Ensinar, por Espíritos Diversos
Atendimento em Centros Espíritas supera o de hospitais
Um levantamento realizado em 55 centros espíritas da cidade de
São Paulo aponta que, juntos, os atendimentos espirituais chegam a cerca de 15
mil por semana (60 mil ao mês).
O médico psiquiatra Homero Pinto Vallada Filho, professor do departamento de
Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, destaca que este número é muito
superior ao atendimento mensal de hospitais como a Santa Casa, que atende cerca
de 30 mil pessoas, ou do Hospital das Clínicas, com cerca de 20 mil
atendimentos.
A média relatada de atendimentos semanais em cada instituição foi de 261
pessoas.
“Sabemos, por meio de vários estudos, que a abordagem do tema religiosidade ou
espiritualidade exerce um efeito bastante positivo na saúde de muitos pacientes.
Por isso, podemos considerar a terapia complementar religiosa ou espiritual como
uma aliada dos serviços de saúde”, revela, lembrando que, geralmente, o paciente
não tem o hábito de falar sobre suas crenças religiosas e muito menos de contar
que realiza tratamentos espirituais em centros espíritas.
Vallada Filho foi o orientador da dissertação de mestrado Descrição da terapia
complementar religiosa em centros espíritas da cidade de São Paulo com ênfase na
abordagem sobre problemas de saúde mental, de autoria da médica Alessandra Lamas
Granero Lucchetti, apresentada ao Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das
Clínicas (HC) da FMUSP em dezembro.
A ideia foi mostrar a dimensão do trabalho realizado pelos centros, o grande
número de atendimentos prestados e os diferentes serviços oferecidos.
Observou-se também que apenas uma pequena minoria realiza cirurgias espirituais,
sendo todas sem cortes. Na segunda parte da dissertação, a pesquisadora descreve
passo a passo uma terapia complementar espiritual para pacientes com depressão
realizada na Feesp.
A autoria iniciou sua pesquisa, através de um levantamento inicial de todos os
centros espíritas que possuíam site na internet contendo endereço de contato. A
médica chegou ao número de 504 instituições.
Neste levantamento, foram considerados apenas centros espíritas “kardecistas”,
ou seja, aqueles que seguem a doutrina codificada pelo pedagogo francês
Hippolyte Leon Denizad Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec, e que tem como
base as obras O Livro dos Espíritos (publicado na França em 1857), O Livro dos
Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno
(1865) e A Gênese (1868).
A médica enviou, via Correios, uma carta registrada a cada um dos 504 centros.
Destas cartas, 139 voltaram devido a problemas como mudança ou erro no endereço.
Das 370 que restaram, apenas 55 foram respondidas. “Se considerarmos que essa
média de 60 mil atendimentos mensais representa menos de 15% da totalidade dos
centros existentes na cidade, chegaremos a um número total de atendimentos muito
superior aos dos 55 que participaram do estudo”, destaca Vallada.
Um questionário foi respondido apenas pelo dirigente ou pessoa responsável do
centro.
O material era bastante extenso e continha perguntas ligadas à identificação e
funcionamento do centro, o número de voluntários e de atendimentos, as
atividades realizadas e os tipos de tratamentos, quais os motivos levavam as
pessoas a buscar ajuda, e como é feita a diferenciação entre mediunidade,
obsessão e transtorno psicótico e quais orientações para estes casos, entre
outras questões.
Entre os resultados, foi observado que a maioria são centros já estabelecidos e
que têm mais de 25 anos de existência, sendo o mais velho funcionando há 94 anos
e o mais jovem com dois anos. Em praticamente quase todos, os usuários são
orientados a continuar com o tratamento médico convencional, caso estejam
fazendo algum, ou mesmo com as medicações indicadas pelos médicos.
Os principais motivos para a procura pelo centro foram os problemas de saúde:
depressão (45,1%), câncer (43,1%) e doenças em geral (33,3%). Também foram
relatados dependência química, abuso de substâncias e problemas de
relacionamento. Entre os tratamentos realizados, a prática mais presente foi a
desobsessão (92,7%) e a menos frequente foi a cirurgia espiritual, (5,5%), sendo
todas sem uso de cortes.
Quanto à diferenciação entre experiência espiritual e doença mental, realizada
com base em nove critérios propostos pelos pesquisadores Alexander Moreira
Almeida e Adair de Menezes Júnior, da Universidade Federal de Juiz de Fora, a
média de acertos foi de 12,4 entre 18 acertos possíveis. Apenas quatro
entrevistados (8,3%) tiveram 100% de acertos. Entre esses critérios, estão a
integridade do psiquismo; o fato de a mediunidade não trazer prejuízos em
nenhuma área da vida; a existência da autocrítica; e a mediunidade sendo
vivenciada dentro de uma religião e cultura específicos, entre outros.
“Esse levantamento procurou descrever as atividades realizadas nos centros
espíritas e salientar não só a grande importância social desempenhada por eles,
mas também a grande contribuição ao sistema de saúde como coadjuvante na
promoção de saúde, algo que a grande maioria das pessoas desconhece”, finaliza.
Fonte: RBN
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20/3/2014 Notícia Anterior | Posterior
Datas Importantes do Espiritismo
NOVEMBRO
Dia 01 de 1890
Em 01de Novembro de 1890, a Federação Espírita Brasileira, através do
<<Reformador>>, dirige ao Sr. Ministro da Justiça uma longa defesa contra os
artigos 157 e158 do novo Código Penal, artigos que embaraçavam a prática do
Espíritismo.
Dia 01 de 1918
DESENCARNAÇÃO EURÍPEDES BARSANULFO
Dia 02 de 1951
DESENCARNAÇÃO LÍCIO GUEDES TRINDADE
Dia 03 de 1990
REALIZAÇÃO CONGRESSO MUNDIAL DE ESPIRITISMO, em Liége, Bélgica, presidido por
Rafael Gonzáles Molina
Dia 20 de 1889
20/11/1889 - Os jornais de Nova Iorque publicam uma declaração assinda por
Margarida Fox, na qual ela confessa que sua declaração anterior, contrária ao
Espíritismo, foi-lhe obtida com promessas de riqueza.