Ensinar, por Espíritos Diversos
Parábolas e Símbolos
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Pergunta-se, frequentemente, por qual razão falava Jesus por parábolas.
A interrogação pode ser respondida após breve e cuidadosa reflexão.
Desejando que a Sua mensagem ultrapassasse o tempo em que era enunciada e o
lugar em que se fazia ouvida, não poderia ficar encerrada nas formulações
verbais vigentes, pela pobreza da própria linguagem.
Se assim fora, à medida que o tempo avançasse, ficaria superada em razão da
maneira como fora formulada.
Utilizando-se, porém, da parábola, do conhecimento dos símbolos, deu-lhe caráter
de permanência em todas as épocas.
A Semiótica ou disciplina que estuda os símbolos, demonstra a facilidade que os
mesmos representam para o entendimento de tudo quanto é transcendental ou
subjetivo, tornando-o de fácil identificação. Talvez o símbolo seja o recurso
mais recurso de comunicação entre os seres humanos.
Especialistas em paleontologia encontraram-nos gravados em cascas de ovos há
mais de sessenta mil anos, o que confirma a sua perenidade.
Todo símbolo reveste-se de um significado, não somente num como em todos os
lugares, em qualquer idioma ou dialeto, facilitando o entendimento da sua
representação.
Demais, uma narrativa amena, em forma de parábola, facilmente é entendida, ao
mesmo tempo, memorizada, e quando é narrada, embora se alterem as palavras, o
símbolo nela incluído ressalta e preserva-lhe o significado.
Convivendo com mentes pouco esclarecidas culturalmente, numa época de
obscurantismo e de graves superstições, deveria superar os limites de então e
coroar as futuras conquistas do conhecimento intelectual.
Concomitantemente, o seu objetivo era o de insculpir o pensamento no imo das
emoções, e as parábolas, por centrarem o seu significado nos símbolos, jamais
seriam olvidadas ou adulteradas.
Caberia à psicologia do futuro penetrar nos arcanos do inconsciente humano, no
qual se arquivam todos os acontecimentos e se transformam em símbolos, que se
fazem decompostos à medida que são liberados em catarse espontânea...
Uma figueira brava e uma rede de pescar, uma pérola e uma semente de mostarda em
qualquer idioma e em todas as épocas preservam a sua realidade, facilitando o
entendimento da narrativa na qual comparecem.
Desejando apresentar o reino dos Céus de forma inconfundível como deveria ser,
totalmente desconhecido então, explicitado num símbolo adquiria fácil
compreensão dos ouvintes e mais acessível assimilação emocional.
A moderna psicologia analítica, assim como a psicanálise penetram nos símbolos
para interpretar os arquétipos, as heranças ancestrais, os mitos e contos de
fadas, que se encontram arquivados nos recessos profundos do inconsciente
humano.
Recorrem aos sonhos e às associações, para desvelar as imagens sombreadas e
guardadas em símbolo que, interpretados, facultam trabalhar-se os conflitos, a
fim de dilui-los.
Jesus foi e permanece sendo o mais qualificado psicoterapeuta da Humanidade,
antecipando as doutrinas psicológicas, a fim de iluminá-las quando surgissem.
Todos os seres humanos têm no seu jornadear conflitos semelhantes aos do filho
pródigo, que foge do lar, atraído pela ilusão do prazer e, tombando na realidade
angustiante que desconhecia, retorna à segurança do pai generoso...
Como expressar em profundidade excepcional a lição do bom samaritano, propondo o
amor ao inimigo em forma de caridade compassiva, senão conforme o fez Jesus?
A reflexão em torno das virgens loucas, insensatas e das prudentes, que se
preservaram, teoriza, de forma segura, o significado da fidelidade ao dever de
maneira muito especial.
O pastor que vai em busca da ovelha extraviada, assim como a mulher que procura
a dracma perdida, são especiais e inesquecíveis ensinamentos sobre a valorização
e a dedicação pessoal.
As extraordinárias imagens simbólicas de que Ele se utilizou para ser
compreendido e dizer da Sua grandeza sem autoencômios nem relevações
desnecessárias, refletem-Lhe a sabedoria:
- Eu sou a luz do mundo...
- Eu sou a porta das ovelhas...
- Eu sou o caminho, a verdade e a vida...
- Eu sou o pão da vida...
- Eu sou a videira...
-Aquele que beber da água que eu lhe der...
Nas admoestações, os Seus célebres ais ainda convidam à meditação:
- Ai de vós os ricos!...
-Ai de ti Corazim! Ai de ti Betsaida!...
-Ai do homem pelo qual vem o escândalo...
-Ai de vós escribas e fariseus...
-Ai de vós, porque sois semelhantes aos túmulos...
Não menos enriquecedores são os postulados de amor e de promessa de plenitude em
favor daqueles que Lhe forem fiéis:
- O que fizerdes a um destes em meu nome...
- Eu vos apresentarei a Meu Pai...
-Eu vos mando como ovelhas mansas...
-Eu os aliviarei...
As canções de exaltação penetram, ainda hoje, a acústica de todas as almas, que
Lhe ouvem os enunciados incomparáveis:
- Um homem tinha dois devedores...
- Ide convidar os estropiados, os excluídos, os infelizes...
- O Reino dos Céus é semelhante a um homem que...
-Eu estarei convosco para sempre...
As suaves parábolas de Jesus são o coroamento melódico da sinfonia das
bem-aventuranças que a Humanidade jamais olvidará.
Todos os seres humanos estão incluídos no sermão do monte, quando o amor se
transforma na fonte inexaurível da trajetória evolutiva dos Espíritos.
Por fim, Ele exclamou:
- O Reino dos Céus está dentro de vós...
Exultai!
Por: Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 6 de novembro de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.caminhosluz.com.br/pesquisa.asp?s=parabola&tp=tit&x=-1075&y=-106
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