O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
A Paz
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Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar
seria dado ao
quadro que melhor representasse a paz.
Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.
O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que
bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave.
O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao
azul anil do céu.
O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das
ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.
Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro
quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo.
Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que
deu o voto de desempate:
- Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?
E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse:
- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das
fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo
tranqüilamente?
E os pintores sem entender responderam: sim, mas...
Antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou:
- Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais
difíceis nos permite repousar tranqüilos.
Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à
tempestade, mas não é tão difícil de entender.
Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a
consciência está tranqüila, tudo à volta pode estar em revolução que
conseguiremos manter nossa serenidade.
Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do
pássaro que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa
consciência.
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também
pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranqüilo e nossa
consciência arder em chamas.
A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos
fugir, porque está em nós.
É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que
tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção.
Sendo assim, concluiremos que a paz não será implantada por decretos nem por
ordens exteriores, mas será conquista individual de cada criatura, portas à
dentro da sua intimidade.
Um dia, a paz vestiu-se de homem e conviveu com a humanidade sofredora e aflita.
Conservava-se em paz mesmo diante das situações mais turbulentas e
assustadoras.
Agredido, manteve-se sereno.
Caluniado, exemplificou tranqüilidade.
Diante da tempestade no mar, pediu calma.
Pregado na cruz, permaneceu em paz.
Todavia, antes de partir teve ensejo de dizer:
A minha paz vos deixo, como exemplo.
A minha paz vos dou, como modelo a ser copiado.
Por: Momento Espírita, Texto extraido do site http://www.momento.com.br
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