Ensinar, por Espíritos Diversos
Amor Livre
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Pergunta: Qual das duas, a poligamia ou a monogamia é mais conforme à lei da
Natureza? Resposta: A poligamia é lei humana cuja abolição marca Progresso
social.
O casamento segundo as vistas de Deus tem que se fundar na afeição dos seres que
se unem. Na poligamia, não há afeição real: há apenas sensualidade. Item n° 701,
de "O livro dos Espíritos".
Comenta-se a possibilidade de legalização das relações sexuais livres, como se
fora justo escolher companhias para a satisfação do impulso genésico, qual se
apontam iguarias ou vitaminas mais desejáveis numa hospedaria. Relações sexuais,
no entanto, envolvem responsabilidade.
Homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro para a conjunção afetiva, não
conseguirá, sem dano a si mesmo, tão-somente pensar em si.
Referentemente ao assunto, não se trata exclusivamente da ligação em base do
matrimônio legalmente constituído. Se os parceiros da união sexual possuem
deveres a observar entre si, à face de preceitos humanos, voluntariamente
aceitos, no plano das chamadas ligações extralegais acham-se igualmente
submetidos aos princípios das Leis Divinas que regem a Natureza. Cada Espírito
detém consigo o seu íntimo santuário, erguido ao amor, e Espírito algum
menoscabará o "lugar sagrado" de outro Espírito, sem lesar a si mesmo. Conferir
pretensa legitimidade às relações sexuais irresponsáveis seria tratar
"consciências" qual se fossem "coisas", e se as próprias coisas, na condição de
objetos, reclamam respeito, que se dirá do acatamento devido à consciência de
cada um? É óbvio que ninguém se lembrará, em são juízo, de recomendar escravidão
às criaturas claramente abandonadas ou espezinhadas pelos próprios companheiros
ou companheiras a que se entregaram, confiantes; isso, no entanto, não autoriza
ninguém a estabelecer liberdade indiscriminada para as relações sexuais que
resultariam unicamente em licença ou devassidão. Instituído o ajuste afetivo
entre duas pessoas, levanta-se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do
respeito à fidelidade natural, ante os compromissos abraçados, seja para a
formação do lar e da família ou seja para a constituição de obras ou valores do
espírito. Desfeitos os votos articulados em dupla, claro que a ruptura corre à
conta daquele ou daquela que a empreendeu, com o aceite compulsório das
conseqüências que advenham de semelhante resolução. Toda sementeira se acompanha
de colheita, conforme a espécie. É razoável nos lembremos disso, porquanto o
autor ou autora da defecção havida, ante os princípios de causa e efeito, é
considerado violador de almas, assumindo com as vítimas a obrigação de
restaurá-las, até o ponto em que as injuriou ou prejudicou, ainda mesmo quando
na conceituação incompleta do mundo essas criaturas tenham sido encontradas
supostamente já prejudicadas ou injuriadas por alguém. O diamante no lodo não
deixa de ser diamante, sem perder o valor que lhe é próprio, diante da vida. A
criatura em sofrimento não deixa de ser criação de Deus, sem perder a
imortalidade que lhe é própria, à frente do Universo. Que a tentação de retorno
dos sistemas poligâmicos pode ocorrer habitualmente com qualquer pessoa, na
Terra, é mais que natural - é justo. Em circunstâncias numerosas, o pretérito
pode estar vivo nos mecanismos mais profundos de nossas inclinações e
tendências. Entretanto, os deveres assumidos, no campo do amor, ante a luz do
presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios inoportunos, de vez que o
compromisso cria leis no coração e não se danificarão os sentimentos alheios sem
resultados correspondentes na própria vida. Observem-se, nos capítulos do sexo,
os desígnios superiores da Infinita Sabedoria que nos orienta os destinos e,
nesse sentido, urge considerar que a Vontade de Deus, na essência, é o dever em
sua mais alta expressão traçado para cada um de nós, no tempo chamado "hoje". E
se o "hoje" jaz viçado de complicações e problemas, a repontarem do "ontem",
depende de nós a harmonia ou o desequilíbrio do "amanhã".
Por: Emmanuel, Do livro: Vida e Sexo, Médium: Francisco Cândido Xavier
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