
Onde Estiveres, por André Luiz
Os Espíritos orientadores da Codificação Espírita informam que
a vida em sociedade é lei da Natureza, pois “Deus fez o homem para viver em
sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades
necessárias à vida de relação.”1
Tal orientação está de acordo com o conceito biológico de que o homem é por
natureza um animal gregário. Conceitua-se gregarismo como o processo evolutivo
comum aos animais, inclusive ou principalmente observado na espécie humana:
O gregarismo é uma estratégia protetora observada em diversos grupos de animais
que se agrupam em populações mais ou menos estruturadas, permanentes ou
temporárias, visando a proteção dos indivíduos que a compõem. É distinta de
multidão, na medida em que esta última é um agrupamento espontâneo e esporádico
que se produz devido ao efeito de estímulos ambientais.”2
Nesse sentido, o isolamento social surge no cenário humano como algo que caminha
em sentido contrário à constituição bio-psico-social humana. Entretanto, é
necessário considerar que, sob determinadas condições, o isolamento social não
só é indicado como importante à manutenção da saúde orgânica e mental dos
indivíduos. É o tipo de isolamento que independe da solidão, mas que pode ser a
ela vinculada.
Em termos conceituais o isolamento social caracteriza o comportamento de uma
pessoa que deixa de participar, voluntariamente, ou não, de qualquer atividade
social. Pode ser voluntário ou involuntário. No primeiro, a pessoa afasta-se do
convívio humano por conta própria, seja porque possui limitações físicas e/ou
psicológicas, ou, porque revela sentimento de não identificação com determinado
grupo social. No segundo, o isolamento social não é voluntário, mas imposto. É
importante destacar que, quando o isolamento é voluntário, ele é motivado por
uma decisão individual, na qual a pessoa decide isolar-se do convívio com a
sociedade. Quando o isolamento é involuntário, ele se estabelece por uma força
maior, imposta pelo Estado ou de situações diversas, em que há uma ordem que
impõe o isolamento. 3
Há dois principais fatores que justificam o isolamento social obrigatório:
Guerras — os civis são obrigados a isolar-se em casa ou em abrigos por medida de
segurança.
Questões sanitárias — ocorrência de doenças graves, infecciosas e transmissíveis
que, em reduzido período pode conduzir a população a elevadas taxas de
mortalidade. É a situação que a humanidade planetária enfrenta agora com a
pandemia pelo Covid-19.
São situações especificas e temporárias que, cessadas as causas geradoras,
volta-se à normalidade da convivência social. Para a Doutrina Espírita o
isolamento absoluto, é contrário à Leis da Natureza, “[…] pois os homens buscam
instintivamente a sociedade e todos devem concorrer para o progresso,
ajudando-se mutuamente.” 4
O isolamento voluntário encontra-se, em geral, relacionado a enfermidades
físicas, mentais e psicológicas que podem, efetivamente, contribuir para a
solidão e o isolamento social, tais como: imobilidade física, parcial ou total,
e decorrentes de acidentes em casa, no trânsito e na via pública; AVC (acidente
vascular cerebral) e outras enfermidades; traumas psicológicos; estado contínuo
de ansiedade, pânico, desespero, depressão, desamparo, culpa, tristeza, raiva; e
distúrbios psíquicos.
O isolamento involuntário ou obrigatório, por guerras ou doenças, caracterizam
ocorrências que marcam o estágio evolutivo em que a humanidade terrestre se
encontra. As doenças, sobretudo indicam que em maior ou menor grau, somos
Espíritos enfermos. Daí o Espírito Emmanuel nos aconselhar agir com ponderação e
discernimento ante as enfermidades existentes no mundo:
Não observes os semelhantes pelo caleidoscópio das aparências.
É necessário reconhecer que todos nós, Espíritos encarnados e desencarnados em
serviço na Terra, ante o volume de débitos que contraímos nas existências
passadas, somos doentes em laboriosa restauração.
O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos
desequilíbrios redicivantes, nas reencarnações regenerativas, por meio do
sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.
[…].
Todos somos enfermos pedindo alta.
Compadeçamo-nos uns dos outros, a fim de que saibamos auxiliar.5
REFERÊNCIAS
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4 ed.
2 imp. Brasília: FEB, 2013. Questão 766, p. 333.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gregarismo Acesso em 4 de março de 2021. In Felipe
Canuto Miranda. «O Gregarismo». Lepidoptera. Consultado em 3 de maio de 2013.
Isolamento Social: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ Acesso em 22 de maio de
2018.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4 ed.
2 imp. Brasília: FEB, 2013. Questão 767, p. 333.
XAVIER, Francisco Cândido. Justiça divina. Pelo Espírito Emmanuel. 14 ed. 3 imp.
Brasília: FEB, 2013. Cap. 48, p. 114.
Dia 02 de 1877
Nasce em Coimbra, Portugal, Antônio Joaquim Freire, Presidente da Federação
Espírita Portuguesa. Desencarna em 1948, no dia 2 de março, em Lisboa, Portugal.
Dia 02 de 2006
Em Curitiba, Paraná, no Canal 6 - CNT e em Londrina, Paraná, no Canal 7 -
Londrina, Paraná, estreou o Programa Televisivo Vida e Valores, com 15 minutos
de duração.
Dia 04 de 1336
Em Estremoz, Portugal, desencarna a Rainha de Portugal Santa Isabel, conhecida
por sua dedicação à caridade. Nascida em Espanha, em 1271.
Dia 04 de 1814
No México, nasce o General Refugio I Gonzáles, tradutor das obras de Allan
Kardec para o espanhol, dirigindo por mais de 10 anos a Revista Ilustración
Espírita. Desencarna em Acapulco, México, em 16 de agosto de 1892.
Dia 04 de 1948
Desencarna, em Taubaté, SP, José Bento Monteiro Lobato. Nascido, na mesma
cidade, em 18 de abril de 1882.
Dia 04 de 1966
É criado, no Brasil, o Dia da Caridade, pela Lei 5063.
Dia 05 de 1849
Em Embleton, Inglaterra, nasce o jornalista, editor e médium William Thomas
Stead. Desencarna no mar, no Atlântico Norte, em 15 de abril de 1912.
Dia 05 de 1875
Nasce, em Bristol, Inglaterra, Ernest W. Oaten, pioneiro espírita, companheiro
de Conan Doyle. Desencarnado na mesma cidade... Saiba mais...