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Quando a amargura visitar-te a casa
Em fel de provação,
Não te esqueças do pranto que extravasa
Do lar de teu irmão.

Na angústia mais sombria, mais extrema,
Não desdenhes calar...
Muita boca infeliz grita e blasfema
Quando julga rezar.

Acharás menos sombra no caminho
Quando encheres de amor
O escuro sofrimento do vizinho
Mergulhado na dor.

Pensa na retaguarda de infelizes
Que te seguem sem pão,
Cheios de fome, sede e cicatrizes,
Desencanto e aflição.

Serve e passa, esquecendo o mal e a treva,
Porque o dom de servir
É a força luminosa que te eleva
As bênçãos do porvir.

Não olvides que o Mestre da Verdade,
Para fazer mais luz,
Fez-se o Divino Rei da Humanidade
Pelo escárnio da cruz...


Por: Carmem Cinira, Do livro: Cartas do Coração. Médium: Francisco Cândido Xavier


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