
Para Nós, os Espíritas, por Orson Carrara
Em tempos que nos pedem reflexão e consciência sobre o
preconceito, a Doutrina Espírita nos traz palavras esclarecedoras para o nosso
trabalho de autoaperfeiçoamento e convivência pacífica. Ante a lição de que
somos todos irmãos, celebremos a diversidade humana com respeito e fraternidade,
com a riqueza das palavras a seguir.
“Allan Kardec encontrou, nos princípios da Doutrina Espírita, explicações que
apontam para leis sábias e supremas, razão pela qual afirmou que o Espiritismo
permite “resolver os milhares de problemas históricos, arqueológicos,
antropológicos, teológicos, psicológicos, morais, sociais, etc.” (Revista
Espírita, 1862, p. 401).
De fato, as leis universais do amor, da caridade, da imortalidade da alma, da
reencarnação, da evolução constituem novos parâmetros para a compreensão do
desenvolvimento dos grupos humanos, nas diversas regiões do Orbe.
Essa compreensão das Leis Divinas permite a Allan Kardec afirmar que:
[…] o Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na Criação,
constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, faz com que
desapareçam, naturalmente, todas as distinções estabelecidas entre os homens,
conforme as vantagens corporais e mundanas, sobre as quais só o orgulho fundou
as castas e os estúpidos preconceitos de cor. (Revista Espírita,1861,p. 432.)
Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o
mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário,
chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos
invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a sujeição da
mulher à lei do mais forte, nenhum há que prime, em lógica, ao fato material da
reencarnação. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da
fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos
sociais e, por conseguinte, o da liberdade. (A Gênese, cap. I, item 36, p.
42-43. Vide também Revista Espírita,1867, p. 373.)
Nós trabalhamos para dar a fé aos que em nada creem; para espalhar uma crença
que os torna melhores uns para os outros, que lhes ensina a perdoar aos
inimigos, a se olharem como irmãos, sem distinção de raça, casta, seita, cor,
opinião política ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o
verdadeiro sentimento de caridade, de fraternidade e deveres sociais. (KARDEC,
Allan. Revista Espírita de 1863 – 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. – Janeiro de
1863.)” (1)
“Em diversos pontos de sua obra, o codificador Allan Kardec se refere aos
Espíritos encarnados em tribos incultas e selvagens, então existentes em algumas
regiões do Planeta, e que, em contato com outros polos de civilização, vinham
sofrendo inúmeras transformações, muitas com evidente benefício para os seus
membros, decorrentes do progresso geral ao qual estão sujeitas todas as etnias,
independentemente da coloração de sua pele. […]
Na época, Allan Kardec sabia apenas o que vários autores contavam a respeito dos
selvagens africanos, sempre reduzidos ao embrutecimento quase total, quando não
escravizados impiedosamente. É baseado nesses informes “científicos” da época
que o Codificador repete, com outras palavras, o que os pesquisadores Europeus
descreviam quando de volta das viagens que faziam à África negra. Todavia, é
peremptório ao abordar a questão do preconceito racial:
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de
raças nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. (O Evangelho
Segundo o Espiritismo, capítulo XVII, item 3, p. 348.) […]
Feitas essas considerações, é lícito concluir que na Doutrina Espírita vigora o
mais absoluto respeito à diversidade humana, cabendo ao espírita o dever de
cooperar para o progresso da Humanidade, exercendo a caridade no seu sentido
mais abrangente (“benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições
dos outros e perdão das ofensas”), tal como a entendia Jesus, nosso Guia e
Modelo, sem preconceitos de nenhuma espécie: de cor, etnia, sexo, crença ou
condição econômica, social ou moral. “ (2)
FEB
(1) NOTA EXPLICATIVA na Revista Espírita de 1859, mês de dezembro.
(2) KARDEC, Allan. Obras póstumas.
Dia 02 de 1877
Nasce em Coimbra, Portugal, Antônio Joaquim Freire, Presidente da Federação
Espírita Portuguesa. Desencarna em 1948, no dia 2 de março, em Lisboa, Portugal.
Dia 02 de 2006
Em Curitiba, Paraná, no Canal 6 - CNT e em Londrina, Paraná, no Canal 7 -
Londrina, Paraná, estreou o Programa Televisivo Vida e Valores, com 15 minutos
de duração.
Dia 04 de 1336
Em Estremoz, Portugal, desencarna a Rainha de Portugal Santa Isabel, conhecida
por sua dedicação à caridade. Nascida em Espanha, em 1271.
Dia 04 de 1814
No México, nasce o General Refugio I Gonzáles, tradutor das obras de Allan
Kardec para o espanhol, dirigindo por mais de 10 anos a Revista Ilustración
Espírita. Desencarna em Acapulco, México, em 16 de agosto de 1892.
Dia 04 de 1948
Desencarna, em Taubaté, SP, José Bento Monteiro Lobato. Nascido, na mesma
cidade, em 18 de abril de 1882.
Dia 04 de 1966
É criado, no Brasil, o Dia da Caridade, pela Lei 5063.
Dia 05 de 1849
Em Embleton, Inglaterra, nasce o jornalista, editor e médium William Thomas
Stead. Desencarna no mar, no Atlântico Norte, em 15 de abril de 1912.
Dia 05 de 1875
Nasce, em Bristol, Inglaterra, Ernest W. Oaten, pioneiro espírita, companheiro
de Conan Doyle. Desencarnado na mesma cidade... Saiba mais...