Ensinar, por Espíritos Diversos
Processo reencarnatório
--- Questão [#001]
Na sua opinião, considerando os livros básicos e a literatura auxiliar, a
Doutrina Espírita tem esgotado as informações sobre o processo reencarnatório
ou, na medida em que o homem se espiritualize, informações adicionais serão
concedidas?
Resposta: Como sistema orgânico de conhecimento, o Espiritismo é uma doutrina
evolutiva, atenta à dinâmica da expansão cultural da humanidade. Vamos reler um
parágrafo da Introdução que Kardec escreveu para O Evangelho Segundo o
Espiritismo (Autoridade da Doutrina Espírita, pg. 31, 57a. edição FEB):
"Com extrema sabedoria procedem os Espíritos superiores em suas revelações.
Não atacam as grandes questões da Doutrina senão gradualmente, à medida que a
inteligência se mostra apta a compreender a verdade de ordem mais elevada e
quanto as circunstâncias se revelam propícias à emissão de uma idéia nova.
Por
isso é que logo de princípio não disseram tudo e tudo ainda hoje não disseram,
jamais cedendo à impaciência dos muito afoitos, que querem os frutos antes de
estarem maduros."
O Livro dos Espíritos constitui exemplo disso no sentido de que notamos na sua
elaboração o cuidado de não dizer mais do que o necessário e conveniente para a
época e de compactar informações e ensinamentos num mínimo possível de
texto.
Em algumas respostas, a linguagem é quase telegráfica, sem detalhamentos,
considerados, talvez, prematuros ou inoportunos. O que, de certa forma, parece
indicar reserva de espaço para futuras ampliações, à medida que o conhecimento
fosse progredindo. Não creio, por isso, que a temática do processo
reencarnatório tenha sido esgotada no contexto das obras básicas e nem mesmo
nas subseqüentes. André Luiz, por exemplo, ampliou consideravelmente tais
informações. Penso que ainda temos muito que aprender com os instrutores
espirituais sobre esse e tantos outros assuntos.
--- Questão [#002]
Fiz um aborto aos 21 anos e depois tive um filho aos 27. Existe possibilidade
deste espírito ser o mesmo que foi abortado anteriormente?
Resposta: Entendo perfeitamente possível que a criança que você teve aos 27
anos seja a mesma entidade espiritual, cujo corpo fora abortado cerca de seis
anos antes.
--- Questão [#003]
Na reencarnação sob processo expiatório, ocorre às vezes uma vultosa anomalia
cerebral. De que forma há para esse Espírito aproveitamento da reencarnação? Há
algum tipo de percepção?
Resposta: A reencarnação constitui sempre valiosa oportunidade de progresso
espiritual. O corpo físico pode apresentar-se severamente afetado por anomalias
inibidoras, mas a entidade espiritual está presente e atenta ao que se passa.
Em nosso trabalho mediúnico, testemunhamos um caso desses. Sugiro que você leia
o capítulo 19 - Filhos deficientes, de meu livro "Nossos Filhos são Espíritos",
que parece responder à sua pergunta. Leia, também, "Autismo - uma leitura
espiritual", ainda que este não seja o caso específico que você tem em mente.
--- Questão [#004]
O Sr. poderia comentar as relações entre a descoberta do código genético humano
e o processo reencarnatório? Por exemplo, se muitas doenças físicas poderão ser
evitadas, como ficam as reencarnações de Espíritos que têm como sua fase
evolutiva o ultrapassar justamente doenças físicas?
Resposta: Penso que é cedo para se falar em interferências no código genético
que resultem no cancelamento puro e simples de deficiências físicas ou mentais,
que, como sabemos, tem sérias implicações cármicas. O projeto genoma,
recentemente divulgado com enorme espalhafato publicitário, embora represente
um gigantesco passo à frente no entendimento da biologia humana, ainda tem
muito trabalho pela frente, como reconhecem os próprios cientistas. São mais de
3 bilhões as combinações possíveis no ser humano. Por outro lado, as
leis
divinas não se sujeitam a manipulações daqueles que se propõem a "brincar de
Deus". Sugiro que você leia, se conseguir localizar, um pequeno artigo meu
intitulado "Uma ética para a genética", publicado em Reformador em junho de
1971, há quase trinta anos, portanto. Será útil também, se ainda não o fez, a
leitura do Time, de 3 de julho de 2000. Diz-se ali, entre outras coisas, que
dois grupos empenharam-se em decifrar as ‘letras bioquímicas ‘ do DNA
humano e
as instruções codificadas para construir e operar um ser humano totalmente
funcional. Em outras palavras, ninguém, nesse projeto gigantesco, está pensando
no espírito e nem nas leis cármicas. E muito menos, em Deus. Quanto a mim, fico
com Deus e não tenho a pretensão de brincar com ele.
