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Vai o homem descendo o rio caudaloso.
Nenhum esforço faz para seguir à frente.
As águas levam-no no influxo impetuoso, poupando-o das pedras e dos escolhos.
Com facilidade, ele avança, avança sempre, impelido rapidamente pelo bojo da massa líquida.
Força, situação e movimento a seu favor.
Nada lhe é contrário.
Outro homem vem subindo o rio.
Em luta constante, movimenta os braços.
Bate os pés.
Respira fundo.
Cansa-se.
Consome-se, agoniado.
Esforça-se para não afundar.
Fadiga-se para sobreviver.
E avança contra o impulso das águas e os obstáculos.
Com dificuldade, ele nada, mas sempre, varando, pouco a pouco, a torrente poderosa.
Tudo lhe é contrário.
Esta é a vida do homem na Terra.
Descer a favor da corrente do mundo é sempre fácil.
É só deixar-se levar.
Acumpliciando-se sistematicamente com as ações da maioria.
Jamais se indispondo contra o erro.
Só dizendo “sim” para tudo e para todos.
Seguindo despreocupadamente, sem o exame dos próprios atos.
Boiando sempre, em menor esforço.
Mas, subir contra a corrente do mundo, é mais difícil.
É preciso valor para enfrentar a adversidade.
É necessário paciência para fugir aos erros de tradição.
É indispensável ser forte para tornar-se exceção no esforço maior.
Lembre-se de que, como espírita, em muitas ocasiões você deve estar contra a corrente dos preconceitos e prejuízos da convenção.
O caminho normal é viver com todos. No entanto, vez por outra é imperioso nadar em sentido contrário...


Por: Valérium, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.


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