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Trabalha, atendendo a Deus,
Seja inverno ou primavera,
Recorda que o dia findo
Nunca mais se recupera.

Desconfia da bondade
De todo e qualquer irmão,
Que passa o dia a queixar-se
De espinhos da ingratidão.

Equilibra-te na estrada.
Não guardes excesso algum,
O lobo farto, igualmente,
No outro dia faz jejum.

Entende, primeiramente,
O que diga o companheiro,
Escuta silencioso
E fala por derradeiro.

Entre os servos de Jesus
Que sabem honrar seus brios,
Jamais há necessidade
De lisonjas e elogios.

O excesso de solidão.
Nas lutas da humanidade,
Pode ser muita virtude
Ou muita perversidade.

Não te esqueças que, entre os maus,
Enquanto há passas e figos,
Terás sempre, em derredor,
Bons vinhos e bons amigos.

Não te queixes contra a sorte,
No serviço edificante.
Não existe boa terra
Sem lavrador vigilante.

Enfrenta a luta sem medo...
Há muito pobre mortal
Que foge à fumaça negra
E cai no fogo infernal.

Guarda a língua no caminho
Usando a misericórdia...
O silêncio da humildade
Acende a luz da concórdia.

Aprende a ser venturoso
Com teus préstimos e dons.
Nem todos podem ser grandes
Mas todos podem ser bons.

Procede zelosamente
Na imitação de Jesus.
O demônio, muitas vezes,
Esconde-se atras da cruz.


Por: Casimiro Cunha, Do livro: Coletâneas do Além, Médium: Francisco Cândido Xavier


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