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A oração é um sublime instrumento de que a criatura humana deve utilizar-se para a nutrição da alma.

Sempre e em qualquer circunstância a oração é tônico vigoroso que estabelece o equilíbrio e mantém a paz.

Energia vigorosa, restabelece o ânimo do orante enquanto este procura sintonizar emocionalmente com as Fontes geradoras da vida.

Vínculo de segurança para preservação da lucidez mental nos objetivos elevados, faculta harmonia e júbilo no percurso existencial.

A oração deveria fazer parte mais frequente do cardápio existencial na condição de tesouro com possibilidades incomuns para o serviço da edificação interior.

Por equívoco de alguns teólogos e crentes desprevenidos, a oração é apenas conhecida como uma reserva de forças para momentos especiais.

Como consequência se lhe recorre ao auxílio somente quando as circunstâncias parecem conspirar contra as aspirações, o bem-estar e outras ambições humanas.

Nesses casos, esperam-se ocorrências milagrosas como se o ato de orar merecesse resposta imediata da Divindade, atendendo às súplicas de urgência.

Transformada em obrigação a que o indivíduo se vê forçado, é utilizada apenas em condições especiais, principalmente de desespero e angústia, forçando-se anuência a todos os problemas que são apresentados.

Apegado a palavras sonoras ou poéticas, repetem-se de memória sem conexão com o alvo a que se deve dirigir.

Normalmente o resultado desse improviso é frustrante, desanimador.

A existência física impõe compromissos e deveres que devem ser considerados e vivenciados, a fim de que a mesma transcorra de maneira aprazível.

Nesse item estão as tarefas espirituais que requerem oportunidade para serem exercidas com indispensável espírito de abnegação e luta na busca da autoiluminação.

Normalmente, as obrigações com o corpo exigem quase todo o tempo disponível nas ações de cuidados, esforços de toda ordem para atender os programas estabelecidos ou simplesmente os excessos de repouso na ociosidade.

Quando algo sucede inesperado ou alguma necessidade se apresenta com urgência, é que se pensa na realidade do ser, nem sempre com a consideração que merece.

É natural que os resultados não sejam satisfatórios ou nenhuns pela falta de conceito com as faixas superiores do Bem.

A oração não deve ser um hábito de petitórios inconsequentes, mas um programa de convívio mental e emocional de ideias felizes.

O comportamento saudável é requisito primordial para a vigência oracional no íntimo do ser humano.

Quando Jesus enunciou que tudo quanto pedirdes ai Pai, orando, Ele vos concederá, deixou-nos clara a ideia de que fôssemos filhos devotados e merecedores das mercês desejadas.

Portanto, difere de se ter uma conduta alienada e, repentinamente, buscar-se respostas benéficas a solicitações injustificáveis.

Ora, portanto, sempre e sem cessar, seguro de que o intercâmbio oracional é da Terra para o Céu, a fim de que se dê a correspondente vibração de amor provinda do Céu para a Terra.

A oração, no entanto, não se reduz apenas a palavras, iniciando-se no pensamento enriquecido de amor e de esperança, que busca o apoio e o conforto, a diretriz e a segurança provinda das regiões sublimes da Espiritualidade.

O eminente escritor e filósofo russo, Leon Tolstói, em uma narração muito significativa, encerra o diálogo entre um sacerdote e um camponês, afirmando: Arar é orar!

Sem dúvida, toda vez que se está trabalhando na edificação do dever e em benefício do próximo, se está orando por meio da ação.

A oração realizada com palavras nem sempre conduz a unção do sentimento voltado a Deus, não logrando transformar-se em onda de comunicação superior. É o mesmo que a atividade oracional repetitiva, porém, com o pensamento em outras correntes mentais.

A alma, reconhecendo a sua fragilidade e pobreza de recursos específicos para atender a sua programação evolutiva, busca o Núcleo de onde partem as energias superiores para a preservação da vida, e tenta sintonizar mediante a prece com essas nascentes do bem inominado.

Por isso que, no fragor das lutas, quando as dificuldades se fazem mais graves é que a mente dispara o apelo a Deus, conforme é e se encontra, na expectativa do socorro que sempre virá.

Jamais uma oração fica sem a devida resposta. Nem sempre corresponde às aspirações de quem a elabora, porque a Sabedoria Divina sabe o que é de melhor para todos, não atendendo a ânsia de um momento que se pode converter em sofrimento futuro, mas o que vem depois de passada a tempestade.

É necessário, pois, saber-se discernir quando da ocorrência após o recurso oracional, não se permitindo desanimar ou desarmonizar, por não haver sido resolvida a questão afligente.

Nem tudo que ao ser humano em determinado momento parece ser um grande bem, o é, em realidade, pois que, não poucas vezes, esse entender transforma-se com o tempo e as circunstâncias em calamidade não desejada.

Quanto possível, faze da tua existência um rosário de elevadas evocações e preces, por pensamentos, palavras e ações.

Toda vez que disponhas de tempo vazio, em vez de te permitires devaneios e sonhos irrelevantes, ora, entra em contato com a Vida exuberante em toda parte e enriquece-te de paz e de alegria de viver.

Quem ora com frequência, eleva-se espiritualmente, mantendo-se imperturbável em qualquer situação.

Orar é ato de comungar com Deus.

Após atender as multidões, Jesus desaparecia da balbúrdia e dos comentários insensatos, para orar a Deus, no silêncio do deserto...

Nunca, pois, te sintas solitário ou triste, porque podes buscar a companhia celestial por meio da oração e enriquecer-te de luz e de amor.


Por: Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em 17 de abril de 2019. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=583


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