Cirurgia plástica: aumento da auto-estima

Professor Titular do curso de Pós-graduação em Cirurgia Plástica, vinculado à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e ao Instituto de Pós-graduação Médica Carlos Chagas, Ivo Pitanguy é membro das mais importantes sociedades de cirurgia plástica e associações médicas, tanto brasileiras como estrangeiras, bem como de outras organizações culturais e ecológicas. É também diretor da Clínica Ivo Pitanguy, instituição pioneira e particular que atende, desde 1963, pacientes de todas as partes do Brasil e do mundo, em procedimentos estéticos e reconstrutores, que também atua como centro de aperfeiçoamento e estudos em cirurgia plástica. Na entrevista abaixo ele fala do porquê de ter escolhido a profissão, beleza, necessidade de cirurgias, auto-estima e a força da fé.

Folha Espírita – Por que escolheu a cirurgia plástica como especialidade?
Ivo Pitanguy – Após a especialização em Cirurgia Geral, senti a necessidade de me aprimorar mais na área cirúrgica e, portanto, iniciei uma longa e árdua peregrinação por diversos serviços nos Estados Unidos e Europa. Estudei com o professor John Longacre, em Cincinnati (EUA), e com o professor Marc Iselin, em Paris, na França, e percebi a importância da cirurgia reparadora e estética. Ao retornar ao Brasil, fundei o primeiro serviço de queimados do Rio de Janeiro, no Hospital Souza Aguiar, e o primeiro serviço de Cirurgia Reparadora e da Mão da América Latina, no Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Posteriormente, estudei com sir Harold Gillies e sir Archilbald McIndoe, na Inglaterra, e com o professor Promfet Kilner, em Oxford, o que fortaleceu em mim a vontade de me dedicar à cirurgia plástica.

FE – Quantas cirurgias já realizou?
Pitanguy – Se considerarmos a Santa Casa e minha clínica privada, atendi, juntamente com meus assistentes, em torno de 90 mil pacientes, sendo que pelo menos 40% deles submeteram-se a algum procedimento cirúrgico.

FE – O que significa a cirurgia plástica na vida das pessoas?
Pitanguy – A cirurgia plástica tenta remediar as más-formações e deformidades que afligem o ser humano e diminuem sua auto-estima. Ao corrigir essas alterações, o paciente sente-se confiante e integrado ao meio social que o cerca.

FE – As pessoas devem se preocupar com a beleza física? É excesso de vaidade?
Pitanguy – Estamos vivendo um momento em que há um culto muito grande da juventude, não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Esse culto está dentro do marketing, vendendo muitos produtos, cosméticos, alimentos. No meu ponto de vista, esse marketing está errado, pois o jovem de hoje será o idoso de amanhã. Na realidade, acho que isso é uma fase transitória, pois o ser humano tem de viver dignamente cada momento da vida. A juventude é tão boa que seu único problema, segundo o filósofo Bertrand Russel, é que é dada aos jovens que não têm a capacidade de apreciá-la.

FE – Quando deve-se procurar um cirurgião? Como escolhê-lo?
Pitanguy – Quando a pessoa não se sentir bem consigo própria, não aceitar sua imagem. Ninguém quer ser diferente, pois ao ser igual ao seu próximo ele será aceito em seu meio. A cirurgia pode trazer de volta a alegria de viver em paz com sua imagem. Na Santa Casa e na minha clínica privada, lido com pacientes de diferentes classes sociais, porém percebo que os anseios são os mesmos. Procure um cirurgião que o escute, o entenda, que tenha um apurado conhecimento técnico, membro especialista ou titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

FE – Se o paciente falece em uma cirurgia plástica a inconformação e a cobrança por parte dos familiares são maiores?
Pitanguy – A cirurgia plástica é um ramo da cirurgia sujeito a riscos imponderáveis, como qualquer especialidade cirúrgica. Procuramos sempre nos cercar de todas as precauções possíveis, mas não somos deuses, não temos como garantir de forma absoluta os resultados finais. Evidentemente que a qualidade cirúrgica e anestésica, sendo do mais alto nível, diminui os riscos. Quando acontece o imponderável, o desconforto e a desolação são enormes, tanto para o cirurgião quanto para os familiares.

FE – Soube que há muitos anos o senhor faz cirurgias reparadoras para pessoas carentes. Poderia nos dar uma estimativa de quantas já foram realizadas? Há alguma história de algum paciente que o tocou mais?
Pitanguy – Na Santa Casa, já atendemos mais de 40 mil pacientes. O trabalho é diário e muito gratificante, pois cada paciente é diferente do outro e, portanto, especial.

