A chegada de um bebê sempre exige uma série de planejamentos

A chegada de um bebê exige uma série de planejamentos. Infelizmente, talvez por falta de informação, a grande maioria dos casais acredita que as principais necessidades de uma criança sejam de caráter material: alimentação, educação, roupas, plano de saúde, entre outras. Apesar de importantes, essas não devem ser primordiais. Ao nos envolvermos demasiadamente nas atividades e compromissos do dia-a-dia, somos muitas vezes impulsionados a nos preocupar com o ter, deixando de lado o que realmente importa: ser.

Muitos pais, alegando compromissos profissionais, transferem o papel de educador para a escola. Com relação a isso, Chico Xavier (1) nos chama a atenção: “(...) Impossível delegar aos professores todos os problemas da formação espiritual de uma criança. A tarefa dos pais e das mães é uma tarefa grande demais para ser esquecida.”

Outros assumem essa postura por acreditarem não possuir conhecimentos apropriados. Sobre isso, Joanna de Ângelis (2) ressalta: “Os deveres dos pais em relação aos filhos estão inscritos na consciência. (...) Examina a tua vida e dela retira as experiências com que possas brindar tua prole.”

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo (3), Santo Agostinho nos ensina: “Compreendei que, quando gerais um corpo, a alma que se encarna vem do espaço para progredir. Tomai conhecimento dos vossos deveres, e ponde todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus; é essa a missão que vos está confiada.”

O espírito que recebemos em nosso lar traz em sua essência todas as inclinações, boas e más, que adquiriu em experiências anteriores. Cabe a nós orientá-lo, dando-lhe diretrizes que o auxiliem a não reincidir nas mesmas falhas. Em Mecanismos da Mediunidade (4), lemos: “(...) o Espírito reencarnado, no período infantil, recolhe dos pais os mapas de inclinação e conduta que lhe nortearão a existência (...)”

Ao educarmos uma criança é importante evitar a discordância entre nossos atos e palavras. Sabiamente, Chico (5) nos explica: “O exemplo há de começar em casa; a demonstração há de iniciar-se pelo pensamento, pela palavra, pela atitude, pela vivência.”

No auxílio para educação das crianças, temos valorosas ferramentas como as lições da Pedagogia e da Psicologia. Porém, é no Evangelho de Jesus que encontramos as principais diretrizes para a sua orientação moral.

Joanna de Ângelis, no livro Leis Morais da Vida (2), procura nos orientar sobre a maneira com que devemos abordar o assunto: “Fala-lhe de Deus sem cessar e ilumina-lhe a consciência com a flama da fé rutilante, que lhe deve lucidar no íntimo como farol de bênçãos (...)” Oportunamente, ao abordar esse assunto, nos chama a atenção para o Amor que devemos aplicar no processo educativo e que ultimamente acaba deixado de lado: “No compromisso do amor, estão evidentes o companheirismo, o diálogo franco, a solidariedade, a indulgência e a energia moral de que necessitam os filhos, no longo processo da aquisição dos valores éticos, espirituais e sociais.”

A Doutrina Espírita nos fornece, na prática do Evangelho no Lar, importante instrumento educador. Ao buscarmos trazer os ensinamentos de Jesus para dentro de nossa casa, permitimos que ela seja um ambiente acolhedor e de grandes aprendizados. Porém, Chico (6) nos lembra que tal prática não é um privilégio espírita e, sim, um dever dos pais, que buscam orientar adequadamente seus filhos: “É imperioso que os filhos se desenvolvam na paz do ambiente cristão. Para isso, é necessário que o culto do Evangelho no lar seja um prolongamento das nossas atividades nos templos que nos representam a fé.”

Podemos compreender que, ao pensarmos em acolher uma criança sob nosso teto, devemos, como passo inicial, encher nossos corações com ensinamentos de Jesus. Assim, Sua Moral será sempre a luz que guiará nossa família pelos caminhos da vida.


Referências bibliográficas
(1) O Evangelho de Chico Xavier – Carlos A. Baccelli – Item 68, pág. 47
(2) Leis Morais da Vida – Divaldo Franco – pelo espírito Joanna de Ângelis – Cap. 16, págs. 78 e 79
(3) O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec – Cap. XIV, Item 9, pág. 201
(4) Mecanismos da Mediunidade – Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira – pelo espírito André Luiz – Cap. 16, pág. 128
(5) O Evangelho de Chico Xavier – Carlos A. Baccelli – Item 74, pág. 52
(6) O Evangelho de Chico Xavier – Carlos A. Baccelli – Item 73, pág. 51



Dra. Cristiane Ribeiro Assis (AME-SP) é ginecologista e obstetra, com especialização em Medicina Fetal. Matéria publicada na Folha Espírita em fevereiro de 2006


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Datas Importantes do Espiritismo

DEZEMBRO

02/12/1886 – Data de nascimento de José Petitinga, conhecido espírita baiano. Nesta mesma data nasceu na Tchecoslováquia Frederico Figner que se tornou diretor da Federação Espírita Brasileira.
02/12/1868 – Data de desencarne do responsável pela primeira edição das obras básicas da codificação, o livreiro Didier.
04/12/1935 – Data do desencarne do criador da metapsíquica, Charles Richet.
10/12/1944 – Data de fundação da Cruzada dos Militares Espíritas.
10/12/1874 – Data do nascimento de um dos maiores tribunos espíritas: Manuel Viana de Carvalho.
11/12/1761 – Data de nascimento de Joanna Angélica, em Salvador, Estado da Bahia. São bastante conhecidas suas obras trazidas através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, sob o nome de Joanna de Angelis.
15/12/1859 – Nasce Lázaro Luiz Zamenhof, o criador do Esperanto.
18/12/1903 – Data do desencarne de Augusto Elias da Silva, fundador da revista Reformador e um dos fundadores da FEB.
24/12/1900 – Data do nascimento de Yvonne do Amaral Pereira.
24/12/1872 – Data de nascimento do esperantista Francisco Waldomiro Lorenz.
25/12/1915 – É fundada a Federação Espírita do Estado da Bahia.
30/12/1935 – É fundada em Piracicaba (SP) a “Associação Espírita Urubatão”

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