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Ainda criança, começaste a perceber o Divino em tua existência.

Em certa noite, tua mãezinha, junto ao leito, uniu tuas mãos em prece e te deixou como herança a crença num Ser Superior.

Nunca mais perdeste contato com Ele.

Em tuas inquietações, O invocaste.

Antes de sair de casa, pensavas nEle, de alguma forma, como Aquele que estaria sempre atento à tua jornada.

Ao empreender uma viagem ou ao se lançar num negócio, O tinhas em pensamento, buscando proteção ou inspiração para as atitudes a serem adotadas.

Mesmo quando a juventude te floriu os dias, a mocidade eclodiu qual fruto maduro e a madureza despontou, qual crepúsculo de tarde em declínio, nunca O pudeste esquecer, na tela sensível dos sentimentos.

Verdade é que houve dias em que a tormenta pareceu te negar a existência dEle.

A noite era tempestuosa e o dia sombrio, te fazendo parecer que Ele houvera esquecido tua trajetória no mundo.

Amigos desertaram. Doenças e impedimentos te ceifaram os melhores sonhos.

Páginas e páginas lidas não te asserenaram o campo das emoções.

Buscaste esse ou aquele templo religioso para um instante de oração, que pareceu sequer ultrapassar o teto do santuário, traduzindo tuas agonias íntimas.

Houve dias nos quais as tuas lágrimas desceram dos olhos em abundância, sem que surgisse um lenço sequer para secá-las.

Contudo, nem aí Deus te abandonou.

Teus testemunhos te amadureceram.

Tuas provas te fizeram mais forte.

Tua solidão te privou de falsos amigos.

Tuas desilusões te fizeram enxergar os trilhos da verdade, algumas vezes abandonados por teus pés para atendimento de caprichos e ilusões.

És a matéria prima de Deus, a gema que Suas leis vêm lapidando para refulgir qual diamante de altíssimo valor.

As lutas te fortalecem para os avanços inadiáveis.

Teu olhar começa a sair da exclusiva contemplação da vida terrestre para os vaga-lumes que brilham acima de teus cabelos nevados pelo tempo.

Em teu movimento incessante de elevação, reserva o momento de Deus em tua intimidade.

Silencia cada manhã por dez minutos e te permite flutuar acima das incertezas humanas.

Atordoado pelo medo, confia nEle.

Sedento em pleno deserto, marcha confiando na proteção incessante dEle.

Tombando, reúne as poucas forças e prossegue, otimista.

No silêncio, O ouvirás.

Ele canta na chuva.

Sorri no sol que ilumina tuas manhãs cinzentas.

Em vez da oração que pede ou exige, aceita a Divina Vontade.

Em lugar do muito pedir, ouve o que Ele tem a te dizer.

Elege hoje teu reencontro com Ele.

Busca-O na flor que desabrocha em tua janela, no colibri que O exalta no voo gracioso.

Em tendo certezas, Deus!

Na dúvida, Deus!

Dormindo, Deus!

Acordado, Deus!

Podes até negar que Ele exista, mas jamais poderás arrancá-lO de tuas províncias íntimas. Qual semente minúscula, dormita o Divino em tuas terras interiores e, ao contato com qualquer orvalho de tua sensibilidade, brota do chão e faz primavera em tuas estações áridas.

Avançar sem Deus, impossível!


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base em mensagem do Espírito Marta, psicografia de Marcel Mariano, em Salvador/Bahia, em 23.5.2023. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=6915&stat=0


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