Ensinar, por Espíritos Diversos
Significado do Centro Espírita
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Na edição de fevereiro de 2005 o jornal Mundo Espírita (editado pela
Federação Espírita do Paraná) publicou artigo de Silmar Silva com o mesmo título que ora utilizamos. Pela importância do tema e lucidez do texto, consideremos muito oportuno reproduzir alguns trechos da citada matéria, convidando todavia nossos amigos e trabalhadores das instituições espíritas a conhecerem o texto na íntegra, também disponível no site www.mundoespirita.com.br , clicando 2005 e localizando posteriormente o título acima na edição citada.
Após considerações sobre o Centro Espírita, cita o autor: “(...) Assim, sendo o
Centro Espírita, na minha concepção, uma experiência de vida comunitária
exemplar, onde devo exercitar constante e rotineiramente virtudes que pretendo
incorporar de vez por todas no meu modo de ser, eu não devo, por exemplo,
compartilhar de ‘panelinhas’, estabelecendo preferências de convivência, pois
isso indica tendência de divisão do grupo maior, que deve ser único, íntegro e
homogêneo. Esse comportamento alimenta a consolidação de grupos menores dentro
do grupo maior, e a experiência tem demonstrado que isso provoca, em dado
momento, antagonismos entre esses grupos menores, e as discórdias aceleram
cisões, a ponto de acarretar ressentimentos e mágoas de difícil superação. Você
se recorda de que a sabedoria diz que a casa dividida rui? (...)”.
E prossegue em outro trecho: “(...) Concluí, também, que preciso contribuir mais
ativamente com a comunidade ideal em construção, da qual sou membro,
engajando-me como trabalhador e estudioso, intensificando conquistas de
amizades, ampliando minha relação e forma de relacionamento com todos. Escrever,
telefonar, conversar, encontrar, visitar, conviver. Trabalhar a amizade sendo
amigo, como manda o figurino: sincero, dedicado, atencioso, zeloso, carinhoso,
bondoso, fiel. (...) tenho que abandonar, em nome da coerência doutrinária e da
harmonia entre todos, meus pontos de vista, minhas teimosias, minhas malícias,
minhas máscaras, meus conflitos, minha queixas, meus ‘achismos’. E a
fraternidade, sem remendos e sem disfarces, deve ser parte integrante dos meus
sentimentos, do meu falar, de minhas ações, e, assim sendo, através de mim a
fraternidade deve seguir seu abençoado curso, alcançando os demais irmãos do
Centro Espírita. (...) deve o Centro Espírita ser um lugar o mais afável dentre
todos, refletindo a alegria e o entusiasmo de todos. Não combina, não tem
lógica, não há espaço para ser um lugar soturnamente silencioso, onde as pessoas
ajam como se estivessem numa clausura, pagando penitência de silêncio
obrigatório. (...)”
E, nesta ordem de raciocínio, o autor é notável ao afirmar: “(...) Não combina
Centro Espírita sem a movimentação das crianças, a conversação dos jovens, a
manifestação de jovialidade dos demais e de todos, através das expressões de
alegria, de maneira natural e espontânea. A propósito, eu não consigo entender
certos dirigentes espíritas que confundem seriedade com sisudez e alegria com
vulgaridade e perturbação espiritual. O fato de ser alegre, fraterno, expansivo,
não tira a seriedade e o respeito pelo trabalho e pelos trabalhadores do Centro
Espírita. Há dirigente que faz questão de que, na ‘sua reunião’, ninguém
converse, entre mudo e saia calado, que andem na ponta dos pés. Sorrir? Nem
pensar. Se o fizer, passará a ser atendido como obsidiado. Tudo em nome da
‘seriedade’ do trabalho. Essa conflitante e perturbada sisudez, assim imposta
por alguém costuma ser a manifestação pura de ponto de vista desse alguém, sem
nenhuma base doutrinária. (...)”.
O destaque no final do parágrafo anterior é de nossa iniciativa e gostaria de
convidar a refletir sobre a abrangência da afirmação. Afinal, conforme continua
o autor: “(...) que mal há em se incentivar a imagem do Centro Espírita como
fonte inesgotável de satisfação íntima, que traz alegria, diante da visão
renovada que o Espiritismo enseja também sobre o viver? Que mal há em se desejar
um Centro Espírita para os vivos, onde haja intencional orientação e incentivo a
que se viva a vida com alegria? (...) Não estamos falando de algazarra. Estamos
falando de regozijo e contentamento d’alma (...)”
A questão toda, levantada pelo autor, é pela construção da harmonia entre os
integrantes de uma instituição espírita, única base capaz de proporcionar com
que o vigor apresentado pelo Espiritismo seja mesmo a alavanca renovadora que
trabalhe a mudança dos pensamentos e da conduta, para cujo saneamento ainda
encontramos tantas dificuldades.
Parabéns ao autor pelo bem argumentado texto. Sugiro sua ampla divulgação no
cotidiano de nossas instituições. A propósito do tema panelinha, levantado pelo
autor, coincidentemente publicamos na edição, também de fevereiro de 2005, da
Revista Internacional de Espiritismo, a matéria “Panelinha?”, com outra
abordagem, cuja íntegra do texto também está disponível em nosso site:
www.orsonpcarrara.rg3.net ou www.orsoncarrara.hpg.ig.com.br
Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo próprio autor para publicação em nosso site
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