
Na Oração, por Emmanuel
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Ante o céu claro-escuro do crepúsculo, o devoto extasiado rogava ao
Altíssimo:
– Senhor, abri-me os celeiros da prosperidade espiritual! Preciso crescer
mentalmente, para servir-vos. Sinto, Pai, que minhas forças jazem adormecidas...
Que fazer por elevar-me? Disponho de elementos materiais suficientes com que
prover às exigências da vida. No entanto, no fundo, reconheço-me desalentado e
abatido... Quero vibrar em vosso infinito amor, dedicar-me à procura infatigável
de vossos dons de sabedoria; contudo, intimamente, demoro-me na indecisão do
viajante que se vê desamparado sob a neblina espessa... Ó Magnânimo Pai, não me
deixeis dormitar à margem do caminho... Não sou ignorante das coisas sagradas.
Sei que é imprescindível trabalhar na iluminação de nós mesmos para que o mundo
seja finalmente redimido... Estou informado de que a vossa vontade impera sobre
a nossa, mas aprendi, desde muito tempo, que a nossa colaboração individual é
indispensável na execução dos programas salvadores. Todavia, como avançar se me
faltam recursos ao espírito? Ajudai-me na superação de mim mesmo; auxiliai-me a
rasgar a venda que me impede a contemplação de vossa gloriosa luz, impressa em
todos os quadros da vida. Não me desampareis. Sou vosso. Pertenço-vos.
Dilatai-me o entendimento, dai-me ocasião de revelar o aproveitamento das
bênçãos que já me concedeste, facilitai-me a demonstração das dádivas com que me
aquinhoastes. Aguardo-vos a manifestação paternal, descerrai para mim as fontes
da graça, ao cansado genitor que, de há muito, lutava e a fim de que minha
compreensão,o se expanda e cresça. Sejam executados os vossos desígnios!...
Recordando a saudação do anjo, na formosa narrativa do Evangelho de Lucas,
repetiu o pensamento de Maria:
– Cumpra-se no escravo a vontade do Senhor!...
Depois da prece, levou o lenço aos olhos e enxugou as lágrimas que a contrição
lhe trouxera.
A noite começava a enfileirar constelações no campo celeste.
Retomou, então, o caminho do lar, reconfortado. Orara com fervor e aguardava a
bênção divina para o próprio engrandecimento.
Antes, porém, de transpor o jardim doméstico, eis que a esposa, aflita, vem ao
encontro dele.
Um dos filhos, molestado por estranha cólica e atendido pelo médico,
submeter-se-ia a delicada intervenção cirúrgica, em breves horas.
Atordoado, como se alguém lhe houvesse desfechado tremendo golpe no crânio, não
voltara ainda a si, quando um servidor de confiança, palidíssimo, se lhe gostou
à frente, notificando que o maior depósito de algodão de sua propriedade fora
inexplicavelmente incendiado. Não puderam situar a procedência do fogo que
lavrara, implacável, enquanto encontrou combustível.
O devoto fez força para não cair. O sangue concentrava-se-lhe no cérebro, aos
borbotões. Estava muito distante do próprio domínio. A mente vagueante parecia
incapaz de exercer qualquer direção construtiva sobre o pequeno mundo
fisiológico...
Contudo, não movera os pés. Nesse comenos chega, suarenta, velha tia,
excessivamente nervosa, comunicando-lhe que o pai agonizava em cidade próxima...
O devoto esqueceu que a Bondade Divina podia curar-lhe o filho, conferir-lhe
novo algodoal mais rico e mais extenso e proporcionar merecido repouso ao
cansado genitor que, de há muito, lutava e padecia na Terra. Num minuto aquele
homem se transformou. Ele que rogara aos céus recursos para iluminar-se, para
dilatar-se mentalmente, para crescer em conhecimento e virtude e engrandecer-se
para a vida imperecível, ao invés de receber os testes divinos, com fortaleza e
serenidade, a fim de melhor e mais plenamente aproveitar a oportunidade de
elevação, gritou, acabrunhado :
– Onde está Deus que me não ouve as orações Sou um desventurado, o mais infeliz
dos homens!...
E caiu no leito vencido, quando a luta apenas começava, fugindo às
possibilidades de crescimento espiritual para cair nos sedativos dum médico.
Registrando-lhe a experiência, de perto, na condição de amigo desencarnado,
reconheci que quase todos os crentes, ao suplicarem a Proteção do Céu, não
pretendem, no fundo, respirar o clima superior da verdade e da luz... O que
pleiteiam, sem dúvida é a posição de orquídeas na estufa celeste.
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