Não sou, contudo, um especialista no assunto. Sugiro que você leia "O projeto
genoma", de autoria da Dra. Marlene Nobre, no recente Boletim SEI, da Capemi,
de 29-07-2000. Poderá, para isso, acessar a Home page: http://www.lfc.org.br
--- Questão [#005]
Na sua opinião, como se dá o processo de ligação do fluido vital ente o
perispírito e o corpo durante o processo reencarnatório?
Resposta: Não me sinto preparado para responder à sua pergunta. Em outras
palavras: Não sei. Acho, até, que é muito bom a gente ter tantas ignorâncias
para transformar um dia em conhecimento. Isso indica que a vida será sempre um
desafio e nunca uma chatice.
--- Questão [#006]
Quanto tempo, em média, o espírito permanece na pátria espiritual, antes de
reencarnar? Meu pai faleceu há 5 anos; quando eu desencarnar me encontrarei com
ele?
Resposta: Cada caso é um caso. Não há uma periodicidade rígida de tantos em
tantos anos, entre uma encarnação e outra. O Prontuário da Obra de Allan
Kardec, do erudito confrade e pesquisador Deoclécio de Demócrito, indica as
seguintes referências sobre o assunto: O Evangelho Segundo o Espiritismo n. 16,
p. 31; Céu e Inferno, 2a. parte, cap. 4, p.275 e cap. 5, n. 39, p. 309; Obras
Póstumas, Parágr. 3, n. 28, p. 39.
Há, também, uma pesquisa do amigo dr. Hernani Guimarães Andrade, em artigo que
não tenho como localizar. Hernani chega à conclusão de que, em vista do número
muito maior de habitantes da Terra, o intervalo entre uma encarnação e outra
diminuiu nos últimos tempos. Ou seja, a "fila" era muito maior quando havia
pouca gente encarnada por aqui...Certamente você se encontrará com a entidade
que foi seu pai, bem como com outros seres que se acham ligados a você, nesta
ou em existências passadas. É o que costuma acontecer. Leia, a respeito, a
Questão 160, de O Livro dos Espíritos.
--- Questão [#007]
Gostaria de saber um pouco mais sobre os departamentos de reencarnação do plano
espiritual, como funcionam e quais os seus objetivos.
Resposta: Esta é outra pergunta que não sei responder. Você encontrará as
informações que deseja na obra de André Luiz. Esse autor espiritual estudou a
questão com entidades de grande experiência e conhecimento.
--- Questão [#008]
Durante o período da gestação, é possível que a mulher seja obsidiada? Se o
processo obsessivo já existir, o obsessor é afastado?
Resposta: Sim, a mulher pode ser obsidiada antes, durante e depois da gestação.
A gravidez, por si mesma, não a livra do processo obsessivo, nem leva a
entidade perseguidora a afastar-se automaticamente. Em muitos casos a gravidez
pode até suscitar ou agravar obsessões, quando entidades desorientadas e
vingativas procuram interromper ou perturbar o processo reencarnatório, por ter
problemas com a mãe, com a criança ou com ambos. A questão é complexa e os
casos devem ser tratados com serenidade, compreensão, amor fraterno e prece, em
grupos confiáveis que se dediquem à tarefa dita de desobsessão. Não com o
objetivo de nos livrarmos da entidade perturbadora, mas para que nos
pacifiquemos todos, a fim de seguirmos todos juntos e em paz os caminhos
evolutivos. "Reconcilia-te com teu adversário", ensinou o Cristo, "enquanto
estás a caminho com ele."
--- Questão [#009]
Gostei imensamente do seu livro "Nossos filhos são Espíritos"; gostaria de sua
análise sobre nossa responsabilidade no processo de resgate com relação à vida
conjugal, e como isto influencia a reencarnação daqueles que devem vir como
filhos.
Resposta: O lar é o nosso laboratório de trabalho, pesquisa, estudo e
aprendizado, bem como um ponto de reencontro. A família representa, usualmente,
a melhor combinação possível de situações que levem os seres que a compõem à
solução dos problemas que os afligem. É uma preciosa oportunidade que não
deve
ser desperdiçada, dado que a felicidade e a paz futuras dependem do que estamos
fazendo hoje. As entidades que se reencarnam como nossos filhos e filhas
constituem parte integrante do projeto elaborado para a vida terrena e precisam
contar conosco para as tarefas que se programaram para realizar junto de nós.
