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Em um de seus poemas, Vinicius de Moraes escreveu: Seja o amor eterno enquanto dure...

O verso tem fornecido oportunidade para que os que dizem amar, rapidamente desfaçam laços que parecia iriam ultrapassar os tempos.

Tem se tornado comum dizer que o amor passa. E nos indagamos: Será mesmo?

Será o amor assim tão efêmero, passageiro?

A história de Mary e Tom Fish demonstra que o verdadeiro amor resiste a tudo.

Eles se casaram num dia de maio de 1994 e, nos primeiros meses, tudo era um mar de rosas. Juntos pintaram, decoraram e mobiliaram a casa.

Mary fez as cortinas, Tom plantou rosas. Ele era um homem atlético e, quando mais jovem, dorar'>adorara escalar montanhas.

Mary, despreocupada e satisfeita, esperava que os desafios que tivessem que enfrentar juntos viessem sob a forma de filhos e mudanças de vida.

Mas, em fevereiro do ano seguinte, Tom começou a não se sentir bem. Ele estava no trabalho, tentou tirar um refrigerante da geladeira, mas não conseguiu levar a mão à porta.

Exames médicos indicaram dois tumores cerebrais muito agressivos. O médico anunciou a gravidade, marcou a cirurgia para o início da semana seguinte e descreveu, com voz fria, os procedimentos.

O casal olhou um para o outro. Tom começou a dizer: Desculpe, desculpe. Como se desejasse expressar o quanto sentia estar causando a ela tanta preocupação.

Ele passou por cirurgias, radioterapia e quimioterapia, alternando momentos bons com outros bem difíceis, em que tinha dificuldade para pronunciar certas palavras e Mary precisava descobrir o que ele desejava dizer.

Voltaram-se para Deus, em oração. Certo dia, Mary sugeriu que eles recitassem em voz alta os votos matrimoniais que tinham escrito.

Enquanto ela se esforçava para recordar o que escrevera, Tom recitou: Eu, Tom, aceito você, Mary Catherine, tesouro de meu coração e minha companheira querida, para ser minha mulher, amante e amiga, para viajar pela vida comigo, até além do fim do caminho.

Eu a amarei, consolarei e honrarei, na alegria e na tristeza, todos os meus dias.

Um dia, fazendo a maior bagunça para se alimentar, ele perguntou: Amor, como você se sente diante da possibilidade de eu me tornar deficiente?

Com sinceridade absoluta, ela falou: Meu amor, você é a minha vida. Tudo que eu quero é que você continue comigo. Posso enfrentar qualquer problema.

Comemoraram um ano de sua união, comendo a parte de cima do bolo da festa do casamento, que haviam guardado, no congelador, especialmente para a ocasião.

No começo, ela desejou que ele voltasse a ser saudável; depois, pedia que ele vivesse mesmo com as deficiências; então, precisou aceitar o fato que ele iria morrer.

Finalmente, Mary se deu conta de que tudo que podia fazer era ajudá-lo espiritualmente.

Quando Tom se foi, ela escreveu: Sei que o amor resiste à dor e ao infortúnio. Se fôssemos capazes de escolher um sentimento que perdurasse acima de todos os outros, haveria escolha melhor?

Pensemos nisso: o amor é o maior dos sentimentos. O amor nunca acaba.


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base no artigo Um amor interminável, de Mary Catherine Fish, da revista Seleções Reader´s Digest, edição especial de aniversário [70 anos]. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3848&stat=0


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