
Vida e Palavra, por Maria Dolores
Não importa qual é a crença nem se ela envolve um Deus. O fato é que práticas como oração e meditação vêm se tornando, cada vez mais, alvo de estudo de pesquisadores da área da saúde, que investigam, em vários países, os efeitos da fé sobre o organismo humano.
"Antigamente, os médicos se lembravam da religião só quando o paciente parava de
tomar um medicamento por causa dela. Hoje é comum perguntar sobre aspectos
espirituais e religiosos para usá-los positivamente em um tratamento", analisa o
psiquiatra Alexandre Moreira Almeida, coordenador do Nupes (Núcleo de
Espiritualidade e Saúde), da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), em
Minas Gerais.
Segundo uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos, já são muitos os
médicos que enxergam uma ligação entre fé e saúde. Mais da metade (50%) dos
prifissionais entrevistados disseram acreditar que a religião e a
espiritualidade têm uma influência significativa na saúde dos pacientes.
Publicado no último mês no "Jama" (Journal of the American Medical Association),
o levantamento foi feito com 2.000 médicos de diferentes especialidades.
"O estudo sugere que grande parte dos médicos não encontra barreiras entre
ciência e fé. A maioria dos prifissionais americanos acredita que Deus intervém
na saúde dos pacientes e, no entanto, continua a aplicar as últimas descobertas
da ciência na sua prática".
Há várias hipóteses para explicar de que maneira a fé influencia na saúde. "Uma
delas defende que esses indivíduos possuem uma rede de apoio social mais forte,
enquanto outros estudiosos indicam que, com a fé, as pessoas encontram um
sentido na vida, o que as ajuda a viver melhor, com mais esperança e com uma
atitude mais positiva", explica o psiquiatra Paulo Dalgalarrondo, da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas). Com previsão de lançar um livro intitulado
"Religião, Psicopatologia e Saúde Mental" ainda em 2007, Dalgalarrondo estuda o
assunto há cerca de 20 anos.
O psiquiatra Alexander Almeida acrescenta outro fator que pode explicar os
benefícios à saúde: comumente, uma pessoa religiosa tende a evitar
comportamentos de risco. "Um religioso inicia sua vida sexual mais tarde, por
exemplo, o que diminui as chances de uma gravidez na adolescência ou da
contaminação por doenças sexualmente transmissíveis".
Para Dalgalarrondo, é preciso levar em conta que a religiosidade também pode
surtir efeitos negativos, especialmente para minorias sociais. "Há homossexuais
que são bastante religiosos, e, em alguns casos, é gerado um conflito entre a fé
do indivíduo e o que as denominações religiosas prega", diz.
Também há receio de que pessoas religiosas aceitem a vida de forma passiva,
acreditando que uma força maior possa resolver todos os problemas e ignorando
qualquer tratamento médico.
Equilíbrio celular
Enquanto a maioria dos estudos busca mostrar como a espiritualidade de um
determinado paciente atua no seu organismo, uma pesquisa brasileira demosntrou a
ação de orações feitas por religiosos sobre as células humanas.
Coordenada por Carlos Eduardo Tosta, pesquisador do Laboratório de Imunologia da
UnB (Universidade de Brasília), a pesquisa foi realizada com 52 voluntários,
estudantes de medicina da universidade. O resultado revelou que um dos
principais mecanismos de defesa do organismo - afagocitose - pode ser
estabilizado com preces feitas à distância.
A cada semana, uma dupla fornecia amostras de sangue e respondia a um
questionário sobre estresse. Um desses voluntários tinha sua foto encaminhada a
dez religiosos de diferentes credos, que, semanalmente, faziam preces para
aquela pessoa.
A metodologia adotada impedia que Tosta e os estudantes soubessem quem recebia
as orações, para evitar a autosugestão. A análise dos exames de sangue feita
após a semana de preces apontou maior estabilidade dos fagócitos - células de
defesa do organismo - dos alunos que receberam as orações em relação aos seus
exames anteriores. O experimento foi feito posteriormente com o grupo de alunos
que não havia recebido as preces num primeiro momento e o fenômeno foi novamente
observado.
Apesar dos resultados da pesquisa, a explicação para o fenômeno está longe de
ser alcançada. "Quando testamos medicamentos novos, é possível quantificar os
dados, mas a qualidade da prece é imensurável", afirma Tosta.
A matéria na íntegra, está no "Caderno Equilíbrio" do Jornal Folha de São Paulo
- 03/05/2007.
Fonte: jornalismo RBN
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