Releia o capítulo 21 - "A menina que chorava na calçada", no livro "Nossos
Filhos são Espíritos". Leia, ainda, o capítulo que escrevi para o livro "O
Espiritismo e os Problemas Humanos", do querido amigo e confrade Deolindo
Amorim. É uma edição da USE, São Paulo.
--- Questão [#010]
É possível um espírito reencarnar em pouco tempo e dentro da mesma família onde
viveu a última encarnação?
Resposta: É possível, sim, a uma entidade reencarnar-se na mesma família após
alguma permanência na dimensão póstuma. A literatura espírita tem
documentado
numerosos e convincentes casos dessa natureza. Em "Twenty Cases Suggestive of
Reincarnation", o professor Ian Stevenson apresenta (que me lembre) pelo menos
dois. Um deles passou-se na geladas regiões da América do Norte, onde uma
entidade reencarnou-se como filho de seu próprio filho. Ou seja, ele nasceu
como neto (ou avô) de si mesmo e seus antigos filhos e filhas passaram a ser
tios e tias na nova existência. Ele os reconheceu como reconheceu também
seu
antigo relógio de bolso que a família conservara. O outro caso narrado
pelo
dr. Stevenson nesse livro passou-se no Brasil, na família do professor
Francisco Waldomiro Lorenz, no Rio Grande do Sul. Há uma tradução desse livro
em português, mas não tenho comigo os dados. Se bem me lembro, chama-se Vinte
Casos Que Sugerem a Reencarnação (Ou Sugestivos de Reencarnação).
--- Questão [#011]
Quando um espírito está se preparando para reencarnar, ele pode se comunicar
numa reunião mediúnica? Em caso afirmativo, como se dá esse processo?
Resposta: A entidade que se prepara para reencarnar-se pode, sim, manifestar-se
mediunicamente. Tivemos um caso desses, que ficou narrado em meu livro Diálogo
com as Sombras (Edição FEB). Mesmo depois de iniciado o processo
reencarnatório, a entidade goza de relativa liberdade. Como, aliás, acontece
também com os encarnados, que se manifestam, segundo a Codificação, como
espíritos, em estado de desdobramento. Veja, nesta mesma entrevista, os
comentários acerca da Pergunta número 19.
--- Questão [#012]
Caro Hermínio, temos uma dúvida que até a presente data não conseguimos
elucidação. No livro Evolução em Dois Mundos (André Luiz/Chico Xavier/Waldo
Vieira), no capítulo sobre Simbiose Espiritual, encontramos: "Ninguém
necessita, portanto, aguardar reencarnações futuras, entretecidas de dor e
lágrimas, em ligações expiatórias, para diligenciar a paz com os inimigos
trazidos do pretérito, porque, pelo devotamento ao próximo e pela humildade
realmente praticada e sentida, é possível valorizar nossa prece, atraindo
simpatias valiosas, com intervenções providenciais, em nosso favor."
Nossa questão: Pode um Espírito em uma única reencarnação resgatar todos os
seus débitos do passado e anular a vingança de seus inimigos espirituais,
através do exemplo do amor puro aos semelhantes ?
Resposta: Parece-me que a pergunta deve ser reformulada. André Luiz está
dizendo que não é necessário esperar por reencarnações futuras para nos
reconciliarmos com nossos adversários ou com aqueles a quem prejudicamos;
podemos começar desde já a tarefa, com a nossa própria reeducação, o hábito da
prece, a prática do amor ao próximo, o reaprendizado da vida, enfim. Ele não
diz que estaremos, dessa maneira, resgatando numa só existência, todos os erros
cometidos.
Temos testemunhado exemplos vivos disso, em nossos trabalhos mediúnicos, no
decorrer de quase 40 anos. Entidades indignadas que conseguimos resgatar com
paciente argumentação, compreensão e amor, tinham ligações conflituosas com
membros do nosso próprio grupo. Não foi preciso, nesses casos, esperar futuras
existências de atrito e sofrimento, para trabalhar nossas divergências. Em
outras palavras: "adiantamos o serviço" da reconciliação, que teria de ser
feito mais tarde, em futuras reencarnações.
--- Questão [#013]
Como se dão as reencarnações regidas pelo automatismo? Esta situação abrange os
casos de reencarnação forçada que os espíritos de pouca luz unidos em falanges
impõem a seus subjugados?
