Ensinar, por Espíritos Diversos
Solitude, Solidão, Solicitude
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As três palavras são muito parecidas, sonoridade semelhante, mas suas
definições são bem distintas. E podem abrir universos de exemplos e abordagens.
Aqui a abordagem é motivada pela curiosidade cultural das três palavras.
Vejam que interessante:
Solitude é o estado de privacidade de uma pessoa, não significando,
propriamente, estado de solidão. Pode representar o isolamento e a reclusão,
voluntários ou impostos, porém não diretamente associados a sofrimento.
Solidão: estado de quem se acha ou se sente desacompanhado ou só; isolamento. Ou
ainda sentir-se triste e infeliz devido ao isolamento social. E também não
necessariamente em sofrimento.
Solicitude: boa vontade, desejo de atender da melhor maneira possível a alguma
solicitação; empenho, interesse, atenção. Ou ainda afã e diligência em tratar,
alcançar ou conseguir algum fim.
Outras palavras e exemplos podem ser trazidos com a mesma ocorrência de
semelhança em letras e sonoridade, mas fiquemos apenas com essas com o objetivo
de buscar a importância de cada uma delas.
Afinal podemos estar em estado de solitude, com ou sem solidão, e exercitar a
solicitude. Ou ser solícito, com ou sem solitude ou solidão... Muito
interessante os exemplos que podem se encaixar nessa linha de raciocínio. E
igualmente podemos estar nos três estados, individualmente em cada um ou nos
três ao mesmo tempo. Quantas situações! Ou em apenas dois, como por exemplo, em
solitude e solidão, sem solicitude. Confundiu? É que as variadas circunstâncias
ou situações humanas podem nos situar em quadros como os acima citados.
As três são úteis e o importante é que vivamos essas experiências com
solicitude, ainda que nos utilizemos ou não da solidão ou da solitude. Em
privacidade ou solitário, a disposição de boa vontade é sempre a marca da
moralidade.
Nos embates da atualidade o que se vê mais é solitude desrespeitada, a solidão
provocada e muitas vezes sofrida ou vivida com egoísmo, e pouca solitude, exceto
se nos próprios interesses. Por isso os sofridos quadros morais que estamos
vivendo. Melhor que transformemos a nossa possível solidão ou nossa solitude em
posturas práticas de solicitude.
Aí a vida fluirá com mais abundância.
Por isso afirma Auta de Souza na bela página Sublime Encontro:
Se procuras o Cristo Soberano
Por excelso refúgio às próprias dores,
Busca hoje e amanhã, por onde fores,
O torturado coração humano.
Desce ao vale dos grandes amargores,
Onde revelam sofrimento insano
A aflição, a miséria e o desengano,
Entre flagelos purificadores.
Desce à feição do Sol na noite fria,
Guardando a caridade por teu guia,
Ajudando e servindo cada hora...
E, ante a luz da Divina Primavera,
Encontrarás o Cristo que te espera,
Crucificado em cada ser que chora.
Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo autor
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