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Penso em Deus, penso na vida, penso em tudo que me cerca e me interrogo a respeito da função de tudo quanto vibra, de tudo quanto existe sob os céus e guardo grande ansiedade de saber sobre mim mesmo.
Quem sou eu no contexto do universo?
Serei, tão-somente, um corpo que desfila inteligentes quão misteriosas habilidades?
Serei um caminhante solitário, em meio à gigantesca massa humana, destinado a encarar complicados problemas, a enfrentar desafios?
Serei um átomo excitado diante dos esplendores das incontáveis galáxias?
Serei, porventura, produto da casualidade sem projeto, sem programa, sem razão de ser?
Como explicar-me a mim próprio como um itinerante aprendiz das pautas do infindo cosmo?
Serei alguém fadado ao sofrimento, a chorar de pesar em todos os momentos?
Serei um ser destinado à intensa dor, duradoura, sem esperança de tempos melhores, de felicidade?
Serei um indivíduo levado pelas mãos do desencanto à estalagem das ansiedades e das frustrações?
Somente há dor e fel por onde eu possa trilhar, como se toda a existência não passasse de um fumo entediante, asfixiante, a sugar-nos a vontade de avançar, de sorrir, de louvar?
Retorno à fonte do meu senso interno e vejo que há lucidez em cada coisa que existe, em cada ser que erra.
Sinto que não nascemos p’ra ser tristes e viver entre dor, gemido e pranto, mas, aqui estamos para alcançar o bem mais santo, e avançar para o progresso e conquistar o encanto de agir com Deus nas lutas do mundo, de vibrar na alegria, no júbilo fecundo, até o tempo longínquo da áurea plenitude.
Sinto que sou caminhante do infinito, e, não obstante o horror, a amargura, o choro, o grito, embora estando na terra entre teimosias, aflito, o meu destino é sem dúvida estelar.
Agora sei que nasci para servir, pra ser feliz, crescer e amar.
Cheguei ao mundo nos planos do Criador, que espera que me faça um lavrador a semear nos corações, em redor dos meus passos, as sementes de esperança, de alegria e de paz, que onde eu vá me transforme num servidor da verdade, do trabalho e da harmonia.
Sei que sou cidadão universal, irmão da humanidade, indubitavelmente, filho do Deus altíssimo, bom, justo e clemente, dotado do melhor recurso para fazer brilhar a divina luz em mim.
E, ante os desafios terrenos, dizer não ou dizer sim, com responsabilidade, com razão e com ternura.
Sou caminhante da eternidade.
Sou dedicado aprendiz buscando disciplina, revestido de um manto de matéria fina, quintessência, formosura que impulsiona para Deus.
E agora que me vejo repleto de certezas que me asseguram a estabilidade na consciência do que sou, sei que imerso no hálito paterno do Criador da vida me completo, a cada dia vivendo virtudes, transformando em ternuras gestos rudes, suavizando o que sou para o futuro, obra-prima de Deus, luz coagulada, a galgar a evolução em toda estrada, o que é do senhor sagrado fim, verme, astro a brilhar, nas rotas do infinito.
Nesta bela página ditada pelo Espírito Ivan de Albuquerque, encontramos a resposta transcendente para a pergunta que cala fundo em nós:
“Quem sou eu?”


Por: Momento Espírita, Texto extraido do site http://www.momento.com.br


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