Resposta: Há reencarnações com um componente de compulsoriedade, obviamente em
benefício da entidade reencarnante. O livro Prontuário da Obra de Allan Kardec,
de Deoclécio de Demócrito, recomenda ler, sobre este aspecto, a Questão 262, em
O Livro dos Espíritos.
Recorro, ainda, ao Indicador Espírita, compilado por outro meticuloso e
competente confrade, João Gonçalves. Veja o que contém o verbete número 2155:
"Reencarnações se processam muita vez sem qualquer consulta aos que necessitam
segregação em certas lutas no plano físico, qual enfermos e criminosos que,
pela própria condição ou conduta, perderam temporariamente a faculdade de
resolver quanto à sorte que lhes convém. Incapazes de eleger o caminho de
reajuste, são decididamente internando na cela física como doentes isolados sob
assistência precisa. Vemo-los, assim, repontando de lares faustosos ou
paupérrimos, ao lado daqueles que lh devem abnegação e carinho, contrariando
por vezes até certo a hereditariedade, por representarem dolorosas exceções no
caminho normal."
São indicados, nesse verbete, as seguintes fontes de consulta: Evolução em Dois
Mundos, Entre a Terra e o Céu, Missionários da Luz, Nosso Lar, No Mundo Maior,
Obreiros da Vida Eterna, todos de André Luiz e mais: Autodescobrimento - uma
busca interior, de Joanna de Ângelis e ainda, As Mil Faces da Realidade
Espiritual, de Herminio C. Miranda, bem como Nascer e Renascer (?) e,
finalmente, O Problema do Ser, de Léon Denis.
Sobre a segunda parte de sua pergunta, lembro meu artigo "O médium do
Anti-Cristo" (Reformador, março e abril de 1976), no qual é examinada a
hipótese de reencarnações de um mesmo grupo de entidades em torno de Adolf
Hitler.
--- Questão [#014]
Gostaria que o Sr. analisasse de forma sintética a presença da fatalidade, do
destino e da lei de causa e efeito no processo reencarnatório. Afinal, nem
todos os que reencarnam vêm com uma programação reencarnatória? Quando esta
programação existe, pode ser encarada como determinismo? Ou alguns aspectos
podem ser modificados?
Resposta: A questão é ampla demais para uma resposta compacta e nem me
considero suficientemente preparado para fazê-lo. Não atribúo, contudo, grande
importância e conteúdo a palavras como fatalidade, destino, acaso. O
conceito
dominante aqui é o da lei de causa e efeito ou carma. É evidente que todos nós
trazemos para a vida na carne uma programação de trabalho, mas tal programa não
é determinista, porque a lei sempre leva em conta o exercício do livre arbítrio
e a conseqüente responsabilidade por tudo quanto fazemos ou deixamos de fazer.
Podemos ou não cumprir as tarefas programadas na espiritualidade antes da
reencarnação. Daí, tantos desvios e fracassos, que muito teremos a lamentar ao
regressar à dimensão espiritual e verificar que pouco ou nada realizamos do que
estava planejado. Pior ainda: muitas vezes, fizemos justamente aquilo que não
era para fazer. Costumo dizer que o único determinismo a que estamos
irrevogavelmente sujeitos é o de chegar aos mais elevados patamares da
perfeição espiritual. Não fomos criados para o fracasso, o sofrimento eterno, a
prática permanente do erro.
Trazemos um plano geral, não um rígido conjunto de ordens que desçam aos
detalhes dos detalhes. É como se tivéssemos que ir de determinado lugar a
outro, não importando muito que caminhos vamos percorrer, nem que tipo de
condução iremos usar. Se preferimos fazer uma viagem mais longa, mais
difícil,
mais demorada e sofrida, passando por precipícios, desertos e espinheiros,
o
problema é nosso. Ninguém nos obrigará necessariamente a fazer as coisas desta
ou daquela maneira.
A respeito do descumprimento da programação reencarnatória, sugiro que você
leia "As Sete Vidas de Fenelon" (Publicações Lachâtre).
--- Questão [#015]
Qual sua opinião sobre o processo reencarnatório entre os animais? Na passagem
do animal para o humano como surge a reencarnação inicialmente? Há algum
processo de aprimoramento do princípio espiritual para reencarnar como espírito?
Resposta: Não conheço suficientemente o assunto. Sugiro que você leia o livro
da dra. Irvênia Prada, competente veterinária, com excelente formação
doutrinária espírita. O livro intitula-se A Questão Espiritual dos Animais e é
uma edição da Folha Espírita, São Paulo.
