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Não sou ligado a novelas. Mas comecei a receber questionamentos de algumas pessoas, de público. Tive que assistir alguns capítulos para poder responder as perguntas. Achei interessante. A TV Globo achou uma maneira bem agradável de falar sobre vidas passadas, embora com os exageros naturais nestes casos.
Mas o fato é que o assunto está sendo tratado até com uma certa seriedade. O fato de Serena olhar no espelho e ver Luna é um recurso que a produção achou para ligar as duas existências; do contrário como faria isso? Seria difícil; foi a maneira encontrada de mostrar que é a mesma pessoa, em corpos diferentes. Sim, a teoria das vidas sucessivas ensina que a vida é única e divide-se em várias existências, através de corpos diferentes. A reencarnação tem finalidade de promover o progresso e isso se faz através de várias vivências em corpos físicos, que podem ser masculinos ou femininos, em países e situações sociais bem diversas, a depender dos méritos e necessidades do envolvido, mas sempre trazendo consigo o próprio patrimônio moral e intelectual conquistado através dos milênios.
Quanto à outra personagem, considerada louca, o que ocorre é que ela apenas dá passividade mediúnica a alguém marcado pelo ódio e pelo descontrole emocional, requisitando ajuda. Há certos exageros, mas o fato é real no cotidiano da vida humana.
Quanto às sessões de recordações de vidas passadas, isto também é possível e real, mas não é tão simples e fácil como apresentado. O esquecimento de existências passadas é recurso vital para o equilíbrio do presente, todavia, há inúmeros casos de recordações claras – cujas informações puderam ser comprovadas – , com lembranças nítidas. Elas ocorrem em casos excepcionais, também considerando os méritos e necessidades do grupo envolvido.
O que é importante ressaltar, todavia, é que a vida é única; não é outra pessoa que viveu em nós. Somos nós mesmos, viajores do caminho evolutivo que utilizam corpos diferentes em cada experiência. Apenas isso. Daí surgem as explicações das diferenças entre as criaturas (emocionais, psicológicas, intelectuais, etc) e das diversas situações que todos vivemos. Sempre como fruto de experiências, equívocos, traumas, habilidades e conquistas do passado.
Por outro lado, o assunto – que não é exclusivo nem invenção do Espiritismo (que é citado na novela) – tem recebido na novela orientações sérias e, em muitos casos, confiáveis, para quem quer entendê-lo em profundidade. Todavia, para se conhecer de maneira correta, inclusive para entender a incompreendida questão da prática mediúnica, não há outro caminho senão o da busca, estudo e pesquisa na fonte correta e original: a Codificação Espírita de Allan Kardec.
Quanto à teoria das Almas Gêmeas, ela não existe. Ninguém foi feito para outro. Somos criaturas independentes e cada um terá que efetuar seu próprio progresso. Todavia, há que se considerar que os laços de grande afinidade podem ligar as criaturas por tempo indeterminado, ultrapassando muitas vezes os limites de uma ou várias existências. Justamente pela afinidade que alimentam entre si, mas sem ligação definitiva.
O que ocorre conosco, os seres humanos, é que nos limitamos ao perfil da presente existência humana, acanhada experiência temporal diante dos valores da abundante e real vida imortal. Uma coisa, porém, é muito certa: a vida na Terra é muito valiosa para o alcance da referida abundante e real vida imortal; por isso, valorizemo-la de maneira correta, com respeito e gratidão pela vasta oportunidade ora vivida.


Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo próprio autor para publicação em nosso site


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