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Às vezes, cismas, coração amigo,
Como varar a treva, a cilada e o perigo,
Fazendo luz no próprio ser...
Das perguntas que fiz, onde a aflição me encosta,
- Esquecer, esquecer...

Perguntei à roseira, aberta em pétalas e cores,
Como agüenta espinhos, produzindo flores
Por ofício e dever...
Balançando a folhagem viridente,
A roseira me disse simplesmente
- Esquecer, esquecer...

Indaguei do diamante burilado
Que lâmina lhe dera a forma de bordado,
Por estrela a esplender...
E a pedra, recordando lágrima perdida,
Respondeu, como quem louvasse o sofrimento e a vida:
- Esquecer, esquecer...

Inquiri da mulher pela maternidade,
Como criar um filho e dá-lo à Humanidade,
Amando intensamente, a chorar e a sofrer...
Comentando o progresso e o mundo,
Em novo brilho,
Ela disse, beijando as mãos do próprio filho:
- Esquecer, esquecer

Desse modo, também, alma fraterna e boa,
Se buscas elevar-te, esquece-te e abençoa,
Não fujas à lição, se queres aprender...
Serve e conquistarás o reino do amor puro,
Ouvindo a voz do Céu, chamando-te ao futuro:
- Esquecer, esquecer...


Por: Maria Dolores, Do livro: Maria Dolores, Médium: Francisco Cândido Xavier


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