Ensinar, por Espíritos Diversos
Aparência da Alma
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Há um antigo conto popular japonês que narra a história de uma moça
tiranizada pela sogra.
Tudo era motivo para ela brigar e xingar. A jovem sofria calada, sem responder.
Certo dia, um monge andarilho bateu à porta da casa e a nora lhe deu um bolinho
de arroz.
Quando soube, a velha senhora ficou furiosa e a mandou buscar o alimento de
volta.
Muito constrangida, ela obedeceu. Procurou o homem e explicou que teria de levar
o bolinho.
O monge sorriu e devolveu. Também deu a ela uma toalha que deveria ser usada
para enxugar o rosto e amenizar o peso da convivência com a mãe do marido.
A partir desse dia, a irritadiça mulher começou a notar que sua nora ficava cada
vez mais linda. Isso alimentou sua raiva e inveja.
Numa manhã, viu-a enxugar o rosto com a toalha e observou que ela ficava mais
bela e radiante.
Acreditou tratar-se de um objeto mágico e planejou pegá-lo para si.
No dia seguinte, enquanto a jovem foi ao mercado, ela roubou o presente.
Lavou o rosto e o enxugou uma vez. Nada aconteceu.
Esfregou o rosto com mais força. Sua aparência começou a se alterar. Entretanto,
em vez de rejuvenescer, como esperava, assumiu a aparência de um monstro.
Horrorizada, deu um grito e desmaiou.
Quando a nora chegou em casa e viu o que parecia ser uma criatura monstruosa,
tentou fugir. A mulher, chorando, implorou por socorro.
Reconhecendo a voz da sogra, ela se comoveu.
Saiu pelo vilarejo em busca do monge. Ele saberia, com certeza, como reverter
aqueles efeitos da toalha.
Quando, finalmente, o encontrou e contou o sucedido, o andarilho sorriu e disse:
Quando uma pessoa usa a toalha, revela a aparência de sua alma. Para que ela
volte a ser como antes, basta enxugar o rosto com o outro lado do tecido.
Assim foi feito e a velha senhora recuperou a forma anterior.
O mais interessante é que algo se modificou nela, depois do ocorrido. Parou de
ofender a nora, alterando a maneira de tratamento para com ela.
Compreendeu que o aspecto monstruoso, provocado pela toalha mostrava, em
verdade, a pequenez de sua alma. Envergonhou-se da maneira cruel com que tratava
a esposa do filho e se esforçou para mudar.
Envelheceu feliz, abandonando a raiva, a inveja e a maldade.
Quando cultivamos o orgulho, o egoísmo, a raiva, a inveja, a maledicência,
moldamos nossa alma com uma aparência feia, monstruosa.
Se aplicamos o amor, a caridade, a amizade, a solidariedade, a bondade,
assumimos formas luminosas de inigualável beleza.
É possível modificar a alma por meio da autotransformação, da mudança de padrão
vibratório.
Isso requer coragem: olhar-se, ver-se por dentro e assumir o que precisa ser
mudado.
Depois, é preciso fortalecer os bons sentimentos, que trazemos no íntimo, alguns
mais desenvolvidos, outros menos.
Assim, não importa a idade e a aparência física que tenhamos, nossa alma
assumirá o aspecto inconfundível das pessoas de consciência leve.
Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base no conto A toalha mágica, do livro ...E foram felizes para sempre – contos de fadas para adultos, de Allan B. Chinen, ed. Cultrix. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4482&stat=0
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