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Benjamin Franklin, inteligência privilegiada do século 18, mais conhecido entre nós pela sugestão do uso de pára-raios em grandes edifícios, escreveu certa vez:
“Quando vejo que nada é aniquilado nos trabalhos de Deus, e nem uma gota d’água é desperdiçada, não posso acreditar que exista o aniquilamento das almas.
Também não posso acreditar que Deus queira suportar o esbanjamento de milhões de mentes já feitas, que agora existem, e dar-se ao contínuo trabalho de fazer outras, novas.
Assim, vendo que existo no mundo, acredito que, sob uma forma ou outra, sempre existirei.
E, com todos os inconvenientes que a vida humana tende a oferecer, não farei objeções a uma nova edição da minha.
Espero, contudo, que a errata da última seja corrigida.”
Possivelmente em um momento de bom humor, mas firme nesse seu ponto de vista, Franklin escreveu seu próprio epitáfio:
“O corpo de Benjamin Franklin, impressor, como a capa de um livro velho, seu conteúdo despedaçado e despido de seu título e de seus dourados aqui jaz.
Alimento para os vermes. Mas o trabalho não será perdido.
Pois, como ele acredita, aparecerá mais uma vez, em nova e mais elegante edição, revista e corrigida pelo autor.”
Vemos que o grande cientista acreditava, não somente na imortalidade da alma, mas também na reencarnação.
E, como ele, podemos dizer que a nossa vida é um livro que estamos escrevendo e estudando todos os dias.
Os nossos atos vão compondo novas páginas, os nossos pensamentos vão nele sendo impressos. Cada capítulo que concluímos, pela maturidade que vamos alcançando, é mais rico.
Nenhum capítulo é somente dor. Como nenhum é de total êxtase. Lágrimas e dores se confundem, tornando a obra um best-seller.
Cada vida é um livro inédito, sem igual.
É bom lembrar, no entanto, que, quando um autor lança um livro pede a alguém competente no assunto que faça a apreciação do seu trabalho.
Essa apreciação passa a constar como prefácio da obra.
De outras vezes, é o autor mesmo que apresenta a sua obra. No prefácio ele oferece ao leitor dados sobre o conteúdo, razão e finalidade dos seus escritos.
As pessoas quase sempre deixam de ler essa parte e começam a ler o assunto principal.
Justamente por essa forma errada de ler, menosprezando as explicações do autor ou do prefaciador, muito do conteúdo poderá ficar sem um bom entendimento.
O livro da nossa vida também possui um prefácio. É nele que anotamos os projetos e falamos dos nossos objetivos na presente existência.
É no prefácio que assinalamos as diretrizes que deveremos seguir.
Por essa razão, pelo menos uma vez por ano devemos reler o prefácio do livro da nossa vida.
Isto para termos refrescada a memória sobre o que desejamos fazer da nossa existência.
Porque viver não é somente respirar, saciar as necessidades básicas de alimentação, repouso e lazer.
Viver é oportunidade de crescimento, de progresso.
Ninguém nasce para ser um fracassado, derrotado. Cada qual nasce para um grande objetivo: se tornar melhor, subir um degrau na evolução.
Relendo o prefácio do livro da nossa vida, recordando porque nos encontramos aqui, poderemos realizar as correções devidas para aproveitar esta oportunidade, de forma ampla.
Poderemos lembrar de retornar àquele curso que começamos e desistimos. Ou talvez que devamos retornar ao seio da família que um dia largamos, em algum lugar.
Possivelmente nessa lida do prefácio, recordaremos da intensa necessidade de Deus, da religião.
Talvez, em algum momento, reguemos com lágrimas as páginas do prefácio, enquanto a memória reavivada nos remete ao doce aconchego da prece.
Pensemos nisso! Será hoje o momento de proceder à leitura do prefácio do livro da nossa vida?


Por: Momento Espírita, Texto extraido do site http://www.momento.com.br


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