte no dia 21 de março. Os
juízes nicaragüenses aceitaram esse testemunho, pois antes tinham sido aceitas
organizações que defendiam o aborto. Um dos profissionais que compareceram foi o
Dr. Roberto Sánchez, um respeitado jurista que logo poderiam fazer parte do
Supremo Tribunal. Em uma exposição sóbria, mas contundente, explicou que a lei
que aboliu o "aborto terapêutico" não violou nenhum princípio constitucional.
Mas bem, disse, supre uma contradição entre a Constituição e o Código Civil da
Nicarágua. Este último afirma que os bebês ainda não nascidos são pessoas e
gozam de vários direitos explícitos.
Outro testemunho foi o do Dr. Rafael Cabrera, quem desacreditou completamente a
falácia que diz que o aborto chamado "terapêutico" era necessário para salvar a
vida da mãe. O Dr. Cabrera, ginecologista, apresentou uma lista que enumerava
todas as emergências médicas que se utilizam como desculpas para exigir que os
abortos sejam realizados para "salvar a vida das mulheres". O médico explicou de
maneira organizada, clara e convincente cada um destes casos, demonstrando que
um médico com a atual tecnologia sempre pode oferecer a seus pacientes nascidos
ou por nascer uma opção de vida.
O Dr. Erwin Rodríguez também apresentou seu testemunho como ginecologista
amplamente reconhecido e respeitado. Seus alunos constituem hoje em dia a
maioria de médicos nicaragüenses com essa especialidade. Ao final um dos juízes,
uma feminista pró-aborto muito conhecida e acérrima Sandinista, perguntou ao Dr.
Rodríguez sobre "a situação crítica" de um câncer terminal. Abundou na descrição
dos detalhes dramáticos tal qual sugeria o papel que lhe foi alcançado por
alguma feminista. "Não seria necessário um aborto neste caso?" perguntou-lhe. O
Dr. Rodríguez não poupou detalhes para lhe explicar como era um caso raríssimo
(que inclusive para uma mulher nessas circunstâncias era quase impossível
conceber) mas que ainda sim os médicos podem dar oportunidade a ambos pacientes,
a mãe e o filho.
Enquanto isso, a população nicaragüense se encontra preocupada com a ameaça que
existe por parte das agências internacionais e com as nações doadoras que
cortarão a ajuda econômica a menos que sacrifiquem a vida de seus pequenos.
Quanto há de custar a um pequeno país latino-americano viver e modificar suas
leis soberanamente?
Carlos Polo é Diretor do Escritório para a América Latina do PRI
http://www.lapop.org/content/view/146/33/
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Datas Importantes do Espiritismo
NOVEMBRO
Dia 01 de 1890
Em 01de Novembro de 1890, a Federação Espírita Brasileira, através do
<<Reformador>>, dirige ao Sr. Ministro da Justiça uma longa defesa contra os
artigos 157 e158 do novo Código Penal, artigos que embaraçavam a prática do
Espíritismo.
Dia 01 de 1918
DESENCARNAÇÃO EURÍPEDES BARSANULFO
Dia 02 de 1951
DESENCARNAÇÃO LÍCIO GUEDES TRINDADE
Dia 03 de 1990
REALIZAÇÃO CONGRESSO MUNDIAL DE ESPIRITISMO, em Liége, Bélgica, presidido por
Rafael Gonzáles Molina
Dia 20 de 1889
20/11/1889 - Os jornais de Nova Iorque publicam uma declaração assinda por
Margarida Fox, na qual ela confessa que sua declaração anterior, contrária ao
Espíritismo, foi-lhe obtida com promessas de riqueza.