O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
Apelo da Esperança
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Minha querida amiga,
Hoje, estou escrevendo especialmente para você. Tenho acompanhado os seus
últimos dias, e muito tem me preocupado a tristeza e a surda revolta que
encontrei em seu olhar.
Não me passaram desapercebidas as suas preocupações e medos e, apesar de ter-me
colocado ao seu lado, abrindo os meus braços para confortá-la, você passou ao
largo, sem abrir o seu coração ao meu.
Por isso estou aqui, insistindo com você! Não desista!
A notícia da gestação inesperada surpreendeu-a com violência e você olha ao seu
redor sem encontrar um caminho seguro para seguir.
Aquele que compartilhou com você as horas mornas dos prazeres fáceis, talvez,
não queira saber mais da sua companhia e, muito menos ainda, do fruto do
instante que já é passado.
Sua família talvez não queira saber dos seus problemas e, como de outras vezes,
apenas lhe virará as costas, dizendo que plantou e agora faz a colheita.
Mas, amiga querida, o que cresce em seu íntimo não é um problema: - é seu filho!
Uma alma cara ao seu coração, um amor que volta aos seus braços para
acompanhar-lhe os dias que ainda estão para serem vividos.
Não aborte! Não mate a felicidade que bate às portas de sua alma, pedindo-lhe
pouso seguro!
Pela sua mente passam imagens de todos os prazeres que terá que abandonar em
nome de uma condição indesejada: as festas, os encontros, a liberdade de ir e
vir como queria e com quem queria...
Pensa em seu corpo... Em vê-lo deformado, em perder a forma cobiçada, no
desconforto, na dor, no parto.
Pensa nas despesas...nos gastos...
Mas eu sei!...eu sei de você! Sei que traz tantas coisas guardadas dentro do
coração, tantos sonhos que não compartilha com ninguém, tanta douçura que não
expressa...
Amiga, eu a conheço! Sei que tem fome de amor, desse amor profundo e sem jaça
que procurou nos braços de tantos que não a compreenderam e que muitas vezes,
desprezam o seu valor.
Aquele que retorna pelo seu ventre também sabe, por isso, escolheu-a para
chamá-la pelo mais sublime nome humano que já pousou nos lábios dos seres que
habitam essa Terra: mãe!
Reconheço que não terá dias fáceis, que alguns serão de noites sem estrelas.
Prometo, contudo, estar ao seu lado e ao lado de seu filho, observando, alegre,
seu ventre crescer, pleno de vida!
E digo mais: não contará apenas com a minha presença, mas, com a presença de
muitos que a amam e que velam pela sua paz e pela paz de seu filho!
Não desista de ser feliz! Não aborte seu sonho! Não mate seu filho, para o seu
próprio bem!
Com todo o carinho de meu coração.
Sua amiga e companheira eterna:
A esperança.
Por: Momento Espírita, Texto extraido do site http://www.momento.com.br
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