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Se bem haja no próprio circulo dos estudiosos dos espaços o grupo dos opositores das grandes idéias sobre o evolucionismo do principio espiritual através das espécies, sou dos que o estudam, atenta e carinhosamente.

Eminentes naturalistas do mundo, como Carlos Darwin, vislumbram grandiosas verdades, levando a efeito preciosos estudos, os quais, alias, se prejudicaram pelo excessivo apego à ciência terrena, que se modifica e se transforma, com os próprios homens; e, dentro das minhas experiências, posso afirmar, sem laivos de dogmatismo, que, oriundos da flora microbiana, em séculos remotíssimos, não poderemos precisar onde se encontra o acume das espécies ou da escala dos seres, no pentagrama universal. E, como o objetivo desta palestra é o estudo dos animais, nossos irmãos inferiores, sinto-me à vontade para declarar que todos nós já nos debatemos no seu acanhado circulo evolutivo. São eles os nossos parentes próximos, apesar da teimosia de quantos persistem em não o reconhecer.

Considera-se, às vezes, como afronta ao gênero humano a aceitação dessas verdades. E pergunta-se como poderíamos admitir um principio espiritual nas arremetidas furiosas das feras indomesticadas, ou como poderíamos crer na existência de um raio de luz divina na serpente venenosa ou na astúcia traiçoeira dos carnívoros. Semelhantes inquirições, contudo, são filhas de entendimento pouco atilado. Atualmente, precisamos modificar todos os nossos conceitos acerca de Deus, porquanto nos falece autoridade para defini-lo ou individualizá-lo. Deus existe. Eis a nossa luminosa afirmação sem poder, todavia, classificá-lo em sua essência. Os que nos interpelam por essa forma, olvidam as historias de calunias, de homicídios, no seio das perversidades humanas. Para que o homem se conservasse nessa posição especial de perfectibilidade única, deveria apresentar todos os característicos de uma entidade irrepreensível, dentro do orbe, onde foi chamado a viver. Tal não se verifica e, diariamente, comentais os dramas dolorosos da humanidade, os assassinatos, os infanticídios nefandos, efetuados em circunstancias nas quais, muitas vezes, as faculdades imperfeitas dos irracionais agiram com maior benignidade e clemência, dando testemunho de melhor conhecimento das leis de amor que regem o mecanismo do mundo.


Por: Emmanuel, Do livro: Pérolas do Além, Médium: Francisco Cândido Xavier


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