Ensinar, por Espíritos Diversos
Esclarecimento
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Quando alinhamos nossas despretensiosas anotações acerca de "Nosso Lar",
relacionando a nossa alegria diante da Vida Superior, muitos companheiros
inquiriram espantados: - Afinal, o que vem a ser isso? Os desencarnados olvidam
assim a paragem de que procedem? Se as almas, em se materializando na Terra,
chegam do mundo espiritual, por que as exclamações excessivas de júbilo quando
para lá regressam, como se fossem estrangeiros ou filhos adotivos de nova
pátria?
O assunto, simples embora, exige reflexão.
E é necessário raciocinar dentro dele, não em termos de vida exterior, mas de
vida íntima.
Cada criatura atravessa o portal do túmulo ou transpõe o limiar do berço,
levando consigo a visão conceptual do Universo que lhe é própria.
Almas existem que varam dezenas de reencarnações sem a menor notícia da
Espiritualidade Superior, em cuja claridade permanecem como que hibernadas, na
condição de múmias vivas, já que não dispõem de recursos mentais para o registro
de impressões que não sejam puramente de ordem física.
Assemelham-se, de alguma sorte, aos nossos selvagens, que, trazidos aos grandes
espetáculos da ópera lírica, suspiram contrafeitos pela volta ao batuque.
E muitos de nós, como tantos outros, em seguida a romagens infelizes ou
semicorretas, tornamos do mundo às esferas espirituais compatíveis com a nossa
evolução deficiente, e, além desses lugares de purgação e reajuste,
habitualmente somos conduzidos por nossos Instrutores e Benfeitores para ensaios
de sublimação a círculos mais nobres e mais elevados, nos quais nem sempre nos
mantemos com o equilíbrio desejável, já que nos achamos saudosos de contato mais
positivo com as experiências terrestres.
Agimos, então, como alunos inadaptados de Universidade venerável, cuja
disciplina nos desagrada, por guardarmos o pensamento na retaguarda distante,
ansiosos de comunhão com o ambiente doméstico, em razão do espírito gregário que
ainda prevalece em nosso modo de ser.
Como é fácil observar, raras Inteligências descem, efetivamente, das esferas
divinas para se reencarnarem na esfera física.
Todos alcançamos as estações do berço e do túmulo, condicionando nossas
percepções do mundo externo aos valores mentais que já estabelecemos para nós
mesmos, porque todos nos ajustamos, bilhões de encarnados e desencarnados, a
diferentes faixas vibratórias de matéria, guardando, embora, o Planeta como
nosso centro evolutivo, no trabalho comum.
Desse modo, a mais singela conquista interior corresponde para nossa alma a
horizontes novos, tanto mais amplos e mais belos, quanto mais bela e mais ampla
se faça a nossa visão espiritual.
Construamos, pois, o nosso paraíso por dentro.
Lembremo-nos que os grandes culpados que edificaram o inferno, em que se
debatem, respiram o ambiente da Terra – da Terra que é um santuário do Senhor,
evoluindo em pleno Céu.
Nosso ligeiro apontamento em torno do assunto destina-se, desse modo, igualmente
a reconhecermos, mais uma vez, o acerto e a propriedade da palavra de Nosso
Divino Mestre, quando nos afirmou , convincente: - O reino de Deus está dentro
de nós.
Por: André Luiz, Do livro: Vozes do Grande Além, Médium: Francisco Cândido Xavier
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