--- Questão [#016]
O Sr. poderia comentar sobre a situação do perispírito durante o processo
reencarnatório? Há perda do perispírito no processo reencarnatório? Como
podemos compreender o fenômeno da "redução perispiritual", da qual nos fala o
espírito André Luiz?
Resposta: O perispírito é um "modelo organizador biológico" e traz consigo a
programação daquilo que deve ser projetado no corpo físico. Não encontro
referências à "perda de perispírito" no texto, citado (Entre a Terra e o Céu,
p. 179). O que está ali escrito é que há "redução volumétrica do veículo sutil
pela diminuição dos espaços intermoleculares." Ou seja, o perispírito
compactou-se, mantendo-se, porém, integral, sem nenhuma perda de função.
--- Questão [#017]
Qual a participação da espiritualidade e do mentor do reencarnante, no retorno
do espírito à carne?
Resposta: Pelo que sabemos, mentores e amigos espirituais participam da
elaboração de nossos planos reencarnatórios, ajudando-nos na escolha das
prioridades que nos convêm programar segundo nossas possibilidades e
limitações. Mais uma vez, recomendo a leitura de André Luiz para melhor
entendimento de tais aspectos.
--- Questão [#018]
Na sua opinião, quais benefícios reais o espírito obtém com a reencarnação? Ele
não poderia evoluir apenas na erraticidade?
Resposta: Sobre o objetivo da encarnação, leia a Questão 132, de O Livro dos
Espíritos. Quanto ao progresso na erraticidade, diz a Questão 230: "(O
Espírito) pode melhorar-se muito (na erraticidade) tais sejam o desejo que
tenha de consegui-lo. Todavia, na existência corporal é que põe em prática as
idéia que adquiriu." Veja, ainda, a Questão 330 a).: "Pergunta: Então, a
reencarnação é uma necessidade da vida espírita, como a morte o é da vida
espiritual? Reposta: Certamente; assim é."
--- Questão [#019]
Allan Kardec, em A Gênese, postula que a consciência espiritual vai diminuindo
com a proximidade do parto, sendo que no nascimento o espírito estaria
completamente inconsciente. No seu livro "Nossos filhos são Espíritos", o Sr.
transcreve narrativas, obtidas através de regressão, que algumas pessoas fazem
sobre a situação na hora do nascimento. Como conciliar estas duas informações?
Resposta: É pertinente a observação da leitora (ou leitor). No texto que
escreveu para A Gênese, Kardec refere-se ao estado de perturbação do espírito a
partir do momento em que é "apanhado pelo laço fluídico" que o prende ao corpo
físico em início de formação. Prossegue o Codificador, declarando que esse
estado de perturbação intensifica-se durante a gestação, "perdendo o Espírito,
nos últimos momentos (quando começam os trabalhos de parto) toda a consciência
de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança
respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à
proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhe hão de servir às
manifestações."
Na Questão 380, os Espíritos se haviam manifestado de modo semelhante, ao
dizerem que "A perturbação que o ato da encarnação produz no Espírito não cessa
de súbito, por ocasião do nascimento. Só gradualmente se dissipa, com o
desenvolvimento dos órgãos."
De qualquer modo, as técnicas regressivas e as regressões espontâneas da
memória não confirmam generalizado estado de perturbação na entidade
reencarnante, ao mesmo tempo em que demonstram nela perfeita consciência de si
mesma durante a gravidez e no momento do parto. Alguma modalidade de
consciência, portanto, está funcionando nessas fases.
No capítulo 48 de "Nosso Lar", uma entidade reencarnada ainda na fase infantil,
no berço, manifesta-se com sua personalidade (reencarnação) anterior, aos
familiares que deixara ao morrer como Ricardo.
Em tarefas de nosso grupo mediúnico, conhecemos uma entidade recém-encarnada
era ainda um bebê, que não tinha controle sobre o corpo físico e, por
conseguinte, nenhuma condição de se comunicar com a família. No entanto,
revelou-se lúcido e consciente de sua situação no encontro mantido, em
desdobramento, com nossos amigos espiituais. O caso está relatado no capítulo
19 - Filhos deficientes, de "Nossos Filhos são Espíritos".
Ignoro, pois, em que condições ocorre o estado de perturbação a que se referem
os Espíritos.
Autor: Hermínio Correa de Miranda
Todo esse material provém dos sites: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo e da Revista Eletrônica O Consolador.
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