Ensinar, por Espíritos Diversos
A Paz de Francisco
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Ele percebeu cedo que não poderia realizar seu intento
contando com adesão de terceiros. Percebeu também que não poderia consertar o
mundo sozinho...
Filho de pais ricos e vivendo as contingências de sua época, Francisco optou por
uma vida diferente e não foi compreendido, nem pelos pais, nem pelos amigos. Nem
por isso, no entanto, deixou de seguir a decisão pessoal que influenciaria todas
as épocas do mundo. Ao sentir-se tocado pela sublime mensagem, Francisco
percebeu que precisava fazer algo, tinha que colocar mãos à obra para modificar
uma situação complexa, difícil de ser executada, como nos dias atuais...
Se saísse a convocar pessoas, não teria êxito.Toda idéia nova sempre encontra
opositores. Se tentasse consertar as situações por meio da imposição ou da
violência, também não conseguiria.
Sua opção, todavia, incomodava. Seu comportamento fugia da normalidade de sua
época. Entretanto, sem temor ou insegurança, sabia o que desejava.
E trouxe ao mundo a linda Oração de Francisco de Assis. Sim, falamos do notável
Homem de Assis.
Percebendo o complexo quadro de seu tempo, comparando-o com a necessidade de ser
útil, tomou a si mesmo o encargo e pediu: Senhor, fazei de mim instrumento de
vossa paz!
Vejamos a expressão fazei de mim: Não impôs condições, não exigiu nada de
ninguém e atribuiu a si mesmo o sacrifício, o esforço, a iniciativa de tornar-se
um instrumento de paz no mundo.
Ora, um instrumento de paz é alguém promotor da paz. Alguém que se esforça por
espalhar felicidade ou satisfação ao próximo. Alguém que luta, renunciando aos
próprios caprichos e interesses pessoais para proporcionar paz ao semelhante.
Silenciando atritos, superando lutas, vivendo sacrifícios enormes...
Agimos ao contrário, nós que nos dizemos cristãos! Primeiro, a nossa satisfação,
a alta voz do egoísmo pessoal, em detrimento da coletividade, do próximo mais
próximo, muitas vezes dentro do próprio lar.
Com Francisco de Assis, é o oposto. Primeiro a felicidade alheia, depois o
interesse próprio. E olha, que estamos analisando apenas a primeira proposição
da famosa oração.
Este notável homem que exemplificou em si mesmo a construção da paz merece ser
lembrado sempre. Seus ensinos aí estão a nos convocar para uma mudança.
E interessante é que não há outro caminho para a melhora da casa planetária.
Ninguém será feliz enquanto houver infelizes. Esta é a realidade que precisamos
compreender.
Notem os leitores que esta abordagem não possui caráter religioso, de qualquer
denominação. Embora ligado aos preceitos da religião, esta análise possui um
caráter científico de uma lei maior que rege os caminhos humanos. E já que
estamos no mundo, como humanos, ou agimos na lei ou somos enquadrados como
infratores da lei, sujeitos às consequências que já se apresentam com toda
gravidade, tirando a paz de viver em paz...
Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo próprio autor para publicação em nosso site
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