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Cansado coração, pélago afora,
No peito infortunado, errante e aflito,
Sofre na carne o estranho sambenito
Das rudes provações de cada hora.

Ninguém perceba a mágoa do teu grito;
Persevera no amor, sangrando embora...
Além, no Grande Além, a Eterna Aurora
É o porto de teus sonhos no Infinito.

Escala os topes ásperos da trilha,
Agradecendo o golpe que te humilha,
Onde vibres, tremendo de ansiedade.

Ama e perdoa, coração, que, um dia,
Volitarás chorando de alegria
Na divina ascensão à Imensidade...


Por: Mario Veloso Paranhos Pederneiras, Do livro: Antologia dos Imortais. Médium: Francisco Cândido Xavier


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