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Judas foi mais infeliz que perverso.

Ele não acreditava na validade das obras sem dinheiro, não aceitava outro poder que não fosse o dos príncipes do mundo.

Estava sempre inquieto pelo triunfo imediato das ideias do Cristo.

Muitas vezes altercava, impaciente, pela construção do Reino de Jesus, adstrito aos princípios políticos do mundo.

O Mestre sorria e fingia não entender as insinuações, como quem estava senhor do seu divino programa.

Judas, antes do apostolado, era negociante.

Estava habituado a vender a mercadoria e receber o pagamento imediato.

Ele não pôde compreender o Evangelho de outra forma, ignorando que Deus é um credor cheio de misericórdia, que espera generosamente a todos nós, que não passamos de míseros devedores.

Talvez amasse profundamente o Messias, contudo, a inquietação fê-lo perder a oportunidade sagrada.

Tão só pelo desejo de apressar a vitória, engendrou a tragédia da cruz, com a sua falta de vigilância.


Por: Emmanuel, Do livro: Pérolas do Além. Médium: Francisco Cândido Xavier


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