Livro dos Espíritos está na trama do novo livro de Jostein Gaarder - Castelo nos Pirineus

Jostein Gaarder, escritor norueguês, autor do livro O Mundo de Sofia, estará na Bienal para lançar O Castelo nos Pirineus (Companhia das Letras, tradução de Luiz Antônio de Araújo). O romance de cunho filosófico mostra o reencontro de Steinn e Solrunn, que viveram intensa paixão nos anos 1970 e hoje cada um segue uma crença – ele climatologista, só valoriza a razão e Solrunn tornou-se religiosa, acreditando na transcendência do espírito. Gaarder diz que “a mente não é mais importante que o corpo”, e continua afirmando que “com certeza o amor caminha paralelo ao ocultismo no romance, mas não acredito em histórias que brotam espontaneamente: é como uma amizade, que se constrói, que se molda com o passar do tempo”.

Confira o que disse Gaarder em entrevista à Ubiratam Brasil (O Estado de São Paulo de 13/08/2010).

Terminada a leitura de O Castelo nos Pirineus, é possível concluir que você acredita em histórias de amor?
Sim, com certeza, o amor caminha paralelo ao ocultismo no romance. Mas devo acrescentar que não acredito em histórias amorosas que brotam espontaneamente: é como uma amizade, que se constrói, que se molda com o passar do tempo. Tomo a relação com minha mulher como exemplo, pois nos conhecemos jovens (eu tinha 19 anos) e, desde então, vivemos juntos. Talvez por isso eu acredite em histórias de amor.

Também a lembrança é um tema recorrente, não?
Sim, e como somos traídos e também como traímos nossas lembranças, criando fatos (propositalmente ou não) que não correspondem com o que foi realidade. É algo semelhante a um interrogatório policial - mesmo que a testemunha narre com exatidão, os homens da lei sempre desconfiam do depoimento. É o que mostro no romance, com dois personagens tão distintos: enquanto Steinn é racional, Solrunn é uma mulher que acredita na transcendência, daí as lembranças de cada um serem tão distintas, apesar de tratarem do mesmo assunto. A trama está relacionada com um livro que, acredito, é muito conhecido no Brasil, O Livro dos Espíritos...


Sim, de Alan Kardec.
Esse mesmo. Uma obra publicada na França no século 19 e que, pelo que sei, ainda provoca (fala em português) "revelações espíritas" em seu país, certo? É por isso que acredito que meu romance será bem compreendido pelos brasileiros. Na Noruega, esse tipo de crença vem aumentando, com novas fronteiras entre ciência e fé. A religião torna-se cada vez mais viva.

Filosofia e ciência têm se tornado mais popular?
Com certeza. Continuo espantado com o sucesso de O Mundo de Sofia, já traduzido para 55 idiomas. Eu não tinha noção de como minhas preocupações tocavam tantas pessoas. O mistério continua interessando e é por isso que entendo Solrunn, minha personagem, e suas certezas sobre a existência de uma vida em outra dimensão.

Por falar em O Mundo de Sofia, o livro tornou-se um divisor em sua carreira. Escrever tornou-se mais difícil depois de tanto sucesso?
Na verdade, não, porque meu maior desafio já havia sido vencido, que foi publicar O Dia do Curinga, em 1989. Ganhei um importante prêmio norueguês e me provocou a necessidade de apresentar algo sobre filosofia que fosse mais acessível aos jovens. Dois anos depois, surgiu O Mundo de Sofia e a consagração mundial, que eu não esperava. Aliás, nem meu editor norueguês, que vacilou antes de publicar o livro (risos). Por isso que considero os dois títulos igualmente decisivos. Foram dois momentos em que percebi a importância conferida pelos leitores à filosofia, considerada importante, mas de difícil acesso. Era preciso estabelecer uma ponte.
Ainda sobre O Castelo nos Pirineus, é interessante o uso da tecnologia, com os dois personagens se reencontrando por e-mail e reacendendo o que se perdeu ao longo dos anos.
O romance utiliza uma estrutura antiga, que é o amor epistolar, mas adaptado às novas tecnologias. O resultado foi um incremento na velocidade da relação, pois hoje é possível manter uma troca de mensagens em poucos minutos e não mais em dias, como antigamente.

Se você escrevesse O Mundo de Sofia hoje, as questões da menina seriam diferentes?
Muitas seriam as mesmas, mas certamente eu incluiria o debate sobre como manter a vida sustentável em nosso planeta. As questões ecológicas e climáticas teriam mais importância.


Fonte: Jornalismo RBN


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Dia 01 de 1858
Em Paris, França, Allan Kardec funda a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Dia 01 de 1918
Nasce em Buquim, no sul de Sergipe, José Martins Peralva Sobrinho, mais conhecido como Martins Peralva. Desencarna em 3 de setembro de 2007, em Belo Horizonte, MG.
Dia 01 de 1972
O Jornal Mundo Espírita, da Federação Espírita do Paraná, muda seu formato para tablóide, com 12 páginas e circulação mensal.
Dia 01 de 1994
Aberto o 3º Encontro Confraternativo de Juventudes Espíritas do Paraná, em Campo Largo, com Raul Teixeira. Tema: A busca da identidade. Evento encerrado em 3 de abril de 1994.
Dia 01 de 2001
Encerramento do 5º Simpósio Paranaense de Espiritismo, no Ginásio de Esportes do Círculo Militar do Paraná, em Curitiba, com o tema Espiritismo, educação para a paz, com a coordenação de Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira. Abertura no dia 30 de março de 2001.
Dia 01 de 2005
O Jornal Mundo Espírita, da Federação Espírita do Paraná, muda a sua diagramação.
Dia 02 de 1869
Em Paris, França, é sepultado o corpo de Allan Kardec, no cemitério de Montmartre.
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