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Esse título foi inspirado em frase de conhecida personalidade brasileira, já falecida. Deixou um legado de exemplo de trabalho, seriedade e perseverança. O país todo o conhece ou pelo menos já ouviu referências de sua impecável atuação como administrador. Foi engenheiro, escritor, empresário e industrial, mas também Presidente e Membro do Conselho de Administração do Grupo Votorantim, que já facilita identificação pelo leitor.

Sim, referimo-nos a Antônio Ermírio de Moraes, que nasceu em São Paulo a 04 de junho de 1928, vindo a falecer na mesma cidade em 09 de agosto de 2014, tendo se destacado igualmente por sua dedicação à Sociedade Beneficência Portuguesa de São Paulo (um dos maiores e mais avançados complexos hospitalares privados da América Latina), à Associação Cruz Verde de São Paulo e à Fundação Antônio Prudente, entre outras organizações não governamentais.

Veículos de imprensa registraram ao longo do tempo várias de suas frases e falas, em momentos distintos e diferentes lugares. Uma breve pesquisa nos portais de pesquisa virtual trará variada seleção dessas frases que se tornaram famosas, dada a oportunidade e dimensão de suas afirmações, com identificação conforme o tema principal em diversos segmentos culturais ou sociais.

Dentre elas está uma que utilizamos na gravação de um dos episódios do capítulo 12 do livro Missionários da Luz (Chico Xavier/André Luiz, ed. FEB), intitulado Preparação de Experiências. Dada a extensão e importância do citado capítulo, ele foi divido em vários episódios, sendo que no episódio 13f, que recebeu o título de Anacleta (relatando a história dessa personagem do livro), a pertinência da abordagem trouxe à lembrança a oportunidade de uma das frases de Ermírio. Ressalte-se que as gravações citadas no presente parágrafo estão disponíveis no canal de youtube de Orson Peter Carrara, na playlist Série Missionários da Luz.

Como o trecho em estudo trata da educação de filhos, a frase conectou-se imediatamente e tem o seguinte conteúdo, quando ele se refere aos próprios filhos:
“O melhor que posso deixar para eles é educação e apego ao trabalho. Ganhar sem trabalhar pode ser bom para o bolso. Mas é péssimo para o caráter.”

As questões 674 a 685, inseridas no capítulo Da Lei do Trabalho, em O Livro dos Espíritos, classifica o trabalho como “lei da natureza”, constituindo *uma necessidade”, mas também que *toda ocupação útil é trabalho” e é “meio de aperfeiçoamento de sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência”. Por outro lado, a questão moral fica clara na informação de que o homem não está isento da “obrigação de tornar-se útil, conforme os meios de que disponha”, conectando-se com o caráter, pois que a obrigação de tornar-se útil demanda o aprimoramento da sensibilidade moral, que se munirá do respeito às diferenças e do uso da solidariedade como ferramenta sempre presente.

Realmente as facilidades materiais criam circunstâncias devastadoras para a personalidade, com grande propensão à vaidade e ao egoísmo – traços ainda bem marcantes da natureza humana –, acentuando-as. Por isso a indicação coerente de Ermírio aos filhos, educação e apego ao trabalho, onde no encontro dos desafios e obstáculos, desenvolvemos as habilidades morais que formam a personalidade saudável e influente para o bem coletivo.

Ganhar sem trabalho é, pois, uma ilusão. Pode-se viver tal situação temporariamente, mas os prejuízos daí decorrentes serão inevitáveis. Melhor antes investir nas aquisições morais.


Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo autor para publicação em nosso site


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