FE – O senhor apontou em seu livro a presença de espíritos que o auxiliam em suas cirurgias. Como é esse trabalho conjunto?
Pitanguy – Em meu livro declarei sobre a imensidade do universo que nos é desconhecido e que é sempre bom termos um anjo da guarda para nos proteger.

FE – Como vê a união da Medicina à Espiritualidade? Para o bem-estar do paciente e do próprio médico, o senhor crê que elas sejam inseparáveis e devam estar presentes no curso de Medicina?
Pitanguy – Um dos principais papéis da Medicina é mostrar que não existem doentes e, sim, doenças. Quando o diagnóstico é feito, no entanto, temos a parte somática e a parte anímica que se entrelaçam. Conhecemos inúmeros casos de cura inexplicáveis do ponto de vista da ciência, o que nos mostra a existência do lado espiritual, a força da fé. Devemos, portanto, unir os conhecimentos científicos com o desenvolvimento psíquico e espiritual do paciente.

Excesso de vaidade?
A Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil) tem recebido várias consultas sobre a realização de cirurgias plásticas, principalmente no que diz respeito a sua correta aplicação. Do ponto de vista espiritual, quando a pessoa poderia lançar mão de semelhante recurso? Ao aderir a ela, não poderia cometer abusos ou descambar para exageros por excesso de vaidade?

Segundo Marlene Nobre, presidente da AME-Brasil, a questão é complexa, porque cada caso é um caso. “Descambar ou não para exageros é uma questão de foro íntimo, uma vez que cada pessoa tem liberdade para decidir o que é prioritário em sua vida. Muitas recorrem a um número exagerado de cirurgias plásticas por insatisfação profunda do próprio eu, por doença da alma”, declara. “O cirurgião plástico tarimbado sabe como lidar com essa e outras dificuldades, apelando, inclusive, para o auxílio de psicólogos e cuidadores especializados, que procuram amenizar as angústias da alma humana. Podemos constatar, pelas respostas precisas do dr. Ivo Pitanguy, um dos cirurgiões plásticos mais respeitados do mundo, à Folha Espírita, a justa aplicação da cirurgia reparadora e estética. Muito útil também no esclarecimento da questão espiritual é a resposta que Chico Xavier deu quando consultado sobre o assunto. A conclusão fica a critério de cada um”, completa.

Provação
Certa vez, um médico indagou a opinião de Chico Xavier sobre a questão da correção de problemas estéticos, através de cirurgia plástica, tendo em vista os resgates reencarnatórios. Veja abaixo a resposta dada pelo médium e que foi publicada no livro Lições de Sabedoria, da FE Editora.

“Nós pensamos, com os amigos que se comunicam conosco, que nem toda provação deve perdurar durante a existência inteira. Chega o momento em que essa provação pode ser extinta e renovada para o bem, reformada para a felicidade da criatura. A cirurgia plástica regeneradora é uma ciência que vem em benefício de nós outros, porque muitos de nós precisamos do rosto mais ou menos bem composto, das pernas fortes, ou mesmo de outros sinais morfológicos do corpo corretos para cumprir bem a tarefa. Eu conheço uma amiga que é manequim e ganha a vida para sustentar o marido que está num sanatório. Por que razão impedir que ela faça a cirurgia plástica nos seios, quando estes estão defeituosos?”.


A Folha Espírita entrevistou o Dr. Ivo Pitanguy, cirurgião plástico reconhecido internacionalmente) - (matéria publicada na Folha Espírita em janeiro de 2005)


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Datas Importantes do Espiritismo

NOVEMBRO

Dia 01 de 1890
Em 01de Novembro de 1890, a Federação Espírita Brasileira, através do <<Reformador>>, dirige ao Sr. Ministro da Justiça uma longa defesa contra os artigos 157 e158 do novo Código Penal, artigos que embaraçavam a prática do Espíritismo.
Dia 01 de 1918
DESENCARNAÇÃO EURÍPEDES BARSANULFO
Dia 02 de 1951
DESENCARNAÇÃO LÍCIO GUEDES TRINDADE
Dia 03 de 1990
REALIZAÇÃO CONGRESSO MUNDIAL DE ESPIRITISMO, em Liége, Bélgica, presidido por Rafael Gonzáles Molina
Dia 20 de 1889
20/11/1889 - Os jornais de Nova Iorque publicam uma declaração assinda por Margarida Fox, na qual ela confessa que sua declaração anterior, contrária ao Espíritismo, foi-lhe obtida com promessas de riqueza.

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