Os Mais Perigosos Espíritos, por Orson Carrara
Nota da FEB sobre o Isolamento Social
Os Espíritos orientadores da Codificação Espírita informam que
a vida em sociedade é lei da Natureza, pois “Deus fez o homem para viver em
sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades
necessárias à vida de relação.”1
Tal orientação está de acordo com o conceito biológico de que o homem é por
natureza um animal gregário. Conceitua-se gregarismo como o processo evolutivo
comum aos animais, inclusive ou principalmente observado na espécie humana:
O gregarismo é uma estratégia protetora observada em diversos grupos de animais
que se agrupam em populações mais ou menos estruturadas, permanentes ou
temporárias, visando a proteção dos indivíduos que a compõem. É distinta de
multidão, na medida em que esta última é um agrupamento espontâneo e esporádico
que se produz devido ao efeito de estímulos ambientais.”2
Nesse sentido, o isolamento social surge no cenário humano como algo que caminha
em sentido contrário à constituição bio-psico-social humana. Entretanto, é
necessário considerar que, sob determinadas condições, o isolamento social não
só é indicado como importante à manutenção da saúde orgânica e mental dos
indivíduos. É o tipo de isolamento que independe da solidão, mas que pode ser a
ela vinculada.
Em termos conceituais o isolamento social caracteriza o comportamento de uma
pessoa que deixa de participar, voluntariamente, ou não, de qualquer atividade
social. Pode ser voluntário ou involuntário. No primeiro, a pessoa afasta-se do
convívio humano por conta própria, seja porque possui limitações físicas e/ou
psicológicas, ou, porque revela sentimento de não identificação com determinado
grupo social. No segundo, o isolamento social não é voluntário, mas imposto. É
importante destacar que, quando o isolamento é voluntário, ele é motivado por
uma decisão individual, na qual a pessoa decide isolar-se do convívio com a
sociedade. Quando o isolamento é involuntário, ele se estabelece por uma força
maior, imposta pelo Estado ou de situações diversas, em que há uma ordem que
impõe o isolamento. 3
Há dois principais fatores que justificam o isolamento social obrigatório:
Guerras — os civis são obrigados a isolar-se em casa ou em abrigos por medida de
segurança.
Questões sanitárias — ocorrência de doenças graves, infecciosas e transmissíveis
que, em reduzido período pode conduzir a população a elevadas taxas de
mortalidade. É a situação que a humanidade planetária enfrenta agora com a
pandemia pelo Covid-19.
São situações especificas e temporárias que, cessadas as causas geradoras,
volta-se à normalidade da convivência social. Para a Doutrina Espírita o
isolamento absoluto, é contrário à Leis da Natureza, “[…] pois os homens buscam
instintivamente a sociedade e todos devem concorrer para o progresso,
ajudando-se mutuamente.” 4
O isolamento voluntário encontra-se, em geral, relacionado a enfermidades
físicas, mentais e psicológicas que podem, efetivamente, contribuir para a
solidão e o isolamento social, tais como: imobilidade física, parcial ou total,
e decorrentes de acidentes em casa, no trânsito e na via pública; AVC (acidente
vascular cerebral) e outras enfermidades; traumas psicológicos; estado contínuo
de ansiedade, pânico, desespero, depressão, desamparo, culpa, tristeza, raiva; e
distúrbios psíquicos.
O isolamento involuntário ou obrigatório, por guerras ou doenças, caracterizam
ocorrências que marcam o estágio evolutivo em que a humanidade terrestre se
encontra. As doenças, sobretudo indicam que em maior ou menor grau, somos
Espíritos enfermos. Daí o Espírito Emmanuel nos aconselhar agir com ponderação e
discernimento ante as enfermidades existentes no mundo:
Não observes os semelhantes pelo caleidoscópio das aparências.
É necessário reconhecer que todos nós, Espíritos encarnados e desencarnados em
serviço na Terra, ante o volume de débitos que contraímos nas existências
passadas, somos doentes em laboriosa restauração.
O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos
desequilíbrios redicivantes, nas reencarnações regenerativas, por meio do
sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.
[…].
Todos somos enfermos pedindo alta.
Compadeçamo-nos uns dos outros, a fim de que saibamos auxiliar.5
REFERÊNCIAS
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4 ed.
2 imp. Brasília: FEB, 2013. Questão 766, p. 333.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gregarismo Acesso em 4 de março de 2021. In Felipe
Canuto Miranda. «O Gregarismo». Lepidoptera. Consultado em 3 de maio de 2013.
Isolamento Social: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ Acesso em 22 de maio de
2018.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4 ed.
2 imp. Brasília: FEB, 2013. Questão 767, p. 333.
XAVIER, Francisco Cândido. Justiça divina. Pelo Espírito Emmanuel. 14 ed. 3 imp.
Brasília: FEB, 2013. Cap. 48, p. 114.
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Datas Importantes do Espiritismo
DEZEMBRO
02/12/1886 – Data de nascimento de José Petitinga, conhecido espírita baiano.
Nesta mesma data nasceu na Tchecoslováquia Frederico Figner que se tornou
diretor da Federação Espírita Brasileira.
02/12/1868 – Data de desencarne do responsável pela primeira edição das obras
básicas da codificação, o livreiro Didier.
04/12/1935 – Data do desencarne do criador da metapsíquica, Charles Richet.
10/12/1944 – Data de fundação da Cruzada dos Militares Espíritas.
10/12/1874 – Data do nascimento de um dos maiores tribunos espíritas: Manuel
Viana de Carvalho.
11/12/1761 – Data de nascimento de Joanna Angélica, em Salvador, Estado da
Bahia. São bastante conhecidas suas obras trazidas através da mediunidade de
Divaldo Pereira Franco, sob o nome de Joanna de Angelis.
15/12/1859 – Nasce Lázaro Luiz Zamenhof, o criador do Esperanto.
18/12/1903 – Data do desencarne de Augusto Elias da Silva, fundador da revista
Reformador e um dos fundadores da FEB.
24/12/1900 – Data do nascimento de Yvonne do Amaral Pereira.
24/12/1872 – Data de nascimento do esperantista Francisco Waldomiro Lorenz.
25/12/1915 – É fundada a Federação Espírita do Estado da Bahia.
30/12/1935 – É fundada em Piracicaba (SP) a “Associação Espírita Urubatão”